Prólogo

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— Convenhamos, poderia ser pior-

— Vá à merda, Potter.

— Estou tentando ser otimista.

— Você está iludido. Não há como esta situação ser pior.

— Voldemort ainda pode estar vivo.

— Esse também não é um pensamento muito animador. Acho que lhe disse para calar a boca.

— Como se eu fosse ouvir você, Malfoy.

Os dois ficaram ali em silêncio por um momento ou dois. A masmorra onde eles estavam algemados, suspensos no ar por seus pulsos, estava quieta. Não havia indicação de que Draco pudesse ver que o sequestrador estava à vista. Draco se contorceu, mas tudo isso realizado foi uma espécie de movimento pendular. Ele não podia tocar o chão, não importa o quanto ele esticasse os dedos dos pés.

— Isso é tudo culpa sua! — Ele rosnou, para preencher o silêncio.

— Se você não estivesse tão interessado em brigar comigo, você ainda estaria em segurança em Hogwarts e seria apenas eu aqui sozinho.

Draco odiava quando as pessoas apontavam seus erros.

— Como vamos sair daqui? — Ele perguntou, ainda se contorcendo contra as algemas de metal. — Essa merda está começando a machucar meus pulsos.

Era mentira. Seus pulsos estavam sangrando, e ele podia sentir um fio de líquido quente escorrendo por seu braço e em suas vestes. Ele não estava disposto a deixar Potter saber disso. Ele não conseguia sentir as pontas dos dedos, pois suas mãos estavam ficando dormentes.

— Como chegamos aqui em primeiro lugar? Você sabe quem nos sequestrou? — Potter exigiu, óculos tortos em seu rosto.

— Eu não tenho a menor ideia, Potter. Agora, você vê alguma saída daqui?

— Não. Minha varinha sumiu. Eu a tinha em um coldre no meu braço, mas não está aqui.

— A minha também não. — Ele suspirou e inclinou a cabeça para trás para olhar o teto em exasperação. Então ele franziu a testa, não acreditando muito no que estava olhando.

— Potter, — ele disse, concentrando-se. — Olhe para cima.

Potter inclinou a cabeça para trás também, e seu pomo de adão balançou enquanto ele engolia.

— Tem uma chave pendurada no teto. Por que há uma chave pendurada no teto?

— Não questione o que está fazendo lá! Como vamos pegá-la?

Ambos olharam para a chave por um tempo, e o pescoço de Draco começou a doer. Estava pendurado lá em uma corrente de prata manchada a meio caminho entre eles, muito longe para suas mãos acorrentadas alcançarem. Draco gemeu. Não havia maneira de alcançá-la, era como se o sequestrador estivesse zombando deles, colocando sua salvação a poucos metros deles.

Ou como um desafio...

— Potter, quão pesado você é? — Ele perguntou, tentando medir a distância com os olhos.

— Não muito. Hermione continua me dizendo que eu deveria comer mais...

— Eu não me importo com o que Granger diz a você. Tire seus tênis.

— O quê? Por quê? Ficar de meias não vai ajudar em nada a nossa situação.

— Cale a boca, Potter, pela última vez e escute. Tire seus tênis. Então, preciso que você tente colocar uma perna em volta de mim.

Shackles | Drarry Onde histórias criam vida. Descubra agora