Capítulo 05 - Verde Marfim.

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N/A: Desculpem pela demora, acabei me distraindo um pouco, mas aqui estou. Espero que gostem e relevem o capítulo curto, isso estava parado nos rascunhos a quase 1 semana.

Uma boa leitura ❣️

Fazia pelo menos umas 2 horas desde que Rowan tinha acordado e feito as obrigações dentro de casa, 2 horas que esperava por Edwin, que pendia na beirada do sofá preto

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Fazia pelo menos umas 2 horas desde que Rowan tinha acordado e feito as obrigações dentro de casa, 2 horas que esperava por Edwin, que pendia na beirada do sofá preto. Uma pequena poça de saliva se formava ao lado do seu rosto, o treinador o encarava com aqueles olhos verdes cheios de aros dourados, indiferença brilhava ali.

Suspirou e deixou a xícara já sem chá sobre a estante que mantinha a Tevê. Ele se abaixou, quase apoiando-se no chão coberto por um carpete branco. As mãos pousaram sobre o calor corpóreo de Edwin, a pele tão macia que chegava a formigar sob as palmas de Rowan.

ㅡ Acorda! ㅡ mandou Rowan, balançando-o bruscamente. Edwin gemeu. ㅡ Vai se atrasar.

ㅡ Me deixa dormir ㅡ ralhou Edwin manhoso, virando o rosto para o outro lado.

Impaciente e quase jogando para o alto o seu bom senso, Rowan andou até a cozinha, no cômodo ao lado, e encheu um copo de água. Ele voltou quase marchando, preparado para molhar o seu sofá.

Quando o moreno com a cara amarrada entrou na sala pronto para jogar água na cara de Edwin, o mesmo já estava sentado no sofá. A blusa branca quase amarela grudada ao corpo. Os olhos faiscando ódio encarou Rowan em desafio.

Edwin sorriu cínico. O sono ainda dominava o rosto amassado.

ㅡ Que doce.

ㅡ Você não acordou por nada ㅡ justificou o treinador, alternando o peso do corpo de uma perna para a outra.

Edwin parou de respirar conforme os olhos pousaram sobre as calças e a jaqueta que estavam jogadas no chão da sala. Rowan se sentiu incomodado com o jeito espantoso que o universitário via as roupas largadas. Algo rugiu sob a pele e a cara neutra que Rowan mantia. 

ㅡ O que aconteceu?

ㅡ Não é óbvio? ㅡ Rowan arqueou as sobrancelhas. Edwin fez biquinho, esfregando o rosto. ㅡ Não transamos se é isso que o atormenta.

Só então Edwin voltara a respirar normalmente.

ㅡ Graças a Deus.

ㅡ Graças a mim ㅡ retrucou Rowan trincando os dentes. ㅡ Você estava quase implorando pelo meu pau, garoto.

O mais velho enrugou o nariz, indignação maciça esboçada no rosto duro.

ㅡ Olha como você fala comigo! 

Edwin estalou a língua e não se impôs ao berro que Rowan lhe deu. O jovem encarou-o igualmente irritado, raiva serpenteando na ponta da língua.

ㅡ Eu falo como eu bem entender.

ㅡ Ogro! ㅡ resmungou Edwin, e começou a catar a jaqueta e as calças que estavam jogadas ao chão.

ㅡ Onde pensa que vai, Fedelho? ㅡ gritou Rowan indo atrás de Edwin, esbarrando em alguma móveis pelo caminho. ㅡ Você nem sabe em que parte da cidade nós estamos.

Edwin parou diante da porta e olhou para trás sobre o ombro, os olhos reluzindo ódio, o nariz dilatando-se como um boi bravo prestes a correr.

ㅡ Eu encontro o caminho.

ㅡ Garoto ㅡ começou Rowan, mas a chave girou e Edwin sumiu porta afora.

Rowan encarou a cena estático no meio do cômodo, os olhos buscando qualquer indício de que o que acabara de acontecer não tivesse passado de um devaneio muito realista. Mas os minutos se passaram e o treinador permanecia ali, nada de Edwin ou de qualquer outra pessoa. Rowan riu baixinho, sentindo o cheiro de Edwin que ainda estava por todos os lados.

•∆•

Depois de perder quase todas as disciplinas do dia, Edwin tinha ido à cantina buscar algo minimamente decente para comer, ou qualquer coisa que fosse fácil de engolir. Ele estava pegando a bandeja de ferro com o almoço quando avistou Margot se aproximando. Estava explícito na cara dela que ela queria conversar.

ㅡ Não ㅡ Edwin interrompeu antes dela começar a falar.

Margot mordeu o lábio inferior olhando para Edwin com ternura.

ㅡ Desculpa por ontem à noite.

Ele bufou erguendo o queixo fino. 

ㅡ Não, eu não desculpo ㅡ ralhou Edwin, caminhando para longe de Margot, mas ela o seguiu. ㅡ Não quero conversar com você, Margot.

 ㅡ Eu pisei na bola, eu sei, mas será que não podemos tentar… Ser amigos?

ㅡ Amigos não arrastam os outros pra uma roubada ㅡ pontuou Edwin, sentando-se à mesa. Ele deixou a bandeja prateada sobre o móvel e encarou a ruiva irritado. ㅡ Sabe quantos quilômetros eu corri do apartamento do Rowan até o campus?

Margot ponderou por um ou dois segundos antes de manear a cabeça e balançá-la.

ㅡ Não.

Edwin quase rosnou.

ㅡ É! ㅡ grunhiu ele. ㅡ Eu também não sei, mas os calos nos meus pés dizem que foram muitos.

ㅡ Como posso te compensar? ㅡ perguntou Margot sentando-se mesa, de frente para o castanho.

ㅡ Se você fizesse a Aisha afogar no próprio vômito eu faria uma orgia em seu nome.

ㅡ Jura? ㅡ perguntou Margot esperançosa.

Um frio passou pelos calcanhares de Edwin e ele arregalou os olhos, logo depois semicerrou na direção dela. Buscava por uma feição que mostrasse a ele quem ela verdadeiramente era.

ㅡ Está mesmo cogitando essa loucura.

Como uma brisa repentina, ela balançou a cabeça jogando as mãos ao alto. Sorria constrangida e as bochechas queimavam.

ㅡ Desculpa, as vezes sou mais literal do que gostaria.

Edwin deu de ombros.

ㅡ Ainda que fosse divertido ㅡ começou Edwin desviando a atenção do pão duro ao lado da sopa gordurosa para a loura rodeada de vadias de cabelo loiro. ㅡ não seria bom para a minha bússola moral, o que particularmente é um saco.

ㅡ A Aisha não seria tão complacente.

ㅡ Conheço esse jogo!

Um sorriso malicioso surgiu nos lábios de Margot, sob a grossa camada de gloss sabor morango. Os olhos verdes-açafrão brilhavam com as possibilidades. 

ㅡ Mesmo?

Enquanto comia o almoço, Edwin tinha que escutar e conversar com Margot. Sempre tendo que controlar a vontade de revirar os olhos, não porque a ruiva falava demais ou falava besteira, mas sim porque ele estava faminto. A corrida do subúrbio de Pallos Frans até a faculdade tinha exaurido ele e a fome infinita comia a pouca paciência que ainda tinha.

Edwin tinha que caçar.

Incandescente | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora