Secret

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[N/I] Ola pikachussss

Como estão nessa quarta-feira maravilhosa?

Obrigada pelo apoio que vocês me dão, eu posso agradecer 1 milhão de vezes, p mim nunca parece o suficiente, pq vocês são >>>>>>.

Eu nunca imaginei que a fic teria tanta repercussão assim, obrigada, de verdade. Amo vocês.

Musica do cap: Medicine - Daughter (ela parece meio sem qualidade mas ela é desse jeito mesmo e eu espero não dar problemas igual as outras).

All the love. - Liny.

—x

Zayn se sentiu mal ao ouvir tais palavras; ele com certeza não esperava que aquele fosse o motivo para que Liam sumisse o dia todo. Ficou parado sem saber o que dizer ou o que pensar, até perceber o constrangimento que aquilo estava se tornado. O esquisito não olhava em seus olhos, mantinha a cabeça baixa a qualquer custo e Zayn podia ouvir seu choro baixo. Se afastou um pouco mais e pegou a mão de Liam, o levando para dentro de seu apartamento.

- Sente-se no sofá. Eu vou buscar um copo com água.

Foi até a cozinha e suspirou, agarrando levemente seus cabelos. Ele não sabia lhe dar muito bem com a morte, nunca precisou fazer isso; os poucos parentes com quem tinha contato continuavam vivos, mesmo os distantes. Voltou para sala e encontrou Liam um pouco mais calmo, ele já não chorava mais, porém continuava cabisbaixo

- Aqui, Liam. - Entregou o copo. Se sentou no sofá ao lado do namorado enquanto o mesmo tomava a água e se acalmava. - O que houve com Louis e Harry? - Perguntou preocupado e com cautela.

Liam sorriu levemente e devolveu o copo. Zayn parecia um bobo, mas Payne sorrir daquele jeito o deixou minimamente aliviado.

- Louis e Harry não são meus pais.

- Não? - O moreno perguntou confuso, ele não dava uma dentro.

- Quer dizer, são, não... Argh, eu os considero, mas Louis é meu tio e Harry é o noivo dele.

- Desculpa, mas... Eu estou meio confuso, Liam.

Liam suspirou. Havia chegado a hora, ele devia isso á Zayn e, por mais que estivesse desesperado, não tinha como voltar para trás. Ele teria que contar aquilo que fazia com que ele se sentisse infeliz, solitário e culpado por tanto tempo; era hora de contar sobre seu passado.

- Zayn, eu preciso que você me deixe falar, tudo bem? Sem interrupções e sem julgamentos até o final. Você promete?

- Liam, eu... - Malik estava confuso.

- Prometa, agora. Se eu não te contar tudo agora, eu talvez nunca mais conte. - Fechou os olhos. Aquilo era mais difícil do que ele imaginava. - É a primeira vez que falo abertamente sobre meu passado com alguém. Prometa.

O moreno percebeu, finalmente, o que estava acontecendo ali e colocou o copo na mesa de centro. Segurou as mãos de Liam e as beijou. Ele iria se abrir naquele momento, ele confiava em Zayn.

- Eu prometo.

