Capítulo 5

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Havia uma névoa prateada na frente dos olhos de Draco, e não importa o quanto ele piscasse, não iria embora. Ele vagou sem rumo, mas não havia pontos de referência em qualquer lugar para marcar seu progresso. Ele não estava com medo, mas era terrivelmente chato apenas ficar na névoa. De vez em quando, ele ouvia uma voz ecoando que parecia distante. Ele não conseguia entender as palavras, mas achava que soava como Potter.

Ele estava de mau humor no nevoeiro por um tempo quando sentiu uma mudança. A névoa começou a clarear um pouco, e as bordas ficaram tingidas de ouro. Ele ouviu a voz mais claramente, e estava se aproximando.

Eu preciso de você do meu lado.

Ele sentiu como se estivesse saindo da névoa, lentamente. Ele piscou os olhos, e a neblina começou a clarear mais rápido até que ele pôde sentir o chão duro contra suas costas, algo macio sob sua cabeça e dedos quentes enfiados em seu cabelo.

Olhos verdes olharam para ele com preocupação e ele levou um momento para reconhecer Potter.

- O quê- - Ele tossiu e piscou um pouco mais. - O que está acontecendo, Potter?

- Encontrei uma sala cheia de poções, e lembrei daquela que você disse que poderia te curar. E olha, ainda estamos aqui, se quiser dar uma olhada em todas as poções.

Draco franziu a testa e perguntou. - Ainda estamos nessa coisa de desafio estúpido?

- Sim. - Os dedos em seu cabelo se enrolaram mais.

- Idiota. Eu disse para você me deixar lá.

- Foda-se? De jeito nenhum eu poderia deixá-lo lá, sozinho. Você estava indefeso!

- Eu teria ficado bem. - Draco mordeu o lábio, imaginando se deveria contar a Potter suas suspeitas sobre o motivo de eles estarem ali para começar.

- Então, algumas dessas poções são úteis em nossas futuras lutas para escapar desse lugar louco? - Potter perguntou, esfregando a mão livre na nuca.

Draco sentou-se, perdendo a sensação dos dedos de Potter em seu couro cabeludo antes de rapidamente e impiedosamente bater o desejo novamente. Não havia tempo para isso.

- Polyjuice? Difícil de preparar e valiosa. Veritaserum, - ele abriu o mais próximo e o cheirou. - Essa não. Essa coisa não é nem uma poção, é vodka. Essa? Sem cheiro.

Ele pensou em todas as poções transparentes que não tinham cheiro e não encontrou nada que pudesse prejudicá-lo. Ele mergulhou o dedo no frasco e o lambeu. Também não tinha gosto.

- Potter, me pergunte de que cor são meus olhos.

Potter perguntou, e mesmo tentando dizer "castanhos", sentiu-se compelido a dizer "cinzas."

- Veritaserum...

- Você acabou de tomar Veritaserum? - Potter perguntou, inclinando a cabeça.

- Sim, mas só um pouco. Nem mesmo as três gotas regulamentares.

- Quanto tempo duram os efeitos nessa dosagem?

- Na melhor das hipóteses, alguns minutos. - Draco ficou um pouco nervoso, de repente percebendo que havia algumas coisas que ele sabia que ele definitivamente não queria que ninguém descobrisse.

- Você sabe por que estamos aqui?

- Eu sei. Eu teria respondido a essa pergunta mesmo sem a Veritaserum, você sabe, Potter.

- Como você sabe?

- Eu descobri pelas memórias na penseira.

- As pessoas que nos trouxeram aqui são perigosas?

Shackles | Drarry Onde histórias criam vida. Descubra agora