7 - Culpa

303 35 31
                                    

Eu não ia postar mais hoje, mas a maioria vence, então...
.
.
.
.
Estou nervoso como nunca me senti antes. O trânsito parece lento demais e a vontade que tenho é de descer da porra desse carro e ir correndo para o hospital.

Alexander está ferido e não consigo pensar em nada além disso. Robert fugiu e meus homens estão à sua procura.

Ele faz parte do nosso grupo e, nosso trabalho é protegê-lo, mantê-lo em segurança, depois da merda que fez.

Mas, não é isso que eu quero. No meu íntimo só penso em matá-lo.

_ Catarina disse que ele está na sala de cirurgia. Por sorte tudo aconteceu dentro de um hospital e o atendimento foi imediato. Ela falou que é grave, mas sua situação era estável quando foi encaminhado para a cirurgia... _ Ragnor me conta o quadro atual, enquanto meus olhos estão cravados na janela, embora não enxergue nada.

_ Tem certeza que deve ir ao hospital agora? Não vai poder vê-lo... _ meu amigo acrescenta.

_ Eu vou vê-lo! _ garanti, indignado, pura certeza em minha voz. Ninguém vai me impedir de ver Alexander.

A cirurgia demora mais de três horas e a espera está me matando, mesmo que esteja em uma sala privada. Jace também está aqui, sisudo, silencioso, mas o vinco em sua testa aponta toda a preocupação que sente.

_ Por que ele veio? Ele sabe que o pai não iria aceitar que visse Max _ enfim, pergunto a Jace.

_ Porque ele é impulsivo e você sabe disso _ ele me responde, ríspido. _ Alec faz o que dá vontade, não adianta tentar colocar juízo naquela cabecinha... Depois de Rama, ele diz que ninguém mais vai dizer o que deve fazer. Eu não consigo controlar Alec... _ ele diz, frustrado, e eu entendo bem isso.

Alexander é uma força da natureza. Ele ficou amigo do meu marido depois que começamos a nos relacionar, e meu filho o adora. Vai ao meu, escritório quando bem entende, e me pede para foder em cima da mesa. E, pior, eu faço exatamente o que ele quer. Talvez eu tenha culpa por mimá-lo.

Ragnor faz sua investigação interna e descobre a conexão de Alec com as enfermeiras. _ Tudo estava sob controle, Robert tinha saído, mas deu meia-volta, por ter esquecido os óculos de sol no quarto. Só não era o dia de sorte do garoto, como ele achou que seria... _ me conta, em um suspiro lamentoso.

Me sinto impotente, enquanto espero e espero. Então, Jack aparece na sala vip e eu quero gritar com ele e mandá-lo para casa. Como ele ficou sabendo?

Ele está preocupado, gosta de Alec. Teme por sua vida. Me abraça, como se buscasse consolo, ou... como se tentasse me consolar. Não tenho uma boa explicação para dar se ele perguntar porque estou ali.

_ Você não vai poupar Robert, não é? _ seus olhos procuram os meus, entre preocupados e aborrecidos. _ Ele atirou no próprio filho, pode prejudicar ainda mais o outro filho com isso. Você não pode colocá-lo sob sua asa por fazer parte do grupo _ ele fala baixinho para mim.

_ Como sabe que essa é a medida? _ indago, meio chocado.

_ Perguntei ao meu pai... Foi ele quem me falou sobre a sandice de Robert _ ele me explica e finalmente entendo como ficou sabendo de tudo e foi parar no hospital. Meu sogro é um puta fofoqueiro.

_ Não acha melhor voltar para casa? Eu aviso sobre qualquer mudança no quadro. Acho que a cirurgia ainda vai demorar... _ sugiro e ele não parece gostar. Eu devia ter ficado calado e não chamar atenção para mim.

_ E você, o que faz aqui? _ me pergunta.

_ O futuro de Robert depende do que acontecer aqui... _ digo, me sentindo um mentiroso. Eu quero matar Robert agora!

Há dez anos...Onde histórias criam vida. Descubra agora