- Tudo bem. - Suspirou mais uma vez, não soltando a mão de seu namorado. - Eu nunca fui muito bem aceito pela minha família. Eu era filho único e isso fazia com que eu me isolasse um pouco, por isso sempre fui meio anti-social. Para meus parentes aquilo era uma coisa horrível, pois a família toda trabalhava com negócios ou comercio ou qualquer coisa do tipo, envolvendo interação. Minha avó materna sempre dizia para os meus pais que eu iria estragar o nome Payne e coisas similares. Eu nunca me importei, porque eu tinha o apoio dos meus pais para tudo, sabe? Eles me amavam mesmo com todos dizendo o quanto eu era um lixo, e só amor deles era suficiente para que eu acordasse todos os dias sorrindo. O único que se salvava de todos era Louis, ele é irmão mais novo da minha mãe. A família do meu pai nunca foi presente, de qualquer forma. - Liam sentiu seus olhos arderem ao se lembrar do pior dia de sua vida e sua voz se modificou com o choro se fazendo presente mais uma vez. - Há dois anos atrás, quase três, meu pais estavam passando um pouco de dificuldade, mas eles tinham um dinheiro guardado no banco, para emergências. Nessa mesma época eu fiquei muito doente e meus pais se desesperaram. Uma noite a minha febre estava muito alta, o que fez com que minha mãe convencesse meu pai a irem até o banco pegar um pouco do dinheiro e comprar os remédios. Eu lembro que antes de minha mãe sair, ela me beijou na testa e disse "Nós te amamos de todas as formas, Liam. Até mesmo doente. Sempre estaremos aqui e logo você vai melhorar, eu prometo". - O esquisito tremia, e se sentia um tanto zonzo. - Era como... Como se ela já soubesse o que iria acontecer, Zayn, e só com as palavras dela eu já me senti um pouco melhor. Eles saíram, dizendo que eles voltariam logo, então eu esperei, esperei por seis horas seguidas, mas eles não voltaram. Depois do que pareceu uma eternidade, eu ouvi a porta abrindo e corri até a sala, descalço. Eu não me importava com a bronca que minha mãe daria, eu só queria abraçá-la e abraçar meu pai, dizer aos dois que eu os amava e que eles eram os melhores pais do mundo. - Soluçou. - Mas quando eu cheguei na sala, encontrei um policial e minha avó no lugar dos meus pais. Minha avó chorava e me olhava com mais desdém do que o normal e o policial apenas anotava algumas coisas que minha avó dizia. Eu estava tão confuso, eu queria meus pais e quando perguntei para minha avó quando eles voltariam ela apenas respondeu: "Eles não voltarão, sua peste. E a culpa é sua. Suba para seu quarto, agora." Eu não queria acreditar nela, eu apenas corri para meu quarto e chorei embaixo do meu cobertor, com a frase dela na minha mente. Mas para mim, meus pais não tinha morrido, eles somente tinham fugido. Eu chorei, acho que por horas, eu não sei, não me lembro muito bem. Só lembro que depois minha avó entrou no quarto dizendo para que levantasse e arrumasse as coisas, pois eu ia morar com ela. Morei com ela durante um mês e meio, e foi os piores da minha vida, pois ela sempre repetia frases como "Foi por sua causa", "Deus está te castigando por ser uma pessoa má" e até "você deveria ter ido no lugar da minha filhinha." Eu ainda não sabia de nada, aquela mulher nem mesmo teve a coragem de me contar a verdade, mas um dia eu acordei de madrugada, e a luz da cozinha estava acesa. Fui até lá e encontrei minha avó dormindo sobre um jornal com uma foto dos meus pais; eu aproveitei seu sono profundo e peguei os dois, a foto e o jornal, e corri para meu quarto. Eu liguei a lanterna embaixo do meu cobertor para não chamar a atenção e li a machete do jornal, me lembro que dizia: Atentado à banco da cidade deixa 14 mortos e 8 feridos, algo assim. Eu li a matéria toda, rezando para que não achasse o nome dos meus pais, mas foi inevitável, logo eles aparecerem e eu me desesperei, ficando ciente do que realmente havia acontecido. Meus pais morreram de mãos dadas, se amando até o ultimo minuto, e de alguma forma aquilo me fez acreditar que eles foram para o céu, mesmo nunca ligando para religião, eu achei que Deus receberiam meus pais e todo amor que eles traziam junto. Eu continuei lendo e tinha um depoimento de um sobrevivente, falando sobre meus pais, e eu fiz questão de recortar aquela parte. Ela disse que meus pais imploraram para os bandidos deixarem eles irem embora, e então veio a frase que mais me culpou por todos os anos: "Fique com todo o meu dinheiro, eu não me importo, mas deixe eu e minha mulher voltarmos para casa, para nosso filho. Eu quero vê-lo crescer, quero ensiná-lo a jogar futebol, ajudá-lo com um coração partido, quero poder ter certeza de que eu fui um bom pai." - Liam agora chorava sem pudor algum. - Ele foi um ótimo pai, Zayn, o melhor que eu poderia ter. Mas eu nunca disse isso á ele, e perdi a chance dizer, todas as chances perdida por causa de uma quantia de dinheiro. Eu me lembro que eu chorei, e abracei a foto dos meus pais, e pela primeira vez Zayn, pela primeira vez eu rezei. Rezei para que meus pais me ouvissem e disse á eles que eu os amava e pedi para Deus que acolhesse meus pais, para que eles não sofressem nunca mais e também para que perdoasse minha avó, pois ela só estava sofrendo assim como eu. Eu guardo a foto e o recorte de jornal até hoje. Logo eu fui morar com Louis e Harry pois eles conseguiram minha guarda e foi por isso que eu fui transferido para cá, Zayn. Por isso eu sempre vivia de fones, não falava com ninguém e era chamado de esquisito, apenas porque eu era infeliz. - Liam finalizou, sentindo seu corpo quente.

- Liam, eu...

