Remorso

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(Esse capítulo é curto, mas já estou preparando o outro capítulo, hoje mesmo eu posto.)

Débora, sentindo suas lágrimas na bochecha, as enxugou com os dedos, e se recusa a
chorar na frente de Dominic.

Dominic vendo as lágrimas de Débora e o quanto ela estava lutando para segurá-la, ele
abaixou a cabeça, não por pena, mas por vergonha. Ele próprio não acreditava no que fez,
no quanto foi injusto e cruel.

-Me perdoe Débora , por ter caído injusto com você. - murmurou de cabeça baixa e com voz
suave.

Débora sorriu com desdém, não acreditando nos próprios ouvidos.

-Não preciso da porcaria das suas desculpas, Dominic. - Ela o olhou com desprezo,
virou-se e pegou sua bolsa.

Dominic sentiu seus olhos arderem, mas fazia muitos anos que ele não derramava uma
lágrima,e hoje não seria diferente. "Chorar é sinônimo de fraqueza". Pensou ele.

-Sabe Dominic, as coisas vão mudar por aqui. Seu tom de voz era arrogante e seu olhar era
determinado.

-Então é isso? Você comprou as ações, para se vingar? Você quer falir a empresa ? -
Perguntou ele sem demonstrar fraqueza.

Débora revidou os olhos e disse.-
"Não seja tão ingênuo. Se eu quisesse SÒ falir a empresa, eu já teria feito isso com um ou
dois telefonemas." - Ela suspirou, um brilho perverso nos olhos. - "Quero muito mais que
isso."

-E o que quer exatamente?

Débora riu e caminhou despreocupadamente até a porta. "Espere e veja." - Ela abriu a porta
e lhe lançou um olhar presunçoso. - "Você não perde por esperar."

           (Perspectivas de Dominic)

Dominic viu Débora sair, e sentiu que Débora tinha levado sua alma junto, ele não podia
acreditar no quão injusto ele foi com ela.

Quando "namoraram" era óbvio que ele não a amava, mas pelo menos a respeitava e tinha
um carinho especial por ela, poderia até virar amor com o tempo.

Com a cabeça latejante e cheia de pensamentos tortuosos e conflitantes, Dominic voltou
para seu escritório, e desmarcou todos os seus compromissos, ligou para Carlos para que para que eles pudessem se encontrar no bar.

Dominic pegou suas coisas e saiu, ele se sentia anestesiado, como se tudo não passasse
de um terrível pesadelo, não consegui entender que tudo o que ele pensou sobre Débora
era completamente errado.Todo seu ódio era injustificado.

Dominic chegou ao bar e pediu uma garrafa inteira de whisky, logo em seguida Carlos
chegou.

-E aí cara, como você está?

Ele não respondeu, simplesmente encheu um copo e passou para Carlos.

Carlos respeitou o silêncio de Dominic, e ficaram ali bebendo sem dizer uma palavra, até a
garrafa acabar.
.
"- Trás outra, porra." - O barman se apressou para atender o pedido.

Carlos observou o amigo taciturno.
"Já está na hora de você me contar, que merda aconteceu agora, da última vez que você
ficou assim, foi por aquela vadia, que nem lembro o nome."

Dominic estava preso em suas própria amargura, lembrando em todas as vezes que pisou
em Débora, que destruiu sua autoestima, que foi tão irremediavelmente desprezível
.
Lembrou do dia do aniversário dela, da vez que sem pensar bateu nela, essas lembranças
foram como uma facada em seu peito.
Mas a pior lembrança foi do dia em que ele a tinha tomado à força. Nao queria pensar
na.palavra estupro, embora tenha sido isso que havia feito. A bile subiu. Ele se sentia
doente. Ele se lembrava da raiva que sentia por ela, do ressentimento. A bebida havia
subido sua cabeça e ele não conseguia distinguir seus sentimentos de ódio e desejo.
Ele só conseguia pensar no quanto ela era uma mentirosa, suas carícias e seu amor eram
todos falsos. Ele tinha perdido toda a sanidade naquele dia, ela o amava e ele tinha sido um
monstro nojento. Deus, se ele pudesse simplesmente morrer agora.
Dominic arremessou o copo na parede, e disse embriagado, não suportando o sentimento é
os pensamentos.

-Eu a machuquei, Carlos. Eu a machuquei. - Ele sussurrou repetidamente. - Eu fui nojento."

- Lágrimas tomavam no seu rosto e soluços rasgavam sua garganta. - "Eu a peguei à força."

- Essa era a primeira vez que ele se deixava pensar a respeito de suas ações. E ele sentia
uma dor física.

Carlos travou o maxilar e a mão que segurava o copo apertou. Ele estava rígido, Carlos
sabia exatamente de quem ele estava falando.

No minuto seguinte, ele tinha jogado o copo em cima de Dom e o segurado pelo colarinho.
" - Você fez o quê?" - Ele gritou contra o rosto dele, os olhos cheios de ódio e desprezo.
"Você a estuprou?"

" Eu sinto muito. Eu… não sabia o que estava fazendo. Oh Meu Deus."

Carlos sentia dificuldade para respirar, ele se sentia enjoado. Ele empurrou Dominic contra
a bancada, precisava pensar, sair dali. Ele sentia uma necessidade doentia de atirar em
Dominic.

Dominic percebeu a aura sombria do amigo e sabia que era melhor que ele se afastasse.
Mas se sentia horrível.

No entanto antes que ele pudesse sequer raciocinar, Carlos tinha acertado um soco nele e
no minuto seguinte uma dor excruciante passou por suas costelas e abdômen. Carlos não
media força, chutando e socando qualquer lugar que pudesse alcançar.

Em um instante ele estava em pé chutando e golpeando tudo o que pudesse e no outro
estava em cima dele. Socando sem piedade o seu rosto, sua cabeça bateu no chão tantas
vezes que podia sentir o sangue molhar seu couro cabeludo. Mas Dominic não tentou se
esquivar ou lutar. Sabia que merecia. Sabia até que merecia mais do que uma surra.

Carlos só parou de bater quando Dominic ficou totalmente imóvel e as pessoas ao redor
começaram a ligar para a polícia.

Carlos saiu de cima do Dominic, apontou o dedo na cara dele e disse em um tom cheio de
ódio.
" Se tocar nela de novo... Eu juro por Deus e o Diabo, eu vou esquecer todos esses anos em que te chamei de amigo. Eu vou matar você. E isso não é
uma promessa vazia - Carlos tremia e suas mãos e roupas cheias de sangue faziam com
que ele fosse uma visão aterrorizante. - Se acha que o que fiz com Brendon foi cruel, me
testa. Só saia um dedo da linha Dominic… E você vai desejar nunca ter me conhecido.

Carlos saiu furioso, e pronto a atacar qualquer que o olhasse em sua direção. Ele parecia
demoníaco.

Dominic ficou deitado por um longo tempo. Sabia que Carlos tinha todo o direito de fazer e
falar o que disse. Ele estava certo. E tinha sido até misericordioso.

Ele respirou fundo e se levantou cambaleante, porra, ele provavelmente poderia sangrar até
a morte ou desmaiar. Porra todo seu corpo doia. Dominic ignorou todos, pegou um maço de
dinheiro e jogou na mesa,

Lutou pra acender um cigarro com as mãos ensanguentadas, dispensou a ajuda do
motorista pra se recompor, entrou no carro e foi para casa.
..✨✨✨
Carlos sentia uma vontade incontrolável e quase insaciável por sangue. Ele queria ir até
Dominic novamente e bater nele até que deixasse de respirar. Sua mente girava com todos os tipos de coisas que desejava fazer com ele. Seu pai se sentiria orgulhoso de saber que
todas as lições que ele diligentemente ensinou desde seus 11 anos, nunca deixaram sua
mente. Ele pensou que podia fugir, mas ser um assassino, um membro da máfia, estava no
sangue, entranhado nele. E era difícil de conter.

CEO : Ego feridoOnde histórias criam vida. Descubra agora