12 - Prós e contras

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Quando o sinal toca para sinalizar o fim da aula, o ansioso Jimin não consegue decidir por onde começar. Ele observou a confusão e a suspeita nos olhos de Hayun o dia todo, o que, embora seja divertido o suficiente, não é nem de longe tão engraçado quanto vê-la ferver de raiva. Ele tem algumas opções. Sempre que ele a toca, Hayun fica vermelha como uma cereja bonitinha e produz um olhar flamejante para ele. Ele deveria começar sentando ao lado dela?

Ela está sentada em sua mesa no fundo da sala de aula, se concentrando em terminar alguma lição de casa irrelevante. Se ele pegar a mesa vazia ao lado dela para ajudá-la, ele terá acesso total. Ele pode aproximar as cadeiras enquanto finge querer ajudá-la na lição, e então observar como ela fica desconfortável e irritada com a presença dele. Jimin se recosta em sua cadeira, cruzando os braços presunçosamente atrás da cabeça enquanto considera as possibilidades: o braço dele em volta do ombro dela, uma mão no joelho dela, o roçar sutil de seus lábios na sua orelha. Talvez ele possa brincar um pouco mais com a bainha da saia do uniforme dela. Qualquer coisa para fazer aquele rubor subir em suas bochechas. Qualquer coisa para fazer aquele brilho aparecer em seus olhos femininos. Ele não pode esperar por esse momento.

Tirando os óculos e passando os dedos pelos cabelos para desarrumá-los um pouco, Jimin revira os ombros e se levanta. Ele se move em direção à garota inconsciente de sua aproximação, afrouxando a gravata. A escrita no papel entra em foco à medida que ele se aproxima: algum tipo de conta matemática. "Precisa de alguma ajuda?" ele pergunta. Hayun olha para cima com surpresa, sua boca se transformou em uma carranca automática ao som da voz dele. Ele se esforça para segurar o sorriso.

"Não, obrigada," diz ela com um olhar de desinteresse. "Estou bem."

Ele se senta de qualquer maneira ao lado dela e se inclina sobre o ombro dela para olhar os símbolos matemáticos. Ela olha para ele com o canto do olho e aperta o lápis com mais força. Ele aponta para um dos problemas. "Mas você entendeu esse errado."

"O que?" ela exclama com os olhos se arregalando e estreitando em rápida procissão, Hayun olha para o problema e dá a ele a oportunidade de deslizar o braço pelas costas da cadeira dela. "Por que está errado?" ela questiona exasperada, ela só queria acabar logo aquilo. Entretanto, ela estava completamente alheia à diversão de Jimin. "Se você mover o X e o Y aqui, e então aplicar a fórmula..."

"A é ao quadrado, Srta. Kim." Inclinando-se para perto, Jimin move o dedo ao longo do papel. "E então X e Y se movem assim, aqui. Eles são opostos, mas eles pertencem um ao outro, entende? Como peças de quebra-cabeça. Como... o destino." A última parte ele termina em um sussurro sensual no ouvido dela enquanto aplica uma de suas estratégias. Ele deliberadamente desliza o lábio inferior contra o lóbulo da orelha dela e sopra um pouco ali. Com o quão perto ele está, ele pode ouvir Hayun sibilar algo como: "Pare com isso." Rindo baixinho, ele morde o lábio quando ela se inclina para trás em seu assento e percebe que o braço dele está lá. "Parar com o que?" ele brinca enquanto desliza a mão livre em sua coxa, dedos flertando com a bainha da saia dela que o deixa quente pra caramba.

Hayun endurece no lugar. "Eu juro, Park Jimin..." ela o ameaça começando a ferver por dentro. "Se você não tirar suas mãos de mim em dois segundos, eu vou..."

"Sr. Park, por favor se apresentar à secretária."

O alto-falante apita alto por toda escola antes de desligar novamente, cortando Hayun de qualquer ameaça deliciosa que ela estava fazendo contra seu professor. Jimin suspira e se levanta de seu lugar, desapontado. O elemento surpresa se foi agora.