- Só - Levantou a mão, impedindo o namorado de falar. - Só me deixe falar mais uma coisa, algo que está preso aqui há muito tempo. Um dia eu perguntei para minha mãe o que ela faria se eu morresse e ela disse que ela morreria junto. Eu falei que aquilo era impossível e ela disse: "Sabe Liam, quando uma esposa perde o marido ou o marido perde a esposa, é chamado de viúva ou viúvo. Quando um filho perde um pai, é chamado de órfão. Mas quando uma mãe perde um filho, não há nenhum codinome, porque é uma dor tão grande que não pode ser nomeada" - Liam sentiu que poderia desmaiar. - Ela mentiu, Zayn, porque quando um filho perde um pai, os dois de uma vez, também é uma dor insuportável. Eu morri, uma parte de mim morreu junto com meus pais e só não foi enterrado junto, porque eu só fui ao tumulo deles dois meses depois da morte, quando Louis e Harry me levaram. Desde então eu viajo até minha antiga cidade três vezes no ano, para visitar meus pais e minha avó. Por isso eu sumi dia todo.

Zayn não sabia o que dizer. Seus olhos cheios e seu coração apertado, mas ele se mantinha forte por Liam. Sentiu nojo de si mesmo por esconder a aposta dele, resolvendo que contaria agora sobre ela. Levantou o queixo de seu namorado e, pela primeira vez desde que entrou no apartamento, Liam o encarou nos olhos. Como um flash back, Zayn viu aqueles olhos cheios de dor, os mesmos olhos da biblioteca quando o moreno disse que tinha vergonha dele. Aquilo fez com que perdesse sua coragem e força, deixando as lágrimas caírem de seus olhos e abraçando Liam. Era por isso que ele nunca contava nada, era por isso que ele sempre fugia do assunto, esse era o lado de Liam que ninguém conhecia, o lado escuro e oculto dele. Payne confiava o suficiente em Zayn para lhe contar isso, e então, mais uma vez, ele adiaria a conversa da aposta. Ele não traria mais dor á Liam, não agora.

Apertou o namorado com mais força, como se com aquele gesto ele pudesse tirar toda a dor dele, lhe passando toda a segurança que podia. Zayn iria protege-lo, de qualquer forma, de qualquer pessoa.

- Me desculpe, meu amor. Eu não imaginei.

- Você disse na mensagem que iria me perder, Zayn, mas você não vai. - Soluçou. - Eu não posso perder mais ninguém.

- Hey, não. - Segurou o rosto de Liam com ambas as mãos. - Eu disse para você que iria fazer seus dias mais felizes, se lembra? Eu não vou deixar você, não importa o que você foi no passado, o que importa é o que você é agora. A dor nos transforma, Liam, e sua te fez mais forte. Sabe, eu li uma frase uma vez que dizia: "Como saberíamos o que é prazer, ser saber o que é a dor?". - Finalizou e Liam riu de leve, pela segunda vez no dia.

- Isso é de A Culpa É Das Estrelas. - Debochou.

- Você só pode estar brincando. Você leu todos os livros do mundo? - Zayn sorriu, fazendo Liam sorrir junto.

- Talvez.

O moreno sorriu mais ainda e fechou os olhos, passou a ponta do nariz por todo o rosto de Liam, sentindo o cheiro que ele tanto gostava. Beijou um lágrima que se fazia presente ali e afagou os seus cabelos.

- Eu sinto muito, Liam. De verdade. Mas agora eu estou aqui e você não tem mais que se preocupar.

- Pensei que quando eu te contasse você iria me achar mais esquisito ainda, e não iria mais namorar comigo. - Liam disse se aconchegando melhor em Zayn.

- Você não se lembra de nada o que te digo, Li? Eu não seria capaz de deixá-lo, já te disse. - Malik respondeu, e fez com que seu namorado deitasse com a cabeça em seu colo. - Você quer que eu te leve para casa agora?

- Na verdade, se você não se importar, eu gostaria de ficar mais um pouco aqui. - Fechou os olhos com o carinho do moreno em seus cabelos.

Zayn sorriu, percebendo o quanto Liam se sentia bem perto de si. O que melhorava ainda mais esse sentimento, era o fato de ser reciproco. Ninguém fazia tão bem é Zayn, quanto Liam, e agora que o esquisito confiava nele o suficiente para contá-lo o seu pior lado, Zayn se sentia a melhor pessoa do mundo. Deu um beijo na bochecha do namorado, como uma forma de agradecer.

- Você pode ficar o tempo que quiser.

unseen || ziamOnde histórias criam vida. Descubra agora