04 - Chantagem

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Quando Hayun chegou em casa, ela simplesmente se jogou em cima da sua cama, gritando a plenos pulmões contra o travesseiro. Ela se sente mal por descontar sua raiva em seu fiel companheiro adormecido, mas não tem outra saída para todas as emoções borbulhando dentro dela. A cabeça de sua mãe espia pela porta do quarto enquanto pergunta se está tudo bem, mas Hayun simplesmente responde com um aceno de mão sem levantar o rosto. Nesse exato momento, ela só deseja morrer sufocada.

Como alguém pode ser tão atraente e irritante ao mesmo tempo? Ele faz com que ela queira atacar sua boca perfeita com a sua enquanto ela simultaneamente arranca a vida dele para fora do corpo. Aquelas bochechas redondas e estúpidas e aquele maxilar idiotamente perfeito e apenas... tudo. Tudo em Park Jimin é tão atraente e perfeito, exceto quando ele abre a boca. Quando ele faz isso, é quando os planos de assassinato e estrangulamento de Hayun entram em jogo. É quando ela quer matá-lo.

Por muitas batidas depois, ela continuou deitada lá com o rosto enfiado no travesseiro enquanto pensava muito sobre o que fazer. Talvez ela possa pedir para mudar de professor, ou melhor, talvez ela devesse pedir transferência para outra escola. Talvez ela devesse pedir ao seu irmão alguma chantagem da faculdade para manter o homem longe de suas costas pelo resto do ano. Park Jimin deve ter feito algo estúpido na faculdade, especialmente se ele era amigo de Taehyung. Algum tipo de vídeo bêbado ou foto idiota de algo que ele se arrepende de ter feito, qualquer coisa que faça ela ganhar uma folga dos olhos de falcão dele durante a aula esperando que ela estrague alguma coisa.

Se as coisas continuarem como nos últimos dois dias, ela nunca terminará seu último ano do ensino médio. Ela estará na detenção todos os dias e terá que vê-lo sempre que Taehyung o trouxer para sua casa também. Praticamente não há como escapar do homem.

A porta do quarto se abre novamente e sua mãe entra, hesitante. O telefone fixo de casa está na mão dela e ela olha para sua própria filha como se fosse um animal selvagem que pode ataca-la a qualquer momento. "É para você," ela diz e entrega o telefone. Quando Hayun o atende, ela sai correndo do quarto.

"Alô?" Hayun murmura cansada no alto-falante. Suas emoções foram completamente drenadas nas últimas duas horas depois de ficar presa na mesma sala com o Sr. Park.

"S/N!" Taehyung grita alegremente.

Hayun estremece e mantém o alto-falante a uma boa distância de seu tímpano agora latejante. "Oi, Taehyung," ela responde com um suspiro e escuta seu irmão estalar a língua para ela do outro lado.

"Você deveria me chamar de oppa," ele murmura em um momento de amargura brincalhona. Depois disso, sua voz volta ao seu volume normal de felicidade. "Eu tenho algo seu!" ele canta.

Hayun franze a testa, sua curiosidade transbordando para fora. "O quê? O que você tem?"

"Bem, eu não tenho em mãos agora, mas está vindo para cá. Jimin me disse que você esqueceu seu telefone na detenção hoje." A voz de Taehyung tem uma cadência sugestivamente provocante.

Hayun geme de tristeza quando finalmente percebe que realmente deixou seu telefone para trás na hora do desespero. "Suponho que não há qualquer chance de você trazer o meu telefone aqui, não é?" ela pergunta docemente. "Oppa?"

Taehyung começa a rir histericamente. Ela vai tomar isso como um não. "Vou mandar uma mensagem para a mamãe com o endereço do nosso dormitório," Taehyung explica simples. "Você pode vir buscá-lo. Jimin deve estar em casa quando você chegar aqui."

Ótimo, isso é simplesmente maravilhoso.

***

O pulso de Jimin torce quando ele gira a chave na fechadura, abrindo a porta principal do seu dormitório compartilhado. Sua cabeça latejando pesadamente depois de um longo dia preso em uma sala de aula com um bando de alunos imaturos que, embora não sejam muito mais jovens que ele, ele os supera tanto em maturidade quanto em nível intelectual. A porta se abre e ele entra, fechando-a atrás de si e arrastando-se pelo hall de entrada. Ele joga as chaves numa mesinha ao lado da porta e enfia a mão no bolso da calça para pegar o celular. Ao fazer isso, seus dedos roçam num retângulo menor e desconhecido achatado contra o seu próprio telefone.

Teach Her [Tradução PT/BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora