Todos preparados?
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Quando a porta do elevador se abre na cobertura ouço a música alta. Ele está dando uma festa. É isso mesmo? Eu não disse 'sem festas'? Fico puto, mas ele está feliz e tem direito de comemorar com quem quiser, já que eu disse que não iria vê-lo esta noite. Mas aqui estou...Toco a campainha e Jace abre a porta. Ele não parece surpreso e sei que o avisaram da portaria.
_ Ele não pode falar com você agora... _ avisa quando eu entro e olho as pessoas dançando ao redor. Há homens e mulheres, sei que a maioria é turista, hóspedes do resort, gente rica e bonita. Onde está Alexander?
_ Onde ele está? _ pergunto.
_ Ele não pode falar com você agora..._ se limita a repetir. Jace é inexpressivo e isso me irrita. Ele devia ser como Alexander, que eu leio inteiro em seus olhos. Eu saberia o que ele está fazendo, embora tenha uma vaga ideia e isso me deixa mais puto.
_ Perguntei onde ele está! _ rosno, sobre a música. _ Vou ter de invadir o quarto dele? _ pergunto, Jace conhecendo finalmente o meu lado arrogante e mandão.
_ Ele está trabalhando, ganhando dinheiro... _ responde, naquele estilo sem emoção.
Sinto meu coração ferver. _ Acabe com essa merda de festa. Eu disse que não podia fazer festa! _ quase grito, com raiva.
_ Ok, vou encerrar a festa _ ele diz, com tranquilidade. _ Ele nem está participando mesmo _ dá de ombros.
_ Onde ele está? _ repito e vou até o quarto, o invadindo. Não há ninguém lá. _ Me diga! _ rosno com mais raiva do que devia estar.
_ No segundo quarto de hóspedes. Ele não leva clientes para seu quarto _ aponta o corredor. _ Última porta à esquerda...
Avanço pelo corredor como um louco assassino, e ainda o ouço avisar, em voz alta, que a festa acabou e todos reclamarem e começarem a sair.
Abro a porta com um chute e vejo um cara sobre Alec. Ele é louro, cabelos quase platinados, e muito branco. O arranco de cima do meu homem o pegando pela nuca e o jogo no chão. Não perco meu tempo com ele, que me olha com olhos esbugalhados e apavorados, enquanto se cobre com as mãos.
Vejo Alec arregalar os olhos e puxar as cobertas para esconder sua nudez, também, mas não dói tempo a e o pego pelo pulso, com força, e o arrasto para fora da cama e logo do quarto, o levando pelo curto corredor, até a sala e de lá para o quarto dele. Não havia mais ninguém ali, por sorte.
O jogo na cama e bufo. Estou fora de mim. Eu bufo e rosno. Quero socar uma parede e matar alguém. Tenho vontade de voltar até o quarto de hóspedes e descarregar a pistola, que trago na bota, na cabeça do platinado.
Esmurro a parede para conter a minha raiva, mas paro de repente, quando ouço seu choro baixinho. Me viro para a cama e Alexander está encolhido como um feto, seu corpo treme e ele mal respira, as mãos cobrem a cabeça, como se a protegesse.
Vou até ele, mas se encolhe mais ainda, com medo de mim, o rosto vermelho e molhado. Seus lábios estão roxos de medo e seus olhos são janelas de puro pavor.
Ele não me olha. Porra! Acabo de dar um puta gatilho para um rapaz que sofreu sua adolescência nas mãos de um monstro velho e violento.
_ Desculpe, amor... _ subo na cama, tentando tocá-lo. _ Eu... eu não vou machucar você... eu juro. _ digo baixinho.
Mas ele não responde, treme muito, chorando e aperta os olhos bem fechados, sacudindo a cabeça fortemente em negativa, as mãos apertando os tufos de cabelo.
O ouço murmurar algo, repetidas vezes, mas não consigo entender, porque é inaudível.
O abraço por trás, quase em uma conchinha, o aperto com carinho e tento acalmá-lo.
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Há dez anos...
FanfictionQuando Alec foi oferecido em casamento há Magnus ele não o quis e escolheu outro rapaz. Não imaginou o que sua recusa causaria na vida do garoto.. Dez anos se passaram e eles se encontram. Há ódio e sofrimento nos olhos doces de Alec, mas ele tem um...