O Reino Perdido ᵗˣᵗᶻʸ

004 - Cântico dos bêbados

Depois que entramos no ônibus, todo mundo apagou. menos eu e Soobin. Yiren parecia muito cansada, não só ela, mas todos.

— Pra onde iremos, Choi? — Perguntei pro mesmo, que estava tentando ler um livro

— Omaha. Lá encontraremos uma rodoviária que nos leve pra Denver, e de Denver vamos pra Vegas — respondeu simples. mordi o lábio, omaha seria difícil tanto pra Yiren, quanto pra mim. — é a nossa rota. Não tente pensar nas coisas ruins, por favor, ryu

Sorri pequeno e encostei a cabeça no vidro, deixando o sono me levar.

[•••]

Acordei com Beomgyu e Younghoon, nos avisando que já tínhamos chegado em Omaha. Não tem muita coisas legais aqui. Procurar a rodoviária vai ter que ser a pé, o nosso dinheiro só serviria pras passagens.

— não acham estranho? — encaramos percy curiosos — tipo, essa seria a hora que estariamos correndo de bichos com 5 cabeças ou minotauros ou benevolentes, mas estamos bem, andando normalmente, sem nenhum ferimento, conversando animadamente.

— para de amaldiçoar, cabeça-de-alga. — Annabeth empurrou o namorado forte. — nada vai acontecer com a.. — antes mesmo dela terminar sua fala, vimos algo voando em nossa direção, o que é assustador.

Benevolentes.

— Seu idiota! — Yuna encarou o irmão brava.

— nós cuidamos disso — disparei, eu e Yiren nos entreolhamos e sorrimos. — e você também — apontei pra Beomgyu, que me olhou pedindo piedade.

— vão pra rodoviária, vamos acabar com essa benevolente.

Saímos correndo pra o lado oposto do deles, fazendo as benevolentes nos seguirem.

— Certo, qual é o plano? — yiren gritou pelo barulho irritante que as bruxas velhas faziam

— enfurece-lás, nos alimentarmos da raiva e ódio que elas sentirem e esperar tempo o bastante pra adquirir o sexto sentido. Que tal?

— pode ser

Beomgyu olhava para nós aterrorizado, na sua mente éramos menos.. carnívoras

— e eu? faço o que?

— pense em algo que possa nos ajudar, enquanto será a isca. Faça o que sabe fazer de melhor. Irrite-as

Sorriu animado, com certeza esse é o seu trabalho.

Mudei o meu trajeto. Comecei a fazer barulhos irritantes, imitando-as

— sabe — comecei a correr de costas, virado pras benevolentes — esses barulhos podem irritar qualquer um, mas eu já estou acostumado. Vocês são palermas ou bastardas? — uma delas me mostrou os dentes, não movi um centímetro, parando, fazendo-as fazer o mesmo — bastardas, imaginei. Hades só cuidou bem de Younghoon mesmo — elas ameaçaram se aproximar, mas antes disso acontecer, yiren acertou uma das duas com a lança-treme-esqueleto – apelido que demos pra lanças do chalé 5, pois electrocutava o adversário.

A outra tentou atacar Wang, mas Ryujin foi mais rápida e lançou a arma, acertando em cheio o peito da Fúria.

Senti que podia fazer alguma coisa, mas pra isso eu precisaria de uma garrafa de cerveja, ou qualquer bebida alcoólica que me oferecerem. Eu deixei minha mochila que tem o conteúdo com Soobin. E acabei me esquecendo.

Senti algo me atingir, olhei pra baixo e vi uma pequena garra na minha barriga. Arranquei-a dali, e me aproximei da erínia que Yiren tinha acertado. Com toda a força da raiva que contia, acertei o rosto da bruxa velha e fedida com um soco. Seguido de outro, e mais outro.

Quando achamos que estava de bom tamanho, começamos a nos afastar, em direção á rodoviária, porém, senti algo me acertar o ombro. De novo?!

Me virei e vi as duas novinhas em folha.

Agora eu me irritei.

A um fio de acabar com aquelas velhas corocas no soco, lembrei-me de Dionísio, me ensinando um cântico que me seria útil caso eu estivesse sem as bebidas.

— lembre-se, olhe bem nos olhos do seu adversário, e comece a recitar, ou cantar:

— Rodeia Baco, as Mênades Louras, Buscaí em Dionísio, a Benção das Loucas!

Vimos as Eumênides cambalearem e, claramente, estavam com os sentidos perdidos.

— Façam-as virarem pó! — gritei para as irmãs, que enfiaram a lança no peito com toda força que ainda tinham, fazendo as benevolentes virarem pequenas particulas de poeira. — fui útil?

— muito! — ryu me deu um beijo na bochecha, e eu e yiren fizemos um high-5

[•••]

— Se vocês não chegassem aqui, daqui a cinco minutos, eu iria procurar vocês. No submundo! — Lia me deu um soco forte no ombro, gemi de dor. Mas tivemos que entrar no ônibus pra denver. Essa sim seria uma longa viagem. Ainda mais com os monstros sabendo onde estamos.

Já no ônibus, eu fiquei curioso sobre uma coisa. E resolvi tirar essa dúvida com Ryu:

— por que é difícil pra você e yiren virem pra cá?

Ela me olhou surpresa.

— eu e yiren crescemos aqui, juntas desde a pré-escola. Quando ela fez doze, Wang sumiu, eu perguntei pra todo mundo da vizinhança, mas ninguém sabia de nada, apenas a família dela sabia, e não queria me contar. Eu tinha problemas com a minha família na época, com meu padrasto, especificamente. Depois de umas semanas, ele começou a beber, maltratar minha mãe, e eu também — os olhos da jinnie marejaram, por que eu fui perguntar? — quando eu fiz 12, um sátiro chamado Wooyoung me encontrou, ele me tirou da minha casa em segurança e me levou pro Acampamento, eu sou muito grata a ele, porque no acampamento eu reencontrei yiren, e os meus melhores amigos.

Puxei ela pra um abraço, bem apertado.

— desculpe por te fazer relembrar.

Ela me olhou e sorriu. Como ela consegue ser linda até fazendo isso?

Não me aguentei e beijei ela. Novamente.
Mas dessa vez, estamos bem, e conscientes do que fizemos. Me sinto bem.

Nossas línguas necessitavam de espaço na boca um do outro.

Logo a falta de ar veio, nos separamos e entreolhamos. Ryujin sorriu e me abraçou, relaxei os músculos que estavam tensionados, Ryujin era a minha droga, me deixa feliz e relaxado, por tempo indeterminado.

960 palavras
Gostaram da narração de Beomryu?
Comente "Omaha" se leu até aqui.
Ryujin e Yiren, a dupla treme-esqueleto

©T3ddy__be4r