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Edwin O'Brien está em seu último ano na faculdade, e está prestes a conseguir aquilo que mais almejou desde que ingressou na universidade de Pallos Frans:...
Não vou deixar de atualizar por causa de leitores fantasmas, mas também não vou ser besta. 100 comentários e eu posto outro cap antes do sábado. Valendo!
Não esqueça de deixar sua estrelinha🥺🙏🏽
Uma excelente leitura❤️
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Kal tinha colocado a última mala na traseira aberta do jipe. Não era como os outros jipes, aquele não tinha portas ou dava qualquer privacidade ao dono. Tudo era aberto. Tinha pelo menos 16 minutos desde que Kal tinha saído de sob Edwin sem acordá-lo e tinha começado a organizar as coisas para a viagem que faria.
A noite ao lado de Edwin tinha sido recheada de repreensões e uma maratona de Star Trek.
Edwin abriu a porta da fraternidade e saiu, vestindo uma calça moletom e sem camisa, e também descalço. Se aproximou de Kallias, enquanto ele o esperava escorado na traseira do jipe.
ㅡ Está de partida? ㅡ inquiriu Edwin vestindo a jaqueta vermelha de Kallias.
ㅡ Sim ㅡ sussurrou, juntando os lábios numa linha reta. ㅡ Você precisa aprender a se virar.
ㅡ Preciso mesmo ㅡ riu fraco e olhou para o chão, os pé sobre a grama molhada e fria, depois voltou a olhar para Kal. ㅡ Aonde vai?
ㅡ Crystalline, divisa com o México e os Estados Unidos.
Uma lembrança antiga surgiu do meio da tristeza iminente da despedida. A última vez que Edwin e Kallias tinham ido acampar no deserto próximo a Crystalline. A cidade em que havia alienígenas.
ㅡ Cuidado com os alienígenas!
Kal revirou os olhos.
ㅡ Idiota ㅡ Kal riu. Andou até o primo e o abraçou forte. A colônia que Kal usava era forte, trazia boas lembranças da infância ao lado de Edwin. ㅡ Se cuida, por favor. Se se meter em confusão eu não vou poder te ajudar.
ㅡ Eu sei, eu sei! Pode deixar.
O jipe preto e cinza deu partida. Edwin acompanhou o trajeto do veículo até o fim da rua do campus, quando ele já não podia ver o primo ou o veículo. Kallias tinha ido.
Quando Edwin olhou para o campus, atravessando a rua vinha seu treinador, vestindo um short Tactel preto curto e uma camisa cinza escura da Adidas. O olhar mortal de Rowan dava calafrios em Edwin.
Ficaram frente a frente.
Edwin engoliu seco e ajeitou o cabelo que a brisa da madrugada tinha derrubado sobre os olhos verde-marfim.
ㅡ O que você está fazendo aqui? ㅡ perguntou Edwin, com a voz por um fio.
ㅡ Me desculpar ㅡ disse Rowan. ㅡ O que eu fiz não foi certo, eu... Deveria...
ㅡ Eu teria matado o Wesley ㅡ disse Edwin secamente. A garganta ralhou e os olhos dele ficaram vermelhos, lágrimas ameaçavam sair. ㅡ Se não fosse você e a Margot, a essa hora eu estaria enterrando um companheiro de time.
Rowan deu um passo à frente e na mesma hora, Edwin deu três para trás, balançando a cabeça e negando aos próprios pensamentos.
Rowan sorriu fraco e ergueu as sobrancelhas grossas.
ㅡ E-eu sei como se sente!
Algo antigo e doloroso emergiu das profundezas da mente de Edwin e tomou conta das suas cordas vocais.
ㅡ Não, você não sabe! ㅡ gritou Edwin tão alto que a garganta ardeu e as lágrimas que tinha segurando até o momento rolaram soltas.
ㅡ Eu estava no último ano do ensino médio, tinha me apaixonado pela professora de Literatura ㅡ começou Rowan encarando o chão, tentando fugir do julgamento nos olhos de Edwin. ㅡ Nos apaixonados, e na minha primeira transformação eu deixei o corpo dela em pedaços e comi o coração. Levei 10 anos para me livrar da culpa que me perseguia, e quer saber? Até hoje dói. Então sim, eu sei como se sente.
A garganta de Edwin se apertou.
ㅡ Por que está me contando isso?
ㅡ Por que... ㅡ as palavras morreram na garganta dele. Engoliu seco e sorriu fraco, caminhando na direção de Edwin, que dessa vez permanecia imóvel. ㅡ Se há alguma chance de eu ajudá-lo, saiba que eu estarei aqui!
ㅡ Você não me conhece, Rowan ㅡ disparou Edwin encarando as botas do Lobo. Os olhos e o rosto lavado por lágrimas. ㅡ Vo-você não faz ideia das coisas que eu já fiz.
ㅡ E nem quero! ㅡ Disse Rowan. ㅡ Mas se em um futuro próximo você se sinta confortável em me contar, saiba que não haverá nenhum sentimento de julgamento!
Edwin chorou, chorou como uma criança que nunca tinha sido embalada no carinho materno e com amor. Edwin ainda não tinha conhecido o amor, um amor tão intenso que o faria se sentir ser ar e como se o chão lhe abandonasse sob os pés. Edwin não entendia Rowan, Edwin era uma confusão, uma confusão tão grande que poderia ser capaz de destroçar qualquer coisa, qualquer um.
ㅡ Por que está fazendo isso? Por que está sendo... Compreensivo? Eu não entendo, não entendo!
ㅡ E-eu não sei ㅡ ele riu baixinho. Agarrou-o pela cintura e juntou os troncos, o calor do seu corpo aquecia o do demônio que alinhava seus braços sobre os ombros do treinador, quase nas pontas dos pés. ㅡ Só sei que quando estou diante dos seus olhos... O chão me foge os pés.
ㅡ E-eu...
O pomo-de-adão de Edwin desceu e subiu devagar enquanto ele engoliu seco. Os olhos verde-marfim encontraram os verde-amarelado de Rowan e algo sob sua pele rugiu, algo tão intenso que suas entranhas queimaram e gelaram tão intensamente que imaginou ser capaz de desmaiar nos braço do Lobo.
ㅡ O dia está começando, você precisa ir.
ㅡ Preciso ou você quer que eu vá?
Os braços de Edwin deslizaram pelos ombros de Rowan e desceram até que tocaram o peitoral malhado dele, espalmou as mãos e mesmo sobre a camisa a carne do Lobo queimava. Se encararam por uma fração de segundos.
Completamente hipnotizado pelos olhos verde-marfim de Edwin, o Lobo inclinou a cabeça na direção da dele, pronto para lançar ao vento as consequências e esquecer de vez sua consciência que gritava naquele momento.
Edwin sorriu fracamente encarando a cena e desviou, virando o rosto para o lado oposto. Sentiu uma lufada de ar perto da orelha esquerda e os pêlos se eriçaram.
Voltou a olhar para o Lobo que tinha voltado a encará-lo de cima, já que a diferença de altura era gritante.
ㅡ Será melhor para nós dois, então... Eu quero que vá!
ㅡ Se você quer... ㅡ Rowan maneou a cabeça para o lado, sorrindo fraco. Havia relutância brilhando nos olhos dele. ㅡ Eu vou.
Rowan fez menção em sair, mas Edwin agarrou-o pela camisa com força e olhou no fundo dos olhos do homem. Rowan sorriu surpreso, e meio provocativo.
ㅡ Cuidado... O caminho pode ser perigo a essa hora.
Se fosse qualquer outra pessoa, Rowan teria revirado os olhos e debochado, mas ali, ele achou a coisa mais doce que alguém poderia lhe dizer. Algo tão simples tinha tomado um significado maior do que poderia caber sob o peito do Lobo.
ㅡ Eu sei me cuidar ㅡ disse Rowan.
As mãos grandes e quentes de Rowan abandonaram a cintura de Edwin e os corpos se separaram. O frio se fez presente quase que instantaneamente, havia um formigamento estranho onde Rowan tinha tocado, o que distraía Edwin enquanto ele caminhava para longe. Edwin permanecia em energia parado e atônito, encarando as palmas das mãos.
