Retorno

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Tyler e Débora não tinham um relacionamento propriamente dito, mas eles funcionavam bem juntos. 

Eles sempre saiam para almoçar ou se encontravam para uma noite quente. Não importava realmente se eles só iriam para um passeio no parque ou acabassem tirando a roupa um do outro. 

Era o que tinha que ser.

Mas, embora eles não namorassem, Debbie se sentia culpada por esconder coisas dele, como se estivesse traindo ele. Mesmo com toda a diversão rolando com ele, Carlos ainda ocupava seus pensamentos. 

Eles não tinham um relacionamento antes, Carlos mal estava por perto quando ela era casada, mas quando ela se divorciou, ele se tornou uma figura familiar para ela. Ele sempre a tratou com gentileza mesmo não sabendo sua identidade, muito diferente dos outros amigos de Dominic que sempre a olhavam de cima quando ele a deixava sair com eles.

Desde que ele havia viajado para Itália, os dois trocavam mensagens com frequência, Carlos era muito mais divertido enviando mensagens porque de alguma maneira sua timidez era reduzida atrás da tela, as conversas com ele fluía bem e naturalmente. 

Débora não sabia o quanto sua presença constante havia se tornado importante para ela até que as mensagens e telefonemas dele começaram a se tornar esporádicas até pararem de ser enviadas, e ela não sabia o que diabos estava acontecendo com ele. Parte dela queria questionar Dominic a respeito porque ela realmente estava preocupada, no entanto, não queria pedir absolutamente nada para ele.

—  Então, fala aí, o que tá rolando? - Tyler perguntou, a encarando pelo canto do olho.

— Não tá rolando nada.

— Você não engana ninguém.  -Tyler suspirou. — Pensei que fôssemos amigos. 

— Nós somos. - Débora sussurrou. — É complicado. 

— Deixa eu te ajudar então. - Ele parou o carro, virou o corpo, uma dos braços desleixadamente sob o volante. — O que tá rolando entre Carlos é você? 

Débora o encarou, os olhos azuis arregalados, a expressão chocada contrastando com a postura descontraída dele. 

— Ah, o que eu posso dizer, sou um falsificador de obras de arte, eu sou um perito em observar detalhes e fui criado por mafiosos, eu sei quando as pessoas estão escondendo algo de mim. - Tyler sorriu.  — E a julgar pelo seu súbito interesse nele, só posso adivinhar que ele não tem respondido suas mensagens também. Vocês têm trocado mensagens o suficiente para você ficar preocupada com a ausência dele.

Embora o tom ousado fosse divertido e provocativo,  Débora sentiu suas bochechas arderem. 

— Como eu disse ele estará de volta em breve. - Tyler tocou a testa dela com o indicador. — Não esquenta. 

Você não está bravo? - Ela se encolheu um pouco, meio receosa de questionar. 

— O quê? - Tyler franziu a testa, rindo. — Óbvio que não. Nós não somos namorados, embora às vezes a gente pareça. - Ele acariciou a bochecha dela. — Você não é minha propriedade. Claro que se a saliva dele entrar em contato com a sua boca, eu vou querer saber. - Débora o encarou. — Já compartilho germes com você, não quero os germes dele também.

— Você é tão desnecessário. 

— Você gosta de mim mesmo assim. - Tyler  se inclinou e beijou-a rapidamente nos lábios. —Nós nos divertimos, e é isso, você não precisa complicar as coisas. 

Débora sorriu para ele. 

Tyler voltou a dirigir.

 Eles sempre almoçavam no mesmo restaurante, embora ambos preferissem suas sobremesas ao ar livre.

CEO : Ego feridoOnde histórias criam vida. Descubra agora