Capítulo 16: Pétala por pétala

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"Como o dia, minha amada nasce.

Ele está mergulhado em minha completa escuridão.

Minhas esperanças foram completamente frustradas.

Sua ajuda chegou bem na hora."

Gün Gibi, Tarkan.

Fonte: Desconhecida

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Fonte: Desconhecida.




De volta ao Aşk Sarayı, Malik estava realizando sua dança, impressionando-os mais uma vez. Às vezes cobria parte do rosto e balançava a cabeça num ritmo brincalhão ao ritmo dos tambores. Kyungsoo foi visitá-lo por motivos muito sérios, mas era impossível não se perder na sedução de seus movimentos artísticos. Geyik havia escondido seu rosto machucado com um véu, deixando apenas seus olhos descobertos e assim ele se movia de um cliente para outro enchendo seus copos, mas não se aproximando de Sehun, ele deixou que as mulheres o atendessem enquanto o médico esperava. Estava morrendo de vontade de tê-lo perto, de perguntar como ele se sentia, de tocar sua mão, pelo menos uma vez, mas todos pareciam estar muito atentos: Kris, Rabih, Patel, os guardas persas... todos atentos a Geyik e Sehun. Naquela noite havia outro estrangeiro à mesa, um americano muito consciente sobre o que eles tinham descoberto recentemente; que naquele lugar se vendiam prazeres. Quando Malik parou na frente dele para dançar, o estrangeiro corajosamente colocou algumas notas na bainha de sua longa saia. O dançarino imediatamente parou de sorrir e de se mover. A música parou, as luzes se acenderam, os persas atacaram o referido estrangeiro, agarrando-o pelos braços e arrastando-o para a saída. Malik mal tocou no dinheiro para jogá-lo no chão e saiu da sala sem olhar para ninguém, com uma expressão séria, como se estivesse com muita raiva. Ele era proibido de receber pagamento direto, além de divulgar o negócio de forma tão óbvia.

— O que aconteceu? — Kyungsoo perguntou a Sehun. Rabih ao seu lado os ouviu e se ofereceu para explicar.

— Malik é nosso príncipe, não um prostituto. Aquele homem o ofendeu colocando dinheiro em seu corpo daquele jeito, como se pudesse comprar nosso deus da arte, nosso amado califa, todos aqui trabalhamos para que ele fique confortável, por isso aqueles homens que interrompem sua dança devem ser expulsos...

— Mas... e o dinheiro que é cobrado para ficar com Malik? — o médico perguntou.

— Cobramos por um tempo com ele, é verdade. As pessoas pagam para estar com ele, entrevistá-lo ou tirar fotos como com qualquer artista... não por sexo. O que Malik quer fazer com seus fãs em seu quarto só depende dele... sua privacidade.

Kyungsoo e Sehun se entreolharam confusos. Eles não sabiam se o que eles suspeitavam não era nada mais do que parte de seu choque cultural em relação aos costumes que eles não entendiam muito bem. No final da noite, o médico mais velho pagou por um tempo com Malik, como planejado, e Sehun voltou para a clínica em profunda frustração por nem sequer ter tocado a mão de Geyik. E se Malik fosse uma das pessoas que o machucavam? Não. Não poderia ser o caso. Durante a viagem ao deserto, os dois caminharam juntos e foi o dançarino que chorou implorando a Kyungsoo para salvar Geyik.

Geyik, Geyik — Sehun pensou —, se as coisas estão tão ruins, eu não vou deixar continuar.

Enquanto isso, Kyungsoo foi recebido no luxuoso quarto onde havia transado com o odalisco pela primeira vez. Malik o observou entrar e colocou música para tocar, tirando o tecido bege que cobria seu corpo e Kyungsoo notou que ele estava usando uma saia branca perolada que brilhava um pouco a cada movimento. O tecido era tão fino que se colava ao seu corpo como uma segunda pele. O médico podia ver claramente o formato da genitália e a pequena coroa de cabelos escuros e encaracolados naquela área. Uma faixa de rosas tatuadas circulava seus quadris em ondas, assim como uma faixa de moedas penduradas que estremeciam friamente com o menor movimento. Quando olhou para cima, viu os olhos de Malik, alinhados de modo que o khôl se alongava mais nas pontas, dando-lhe uma aparência altamente enigmática.

O dançarino parou na frente dele que já estava sentado na beira da cama. Ele levou as mãos à cabeça, puxando seus cabelos enquanto dançava, com o movimento de suas costelas se projetando e sua barriga contraída. Kyungsoo engoliu em seco. A pele quase morena contrastando com o tecido branco, o umbigo na altura dos olhos, pronto para ser lambido, os ossos pontiagudos e viris da pélvis; mas lembrou a si mesmo que não estava ali para isso. O deus turco dançou um pouco de shimi, fazendo seus quadris vibrarem sedutoramente, e a faixa de onde pendiam pequenas moedas cantantes tilintava alegremente.

— Malik... — conseguiu sussurrar com a garganta seca.

Ballisaray — ele respondeu com um meio sorriso ao final de sua apresentação.

Ballisaray, Ballisaray... A única coisa que Kyungsoo precisava para enlouquecer era uma palavra. Segurando o quadril de Malik com as duas mãos, ele o puxou para perto para dar um beijo logo abaixo de seu umbigo, no centro de uma rosa. Ele podia sentir a pele morena formigar e o homem parado na frente dele se contorcer um pouco, deliciosamente. Um beijo. Uma rosa. Isso é até onde ele poderia ir no momento. Ele pagou para aprender os segredos do deus turco e é isso que ele faria. Pétala por pétala, pacientemente, mesmo que tivesse espinhos.




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Ballisaray [TRADUÇÃO PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora