Há dez anos...

15 - Bônus 5 - Tudo vai ficar bem

Elaine (@elainesarrao) aqui está o seu bônus!!
Tá vendo, você teve esperança e seu dia chegou!!!
Só para você saber que eu não ignoro pedidos😅😅😅. Às vezes a inspiração é que não ajuda, mas desta vez deu certo...
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Alec não era alguém que confiasse fácil nas pessoas, por tudo o que passou em sua vida. Ele sabia, por dez anos, que só podia confiar em Jace.

O primeiro a traí-lo foi seu pai, que tentou vendê-lo à Indonésia e, quando não deu certo, o vendeu a Albânia. Pior, a um velho demônio albanês, que fedia a fumo de rolo, não era dado a boa higiene pessoal e cuspia quando falava. Alec tinha nojo de Afrim Rama e não foi uma nem duas vezes que vomitou enquanto ele o sodomizava. E esse foi apenas um dos motivos das surras homéricas que levou… 

Às vezes, o ouvido de Alec doía e zumbia. Sua mandíbula estalava quando ele abria muito a boca, mas nem isso o impedia de dar prazer ao marido, que nem sabia desse desconforto.

Para Alec, Magnus estava acima de qualquer dor ou mal-estar, porque quando o via satisfeito e sabia que era por sua causa, tudo tinha valido a pena.

Alec confiava totalmente em Magnus e o que ele dizia era lei. Em suas noites de pesadelos, quando acordava assustado, e o pânico o tomava, era a voz de Magnus que o acalmava. Bastava ouvi-la para seu coração voltar a bater mais devagar. Amor é isso?

Em pouco mais de dois anos de casamento Alec e Magnus conquistaram uma intimidade e cumplicidade que ambos nunca tiveram com ninguém, e eles sabiam disso. Era nítido o quanto se importavam, se preocupavam e se amavam.

Que Magnus superprotegia Alec todo mundo sabia e ninguém questionava, mesmo que às vezes parecesse que ele até sufocava o outro, o mantendo em uma redoma acolchoada. Alec era seu bonequinho de porcelana… e ele amava aquela pele leitosa, branquinha e macia…

Ele era tão perfeito, seu rosto, corpo, coração… mas a sua cabecinha era um bomba relógio, que podia explodir a qualquer momento, e Magnus tinha pavor de isso acontecer, por isso o poupava de tudo e qualquer coisa que pudesse deixá-lo minimamente estressado.

Magnus já tinha visto como o estresse fazia mal para Alec. O medo de errar com os filhos, a insegurança com relação ao relacionamento deles, Alec ficava atônito com facilidade e depois vinha a confusão mental e as convulsões…

Então, a ordem era nunca deixar Alec se estressar, o que era cumprido a risca, até aquele dia…

Como parar Alec? Como fazê-lo se acalmar, quando o coração dele dizia que algo estava errado, que Magnus não estava onde dizia estar.

Alec aprendeu a ler as pessoas desde cedo. Ele precisava saber o que o esperava, antes de agir e levar um tapão ou gritos nos ouvidos.

E, quando Magnus não voltou para casa, não ligou, não atendeu sua ligação ou respondeu sua mensagem, algo acendeu em sua cabeça…

Ragnor foi o responsável por dar "o recado". Segundo ele, Magnus teve de viajar para a Indonésia, para uma ilha secreta da organização.

_ Trata-se de uma reunião ultra secreta, eu realmente não sei o assunto. O chefe mandou e ele e todos os outros líderes tiveram de ir… Ele está incomunicável… _ seu rosto inexpressivo era alvo dos olhos escrutinadores de Alec. Era claro que o rapaz não estava acreditando nele.

E Ragnor estava fazendo o seu melhor para manter a mentira. Magnus havia sido sequestrado pelos húngaros. Seus três seguranças estavam mortos e a guerra de facções estava instaurada. Em algum momento Alec saberia da verdade, mas Ragnor rezava que fosse só depois que Magnus conseguisse ser libertado e estivesse ao seu lado.