Traços falsos

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Onde Louis, arrasta S/n, para fugir com ele de um valentão com quem arrumou problemas.

POV S/N
Abro a porta azulada, estendo a mão, agarro o caderno amarelo. Logo, pegando os três livros que irei usar no próximo período.

— Olá, S/a. — Reconheci no mesmo momento a voz estressando de Jess Sanchez. Uma loira de luzes, com cílios falsos, batom vermelho e olhos esverdeados. O chiclete em sua boca me faz ter ânsia. O problema não é com o doce. E sim, com o barulho irritante que faz, enquanto mastiga de boca aberta.

Jess, é uma garota do terceiro ano do ensino médio. Um ano mais velha que eu. Ela decidiu em 24 de abril de 2017, que eu seria a pessoa quem ela iria infernizar até que eu receba um empurrão, direto para a expulsão.

— Oi, Jess. — Digo abrindo um sorriso nervoso. "Você tem medo dela?". Um pouco. Com razão.

— Olha, lindinha. Você tem um caderno, com o desenho de uma abelha fofa. — Diz, arrancando o caderno de minhas mãos. Tentando, pelo menos. — Me dá o caderno. — Diz puxando novamente. As pessoas se amontoam ao nosso redor. O frio percorre minha espinha. — Vamos, S/n. Não quer que eu faça pior. — Diz. Da última vez que ela fez "pior", eu cheguei em casa com metade dos lápis do meu estojo quebrados e meus cadernos molhados. Foi um longo dia.

— Não precisa disso. — Digo, abrindo um sorriso gentilmente, nervoso. Abraçando mais forte o caderno. Pedindo aos céus por um milagre.

— Ah. — Diz rindo. — É nesse pequeno pontinho. — Ela gesticula o pequeno, com suas unhas, coloridas de preto. — Que você se engana. — Um suspiro. — Terr-

Ela é interrompida por um grito, e passos rápidos no corredor. — Eu vou pegar você, seu cabeludinho, imundo! — Os passos continuam na direção do grande grupo que se formou em torno de mim e Jess.

— Com licença queridos amigos. — A voz soa com tranquilidade e sarcasmo.

Minha mão é agarrada, e puxada. Assim, me obrigando a correr junto. Meus pés se movimentam muito rápido. Água escorre de minha testa, e minha respiração fica ofegante. Olho para trás, vendo Zacary Stevanjous. Um exemplo de brutamonte, correndo como se estivesse em uma corrida de revezamento.

Louis, segurando minha mão, também olhando para trás, rindo como se fosse um grande show de comédia, enquanto corre como um louco. — A direita! — Ele fala alto, para eu ouvir. Assim, me viro na direção, junto com ele.

Continuamos a correr. Agora, estamos no corredor onde ficam as salas de química. Apenas os sons de nosso calçados deslizando pelo chão são ouvidos. Descemos um lance de escadas, chegando novamente em um andar de armários.

Continuamos a correr, agora nossas mãos já estão separadas, passamos desviando das pessoas. Por algum motivo misterioso, apenas algumas delas reclamaram. Mas, fomos educados e pedimos licença.

Logo, passamos por uma porta. Olho ao redor, uma sala. Não era uma sala qualquer. Havia um grande sino pendurado, empoeirado. As paredes de tijolos, um pouco gastas. Ao redor, algumas prateleiras com plantas e amostras. Livros clássicos empoeirados, vinis. Diversas bugigangas.

— Não sabem da existência disso aqui — Diz Louis respirando profundamente, logo, soltando o ar. Ele abre um sorriso aliviado. Por mais acabado que estivesse, o cabelo desgrenhado, a respiração ofegante, o blazer azul, parte do uniforme, aberto.

Ïmªgîn3s - Louis Partridge <3 (Livro ²) - Pedidos FechadosOnde histórias criam vida. Descubra agora