Agora que a ideia de ir para Nova York surgiu e se instaurou em minha cabeça, antes de contar para todos o meu plano, eu queria ter certeza do estou fazendo. Por isso minha mãe prometeu manter isso em segredo por enquanto, e iria me mover para colocá-lo em prática.
Pelo que conversei com ela, a mesma ira depois do ano novo. Ficamos bem mais próximos depois da minha formatura, e até mesmo,Jonas começou a dar mais abertura a ela.
Hoje mesmo ela nos convidou para um jantar na noite de natal em seu apartamento. Algo de família, e fez questão de convidar Tati, afinal ela também é a minha família. E esse é o motivo de estar me arrumando a algumas horas no banheiro. Traçando cada pedaço do meu pequeno plano que já está tomando forma.-Ei já tá pronto?- Perguntou Jonas da porta do banheiro- só estamos te esperando.
- Já sim- falei indo em sua direção- eu fico feliz que esteja dando essa chance a ela.
- acho que eu também - disse - As pessoas cometem erros... mas o importante é o quanto se esforçam para repara-lo.
- Tão maduro ele- brinquei.
- a gente vai aprendendo com a vida- disse ele passando seu braço pelos meus ombros.
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Nossa mãe está ficando em um hotel, não distante de onde moramos, nada muito exagerado coisas de alguns minutos. Quando Jonas estacionou o carro vimos um enorme prédio cheio de grandiosas janelas.
Um homem se encontrava na portaria, setado confortavelmente em uma cadeira.- boa noite- disse ele- no que posso ajudar?
- somos convidados da Madame García- falei simpático.
- são os filhos dela- Tati falou apontando, intercalando entre jonas e eu.
O porteiro nos encarou duvidoso. Mantendo o olhar sobre nós.
- vou informar que já chegaram- ele se virou pegando um interfone- só um minuto.
O observamos enquanto ele esperava a chamada ser atendida, e prestamos ainda mais atenção quando começou a falar.
- com licença madame- começou- tem alguns jovens aqui dizendo ser seus convidados e ... uhm certo.
Ele colocou o telefone no gancho voltando-se novamente para nós.
- não sabia que Madame García tinha mais filhos- disse ele surpreso- podem subir, décimo primeiro andar, apartamento número 35.
Era um lugar bonito, sabíamos que Alicie era uma mulher de grande bom gosto, e que sua renda não era nada baixa, afinal ela é reitora de uma das universidades mais renomadas do mundo e dona de uma cadeia de cafeteiras espalhadas sabe-se lá por quais países. A casa estava toda decorada com coisas natalinas e uma grande árvore se encontrava posicionada em um canto da sala.
Pegamos um elevador, subindo até o 11° andar onde fica seu apartamento que assim como o resto do prédio transmitia elegância. Assim que tocamos a campainha logo a porta foi aberta atrás da mesma minha mãe se encontrava parada estampando um sorriso.- aí estão vocês!-disse ela empolgada- vamos entrem.
- com licença, primeiro as damas- Tati passou na nossa frente com um sorrisinho debochado.
O lugar era tinha uma decoração elegante e alguns vasos espalhados pelo local, as paredes era cobertas por tintas em cores neutras como branco e cinza. Um grande sofá estava desposto no centro da sala.
- Ah! vocês chegaram!- disse Fernanda entrando no cômodo- Estava ajudando David com o jantar.
Ela veio até nós para nos cumprimentar. Distribuindo abraços.
- vamos todos morrer intoxicados- brinquei arrancando algumas risadas.- que bom que vieram- diz minha mãe, ela parece mais emotiva que de costume- eu sei que não estive presente na maior parte da vida de vocês até agora, e ter...
- ter essa chance... Essa oportunidade novamente, é algo que eu sempre quis- falou enxugando umas das lágrimas que escorria pelo seu rosto.
- eu não sou muito de mudar de ideia, quando tenho uma opinião formada sobre algo. Mas uma pessoinha aqui, me mostrou que todos merecem uma segunda chance- disse meu irmão
Logo David apareceu da cozinha, todos nos conversávamos distraídos na sala, era a oportunidade perfeita para o que eu tinha que fazer, todos reunidos em um só lugar. Independente de suas reações eu teria que lidar com elas de uma só vez.
Mas não antes do jantar, que por sinal estava divino David tem um grande talento para cozinha e sabia exatamente o que estava fazendo. Em cima da mesa tinham várias travessas recheadas de comida, um grande peru e garrafas de vinho.
- ahn... - comecei, o nervosismo fazia com que apertasse os nôs dos meus dedos- eu gostaria de dizer uma coisa...Todos agora tinham o foco em mim, me encaravam atentamente e isso só me deixava ainda mais nervoso. Quando olhei para o lado vi minha mãe balançar a cabeça positivamente.
- eu andei pensando que talvez eu pudesse...
Engoli o seco pensando na melhor forma de falar o que eu já a tanto tempo arquitetava e tinha começado.
- Bom eu conversei com a minha mãe e perguntei a ela se tudo bem...- eu suava um pouco e meu pé balançava freneticamente para frente- ir para nova York com ela.
Falei a última parte de uma vez como se soltasse o que estava preso na minha garganta. Eles ficaram em silêncio por um tempo, e todos me encaravam mantendo expressões sérias.
- isso é muito legal, você vai adorar lá- David era o único que parecia animado com a notícia.
- E é claro que ela achou que isso séria uma ótima idéia. Não é mesmo?- disse Jonas.
- Claro que sim!, Eu sempre vou incentivar os meus filhos a realizar seus objetivos- ela abriu um sorriso.
- E quando exatamente você teve essa ideia?- Jonas disparou novamente.
- Não sei, eu pensei que poderia tentar entrar para N.Y.I.P.A, nesse próximo semestre- dei de ombros.
- eu perguntei quando exatamente você teve essa ideia- repetiu.
- Eu não estou fazendo isso pelo Danillo, isso é sobre mim. Esse lugar não me pertence mais, e pela primeira vez em muito tempo eu estou tentando fazer por mim.
- se isso é realmente algo que você quer fazer, eu não posso impedir- ele passou a mão pelo rosto- mesmo que seja bem difícil ficar longe de você.
Eu abri um largo sorriso para ele quando o ouvi.
- Eu vou pegar um copo d'água- Tati se levantou com uma expressão fechada indo até a cozinha.
- eu vou atrás dela- falei
Ela estava recostada no balcão, quando me viu entrar no cômodo, limpou seu rosto tentando esconder seu choro. Evitava me olhar e fungava um pouco.
- porque não me contou antes?- Perguntou ela ainda sem me olhar.
- Dá para olhar pra mim?- indaguei segurando sua mão.
Ela colocou o copo em cima da mesa e me encarou.
- porque eu tinha medo de uma reação como essa- soltei um suspiro exagerado- achei que séria melhor se só falasse algo se tivesse certeza.
- então você vai embora?
- eu... Eu preciso disso- ela me olhou como se fosse voltar a chorar.
- não está realmente fazendo isso por ele. está?
- Não! eu quero mesmo tentar entrar para a
N.Y.I.A.P.- sabe que sempre vou te apoiar, mesmo que esteja do outro lado do oceano. Você faz parte da minha família bobão- Tati me deu um abraço apertado quase me impedindo de respirar.
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A Primeira Nota (Romance Aquiliano)
RomantikTudo que se pode imaginar em um romace musical. Erick tinha uma vida comum como qualquer adolescente, cheia de perguntas e confusões. Ele é uma pessoa boa, repleta de problemas. Que não gosta de chamar muita atenção. Porém tudo isso muda quand...