"Volto daqui a pouco," Jimin afirma, escondendo sua decepção. "Não sinta muito a minha falta."

Antes de sair pela porta, ele ouve um som zombeteiro atrás de si, o que o faz sorrir com o fato do quão infantil Hayun pode ser às vezes.

***

É agora. Esta é a oportunidade que ela estava esperando o dia todo. Enquanto assistia as costas de seu professor desaparecendo conforme seus passos o levava para longe da sala de aula, Hayun se levantou rapidamente de seu assento e foi silenciosamente até a mesa do professor que ficava perto do quadro negro. Ela não sabe por quanto tempo ele vai ficar fora, então ela precisa ser rápida. Ela tem que encontrar esse maldito livro e voltar para sua mesa sem deixar rastros.

Ela ficou inacreditavelmente aliviada que o alto-falante tenha ligado naquele mesmo exato minuto, porque ela estava, naquele momento, dividida entre beijá-lo e socá-lo no rosto. O calor de seu toque conseguiu enviar dois tipos diferentes de rubor por todo o corpo dela, mas há apenas um deles que ela quer reconhecer. O único que importa é a raiva; não há nenhuma sinceridade de sua parte dentro da atração. Ela tem que se lembrar disso.

Hayun imediatamente passa as mãos pelas coisas de Jimin em cima da mesa enquanto seus olhos procuram por aquela capa de couro marrom. Não está na superfície, então ela não perde tempo em hesitar. A primeira gaveta range um pouco quando Hayun a abre e começa a mexer no conteúdo dentro dela. Papéis e cadernos são empurrados para um lado e para o outro por suas mãos enquanto ela passa por cada uma das gavetas da escrivaninha, perplexa pela ausência de um maldito livro encadernado em couro.

Que droga! Ele o estava segurando no outro dia, para onde foi?

Talvez ela tenha perdido ou algo assim. Determinado que está ali em algum lugar, Hayun inicia uma busca secundária nos pertences dele. Entretanto, quando ela abre a última gaveta novamente, passos são ouvidos vindo do corredor, se aproximando. Encolhendo-se, ela tenta endireitar tudo o máximo possível antes de deslizar de volta para o seu assento meros segundos antes dos sapatos de Jimin entrarem na sala novamente. Ela faz sua melhor impressão inocente ao observá-lo, tentando parecer surpresa e curiosa com o retorno dele. No entanto, ela não precisou fingir essas emoções por muito tempo. Elas eram reais.

Atrás de Jimin, duas pessoas entraram na sala de aula e olharam ao redor. Um menino e uma menina, um que ela reconhece e o outro um estranho. Lee Jaehee a envia um sorriso felino da porta, enquanto Hayun geme em miséria.

O que ela está fazendo aqui?

O outro aluno é um garoto desconhecido com cabelos castanhos macios e um comportamento quieto. Ele olha para ela solenemente, cumprimentando-a com um leve aceno de cabeça. Jimin parece estressado agora. Ele gesticula para os dois se sentarem nas mesas da frente e olha para ela com olhos cansados ​​e exasperados. "Srta. Kim," ele a chama. "Houve um problema na sala de detenção principal. Parece que você terá companhia a partir de agora."

Está brincando, né?

Hayun dá a Jaehee um olhar de mau gosto, franzindo o nariz. Ela realmente não quer ficar por uma hora e meia testemunhando ao vivo sua colega de classe tentando entrar nas calças de seu professor. Já basta durante a aula. A sedução dela é simplesmente desagradável. Além disso, como ela vai agora procurar pelo livro quanto há testemunhas na sala?! Ao mesmo tempo, ela está muito mais segura do referido professor com outras pessoas na sala.

Acho que tenho que sacrificar uma coisa para ganhar outra...

Enquanto Jaehee observa o Sr. Park com fome, Jimin olha para Hayun com decepção nostálgica, e o novo garoto a envia olhares curiosos, ela só espera que os prós dessa situação superem os contras.

Teach Her [Tradução PT/BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora