5 - Por impulso

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Boa sorte com a leitura de hoje!!!
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_ Vai me dizer o que aconteceu ontem a noite? _ Ragnor está sentado na minha frente e me olha por cima do seu adorado tablet.

Cruzo os pés sobre a mesa e me estico na cadeira, levando as mãos para trás da cabeça. _ Nada... _ minto, com um sorriso cínico nos lábios.

_ Se você diz..._ ele faz uma careta e volta ao seu brinquedinho. _ Quando pretende se reunir com Robert?

Suspiro. _ Ainda não sei... mas tem de ser rápido, para o bem de Max..._ aponto.

_ Vai obrigá-lo de algum modo? _ indagou.

Aperto os lábios. _ Ainda não sei... Talvez... Provavelmente...

_ Hummm _ ele faz apenas um barulho com a garganta. Sei que está zangado por tê-lo feito mentir para Jack, mas não diz.

Temos um longo dia de trabalho. Ainda sinto a noite de ontem no meu corpo dolorido. Há muito tempo não fico assim e sorrio como um bobo. Eu tomei o corpo dele e ele o meu.

Decido voltar cedo para casa. Recompensar Jack de alguma forma, para me sentir menos culpado. Hoje de manhã saí mais cedo que o habitual e o deixei dormindo ainda. Eu não saberia o que dizer quando olhasse sua cara inocente me desejando bom dia.

Ragnor passa o dia silencioso, resolvendo minha vida em seu tablet e pelo celular. Ele sempre resolve tudo para mim. Tudo que poderia encher meu saco. Eu me responsabilizo pelo mais pesado. E está tudo bem...

Chego em casa no fim da tarde, com flores e chocolates para Jack. Ele me recebe com um sorriso alegre, que eu não via há muito tempo.

Pega seus presentes e me dá um beijo casto. Pergunta como foi o meu dia e tira o paletó do meu terno preto, me deixando em mangas de camisa. Folgo a gravata e sorrio feliz por vê-lo com tão bom humor. Jack não é mal humorado. Longe disso! Ele é apenas comedido.

Antes que eu consiga perguntar o que o deixou tão alegre, ouço risadas e gritinhos na sala de brinquedos de Rafe. _ Quem está brincando com ele? _ pergunto.

_ Nosso convidado para o jantar. Não sabe como ele é bom com crianças... Eles se entenderam tão rápido e estão brincando há horas..._ ele ri, me puxando pela mão naquela direção.

_ Quem? _ franzo o cenho, totalmente alheio ao que ele está falando.

_ Alec Lightwood! Ele veio fazer uma visita e conhecer nosso filho... eles são uma festa juntos. Esse rapaz é uma criança grande, sabia?

Meus olhos crescem. _ Alec... Alec Lightwood está aqui? Aqui, na nossa casa? Com o nosso filho? _ pergunto e não consigo esconder meu choque.

Ele me encara confuso. _ Por que? Ele é perigoso? Eu avisei a Ragnor e ele liberou..._ Jack não está entendendo.

Todas as visitas na minha casa são supervisionadas por Ragnor Fell, meu ilustríssimo secretário. Esse cara que me deixou no escuro sobre a presença de Alec na minha casa. Eu vou matá-lo!

Jack entreabre a porta da sala de brinquedos a tempo de vermos a bela performance teatral de Alec, que leva as mãos ao peito quando Rafe atira nele uma flecha de plástico certeira.

Então, Alec cai no tapete colorido. _ Ahhh... você me matou, grande caçador!!!!

Rafe corre até ele e monta em sua barriga lisa, pulando e rindo animado. _ Eu matei o urso, eu matei o urso!

Jack bate palmas e os dois olham na direção da porta. Alec nos vê de cabeça para baixo. _ Papai!!! _ Rafe grita quando me olha e corre para os meus braços, com seu chapéu de pele de lince na cabeça.

Há dez anos...Onde histórias criam vida. Descubra agora