capítulo 37

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   O dia que eu mais evitava chegou. Hoje Danillo iria embora e eu já acordara com uma onda de tristeza antecipada, na verdade nem cheguei a dormi direito, parecia que a qualquer momento eu iria desmoronar e começaria uma crise de choro, Mas não o fiz.
    Quando vi o seu rosto colado ao meu me desejando bom dia, tive certeza que aquela era a visão que eu queria ter diariamente. Acordar recebido por aquele sorriso, o sorriso que só ele tinha. O meu sorriso.
  Eu por outro lado tinha uma expressão tristonha que carreguei comigo o dia todo, por mais que eu tentassem não demonstrar o clima de despedida, de último dia pairava sob mim e no final ele sempre acabava percebendo.
   Ele me levou até o shopping, disse que queria comprar algumas lembrancinhas para alguns amigos, e depois de percorremos algumas lojas, finalmente entramos em uma em específico que o agradou. Era uma lojinha de conveniência
que até tinha seu charme, nada muito elaborado, algumas vitrines com suvenires, imãs, pequenas estatuetas. Enfim uma grande variedade de opções.

- o que exatamente você está procurando?- perguntei vendo-o examinar mais uma vez uma pequena escultura do Cristo Redentor.

- não sei. Algo especial, divertido mais ainda assim clichê- respondeu dando de ombros, enquanto colocava a pequena estatuetas no lugar.

- Eu quero o clichê do clichê- disse ele sorrindo quando me viu revirar os olhos.

- o que é mais clichê do que o Cristo Redentor?- reclamei me arrastando atrás dele. Parecia que já fazia horas que estavamos procurando- nós nem moramos no Rio.

- chaveiros- disse com um sorriso divertido.

- ótimo tem vários deles aqui! Escolhe um e aí podemos ir almoçar- resmunguei.

- tudo bem, o que acha desse?- levantou dois chaveiros na altura dos ombros.

- nossa nunca vi nada tão bonito!- Disse em um tom sarcástico- você tem que levar esses.

- você é tão chato quando está com fome sabia?

- é a minha linguagem do amor- dei de ombros sorrindo.

- ser irritante?

- não. Isso é um bônus- falei e ele revirou os olhos.

- vai amor- Danillo me olhou fazendo biquinho- se você me ajudar a escolher eu te pago o que você quiser.

- tudo bem!, mas só porque quero aproveitar as últimas horas com o meu namorado.

- até parece que não é porquê você tá morrendo de fome.

- você é um insensível.

    Danillo decidiu que iria levar dois chaveiros. Um que ele tinha escolhido, um pequeno pingente de havaiana com as cores da bandeira e o outro que eu havia escolhido. Porque segundo ele, sua amiga não tinha senso de humor e também iria gostar mais do meu bom gosto. Era clichê como pedia suas exigências, vinha escrito "Eu ❤️ o Brasil". Depois de eu dar a minha humilde opinião, finalmente seguimos até a praça de alimentação onde eu pedi um lanche grande.
     Ele me encarava enquanto eu comia o meu lanche ele pediu um lanche menor, pois não queria passar mal na viagem.

- muito ansioso pra sua viagem?- perguntei enquanto dava mais uma mordida no meu lanche.

- eu não queria te deixar...

-  não diz isso, você não tá me deixando- coloquei minha mão sobre a sua que estava pousada em cima da mesa- você está continuando seu sonho, e isso é o que mais quero para você. Ver a sua felicidade.

- você é perfeito sabia?

- obrigado, Mas eu tô bem longe de ser perfeito- ri apertando nossos dedos- não ter  certeza de nada é terrível, só que agora, tem algo que eu tenho certeza e eu vou fazer de tudo para continue assim.

A Primeira Nota (Romance Aquiliano)Onde histórias criam vida. Descubra agora