Capítulo 28

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Erick

    O tempo. Ele era meu inimigo, tinha medo do que estava por vir e do que poderia perder, hoje... ele era tudo que eu pedia que passase rápido. Nunca desejei tanto que o futuro chegasse, que minha vida já estivesse resolvida e tudo estivesse encaminhado para que meus problemas cessassem.
   Já faz quatro dias desde a sexta-feira, e a tarde de karaokê, onde minhas suspeitas da briga de Tati e Kevin foram confirmadas, onde Kevin se levantou sem disser absolutamente nada e foi embora. Após me ver recebendo um abraço de Danillo que apenas me parabenizava pela apresentação, e me dizia o quanto ele me achava bom, e sem graça eu agradecia.
  Outra coisa que me preocupou foi a presença de Madame García que não permaneceu por muito tempo no local, assim que terminei minha apresentação ela se levantou e foi embora. David havia me dito que ela se sentira um pouco mal e por isso preferiu ir, eu já não tinha tanta certeza disso.

    Eu e kevin não estamos mas os mesmo desde então. Brigas se tornaram frequentes neste curto período de tempo e nossa relação não esta em sua melhor fase. Tati não falou com ele desde a briga, e não quis me revelar seus reais motivos para isso.
A formatura seria daqui a alguns dias, para ser exato na próxima semana  quinta-feira à noite. Não vi meu pai em todo esse tempo, Jonas também não tocou mais em nenhum assunto que diz respeito a ele. Ele parece ter abdicado de fazer parte de qualquer coisa que me envolva.

    Hoje em minha folga, uma terça-feira chuvosa para meu azar- ou sorte -, na sala ( Danillo, Jonas e Arthur - que não foram trabalhar por conta da forte chuva)- sem nenhum tipo de programação, decidimos maratonar filmes, pegamos cobertores e nos dividimos entre os dois sofás.

- eu ainda não acredito que você nunca assistiu Harry Potter- resmunguei me sentando no sofá cama ao lado de Danillo com um balde de pipoca.

- Eu nunca vi graça- falou dando de ombros.

- pois agora vai dar uma chace, querendo ou não.

- ele sempre foi assim Erick... - falou Arthur sentado no outro sofá- tudo que era moda, ele não gostava, sempre foi do contra.

- aposto que é da Sonserina!- falei me ajeitando no sofá- eu sempre desconfiei de quem nunca assistiu clássicos. Vocês sabiam que podemos estar sentados com um psicopata agora?

- Eí!- exclamou ele fingindo estar ofendido.

- você sabe que é verdade.

   Rimos em unisono. Demos o play no filme e nos ajeitamos no sofá depois de alguns minutos de filme enquanto comentava sobre os efeitos, Danillo me encarou por um instante.

- tá com frio?- perguntou ele me observando abraçar meu corpo- vem pra cá, a gente divide o cobertor.

- ah não precisa, eu tô de boa.

- deixa disso, eu não mordo- falou se aproximando mais de mim e me cobrindo.

- uhm- disse Jonas enquanto olhava a cena me fazendo serrar os olhos- nossa que pipoca boa, vou fazer mais.

Danillo que disse nunca se interessar pelo filme assistia atentamente comentando cada cena. Era fofo ver suas primeiras reações ao ver algo que para mim já não era tão inédito.

- nossa como eu odeio a Grifinoria- declarou Danillo- eles respiram e o velho da ponto pra eles.

- viu só!, puro Sonserina- sibilei.

- Oh Arthur, vem me ajudar aqui com essa pipoqueira!- Chamou Jonas da cozinha.

- aí meu Deus só falta ele botar fogo na pipoqueira- disse Arthur se retirando.

- E você senhor espertão- provocou me cutucando na barriga- aposto que é da Corvinal- disse chegando bem perto do meu ouvido me fazendo arrepiar.

- sou e com muito orgulho- falei o confrontando.

A Primeira Nota (Romance Aquiliano)Onde histórias criam vida. Descubra agora