A Primeira Nota (Romance Aquiliano)

capítulo 32

      A nossa mente... pode ser nosso refúgio, assim como também, uma prisão que guarda os mais profundos pensamentos assassinos.
  
     Jonas não reagiu nada bem quando lhe contei tudo o que havia acontecido, ele aparentemente não dúvida que a versão de Madame García seja de fato verdadeira e sinceramente eu também não. Como era de se esperar ele não quis, sobre hipótese alguma, ver nossa mãe- digo "nossa mãe" aqui entre nós, porquê ainda não me sinto confortável para tratá-la assim- ela não está medindo esforços para se aproximar de nós. Meu irmão como de costume se mantém fechado a qualquer tentativa vinda da parte dela. Na maior parte do tempo eu não o julgo, também estou tentando ao máximo me manter firme em toda essa situação, que  no mínimo é desafiadora.
     Em meio a todos o problemas que começaram a surgir eu simplesmente não encontrei tempo pra mais nada. Em todo esse ano, não parei um segundo sequer, para estudar pro vestibular, o que começou a me incomodar.
  Odeio admitir mas ai vamos nós: Danillo estava certo!, eu não quero trabalhar em um café para sempre. Eu tenho sonhos e  meta!, Essas que por muito tempo foram trancafiadas no fundo do meu ser,  por acha-las inalcançáveis. Um dos erros dos quais eu me arrependo amargamente.

   Meu relacionamento está em decadência a tanto tempo que eu já nem sei mas o motivo, não sei por quanto tempo mais isso vai durar. Toda essa pressão está me fazendo surtar.

- eu não sei mais o que fazer Tati!- disse deitado no chão do meu quarto.

- A respeito do que?- ela lixava as unhas distraidamente.

- De tudo! Madame García, sobre meu relacionamento, meu futuro- suspirei virando de bruços no carpete para olhar para ela- Ahr tá tudo uma merda!

-  Olha sobre a sua mãe bom..., eu acho que vocês devem dar uma chance a ela, devemos que admitir que ela tá tentando.

- Eu também tô tentando, embora esteja extremamente difícil depositar confiança ehm alguém, que pode ir embora a qualquer momento- disse.

- sobre seu relacionamento amigo, isso é algo que deve ser resolvido por vocês dois, ambos devem conversar sobre suas atitudes e ver se é isso mesmo que vocês dois querem um para o outro.
Porque se continuar assim não vai dar. Chuchu, amor ou paixão, seja lá o que for, não segura um relacionamento. Tem que ter muita confiança, cumplicidade e companheirismo. Quando isso começa a desaparecer tudo desmorona. Você ainda o ama? Ou você só sente um carinho especial por ele?

- sinceramente, eu não sei direito- falei suspirando dramaticamente- eu sei que eu ainda o amo mas não sei se é como antes.

- Seja honesto com você mesmo, vale a pena continuar?, Se você não souber responder essas perguntas e porquê ela é óbvia.

- É você tá certa, eu vou ter que resolver isso.- concordei contra minha vontade.

- e seu futuro, você sabe muito bem o que você quer. Lembra de quando éramos pequenos e você me dizia que seu sonho era ser um artista. Espalhar a música pelo mundo, transmitir emoções- balancei a cabeça em afirmativa- então vai a luta viado.

- eu te amo sabia?- falei me levantando para abraça-la.

- eu sei.

- Ah vai se ferrar- disse emburrado.

     Tati não ficou por muito tempo, logo ela teve que ir ajudar suas mães em um compromisso. Aproveitei o resto do dia para ir resolver tudo que tinha pendência ou seja meu relacionamento.
  Peguei um carro por aplicativo e segui em direção a casa de Kevin.  Quando desci do carro não pude evitar de olhar par minha antiga casa, o carro do meu pai estava estacionado em frente a garagem.
     Subi os degraus e toquei a campainha na esperança que ele estivesse em casa, mas quem abriu a porta foi Henrique.