capítulo 34

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Admitir para mim mesmo meus sentimentos por Danillo, foi algo que tive que trabalhar muito dentro de mim. Todo esse tempo em que estive em negação, na realidade me fez perceber que o que estava acontecendo entre nós, tinha muito mais sentimento do que uma amizade. Eu realmente gosto dele e acredito que seja recíproco. Ou pelo o menos quero muito que seja.

- o que vai fazer hoje?- Perguntou Danillo do sofá.

- hoje é a formatura ué- disse enquanto passava pela sala.

- sim, mas só a noite. O que vai fazer agora?- lançou-me um olhar curioso.

- nada eu acho.

- então vamos sair!- disse se levantando em um pulo.

- pra onde?

- sei lá, por aí- ele deu de ombros pegando seu celular.

- não me parece convincente.

- não confia em mim?- perguntou com uma sobrancelha erguida.

- não muito...- brinquei.

- estou levemente ofendido- ele fez drama levando a mão ao peito- anda logo, tá um dia lindo. Podemos caminhar no parque e almoçar em algum lugar, antes de voltar para nos arrumar.

- agora sim temos planos- balbuciei pegando minhas chaves.

- eu sempre tenho planos- resmungou.

- sempre- repeti em tom de debochei.

Fomos para um parque localizado no centro, o qual não costumo frequentar, entretanto como iríamos almoçar fora, preferimos ter opções de escolha e o centro era ótimo para isso.
O local era bem grande e espaçoso. Havia muita vegetação aberta, grandes árvores verdes balançavam as folhagens com a brisa que passava.
Andava a poucos centímetros ao seu lado, podia sentir nossos ombros se encostarem despretensiosos de vez em quando.
O clima do dia era agradável, o céu estava limpo e extremamente azul e o sol brilhava forte.
Pessoas se divertiam por todos os lados, alimentavam os patos nos lagos, faziam piqueniques com suas famílias, andavam de bicicleta por uma extensa rua, pela qual também caminhamos.

Teve um momento, em que Danillo viu um grupo de amigos brincando com uma bola, e pediu para participar do jogo. Eles foram super simpáticos e receptivos. Eu preferi apenas assistir eles jogarem sentado acolhido pela sombra de uma árvore.
A todo o momento ele fazia alguma palhaçada para mim. Quando fazia um ponto comemorava com importação, perguntando se eu tinha o visto.

No fim da partida acenou para eles correndo até onde eu estava sentado e se deitou encostando a cabeça em meu peito.

- você se incomoda se eu ficar assim?- perguntou ele me analisando.

- não nem um pouco- respondi sentindo meu rosto enrubecer.

Passamos alguns minutos sentados assim em silêncio entre si observando um rapaz que tocava seu violão, em uma roda de pessoas. Eu fazia cafuné em seu cabelo, até me surgir a ideia de compartilhar algo que se repetia na minha cabeça.

- vou sentir sua falta...- disse quase que em um sussurro, Danillo estremeceu na minha frente.

- o que disse?- indagou levantando o rosto para me olhar.

- disse que vou sentir a sua falta- repeti agora em bom tom.

- ainda falta um tempinho antes de eu ter que ir- ele se remexeu pra ficar no mesmo nível que eu - também vou sentir a sua falta. Muita.

- é...

- não acredita?- questionou.

- não é isso... É só que...

A Primeira Nota (Romance Aquiliano)Onde histórias criam vida. Descubra agora