Capitulo 19

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Acordo assustada erguendo meu tronco. Vejo que ainda esta de noite e oque me choca é Jhon sentado em uma poltro a no quarto. Ele está me olhando com um olhar irritado.
-Boa noite- ele diz
- Boa noite, eu desmaiei?
- Nao- ele se levanta caminhando em minha direção- você dormiu, pelo menos foi oque o médico disse, apagou em cima do prato de comida
Não falo nada apenas fico observando quando ele para em minha frente
- Ele disse que você deveria estar a dias sem dormir. Oque é bem estranho já que me disse ontem que dormiu muito bem.
- As vezes foi uma queda de pressão
- Eu também achei, até você começar a roncar
- Eu não ronco!- digo alto
- Ronca sim, mas essa não é a questão. O que está acontecendo Marydith? Por que mentiu?
- Eu tenho um problema, não gosto de falar sobre isso. Mas não consigo dormir com outro homem, desculpe. Fiquei envergonhada de falar com você depois de tudo que você esta fazendo por mim.
Ele me olha atentamente e arregala os olhos. Parece assustado com algo.
Estica o braço e me leva para o seu peito abraçando-me forte
- Meu Deus Marydith, me diga que é  verdade- ele diz sussurrando
- O que está havendo?
-Pouco antes de me formar eu fazia um trabalho comunitário em uma associação para mulheres que sofriam violência sexual e doméstica
Quando suas palavras saem de sua boca meu corpo gela e dou passos para trás cambaleando. Esqueço que estava perto da cama e acabo caindo sentada.
- Não eu.... - tento argumentar mas minha mente não funciona rápido o suficiente para que eu possa encontrar uma desculpa
- Eu já havia suspeitado antes...- minha cabeça latejava e meu corpo estava ficando dormente
- Você não entende....
- Não precisa me contar nada, mas tem profissionais que podem te ajudar com isso. Que vão poder tr orien...
-NÃO- grito assustada- você não pode contar isso para ninguém, nunca!
- Não vou contar. Eu juro, mas isso não pode ficar assim.
Não digo nada apenas lhe dou as costas e me apoio na parede ofegante.
As imagens inundando a minha mente.
"É apenas sexo gatinha"
Jhon tenta se aproximar de mim mas me afasto aos tropeços
Me sinto engasgada, como se minha garganta estivesse fechando cada vez mais.
Depois de tentar me tocar  três vezes sem sucesso Jhon recua e começa a caminhar até a porta.
E quando sua mão toca a maçaneta as palavras saem de minha boca sem que eu possa conte-las.
- Eu conheci o Clyde quando minha mãe ainda era viva, eu nunca tinha percebido quem ele era de fato. Tinha outras preocupações naquele momento, preocupações que uma criança de treze anos não tem que ter.....
Me sento na poltrona que antes era ocupada por Jhon e ele se agacha na minha frente
- Era tudo muito difícil, minha mãe era viciada, nossa casa era um entre e sai de homens, eu não sei como uma tragédia não aconteceu comigo antes.
As memórias passavam como flashs em minha mente
- Ela era linda, acho que a mulher mais linda que já conheci
- Você teve a quem puxar entao- ele diz baixo
- Mas era viciada,  cocaína e heroína. Tinha vezes que passava dias em coma, até que um dia cheguei em casa e ela estava dormindo mas não acordou mais. Ela era uma péssima mãe,  mas uma boa pessoa. Nunca roubou e dizia para mim não confiar nos homens, que ela estava daquele jeito por causa deles.
Minha mão estava gelada e eu esfregava ela em minha perna. Ao perceber isso Jhon pegou elas com suas e passou a aquece-las
- E foi nesse momento que ele entrou de fato na minha vida, Clyde surgiu como um príncipe, pagou o enterro da minha mãe. Reformou nossa casa, mas em pouco tempo eu já estava morando com ele. Ele esperou, não investiu de fato em mim até eu ter quinze anos, mas eu percebia em seus olhares que ele me achava bonita. E eu gostava- digo as últimas palavras susurradas
- Você era uma menina, óbvio que ia se sentir envaidecida com um homem a achando atraente. Cabia a ele não ter esse tipo de pensamentos.
- Eu tinha uma vida de rainha, o luxo que eu nunca tinha tido antes ele me deu sem nem pestanejar. Mas ele tinha um problema, ainda deve ter na verdade. A lei dos negócios é clara, você não deve consumir oque vende. Clyde não segue essa regra, nunca seguiu.
Tiro minhas mãos das suas me sentindo suja.
- Em menos de seis meses que fui morar com ele já usava cocaína também. Aos quatorze anos, eu já sabia o que a droga tinha feito com a minha mãe, mas era tão bom, eram poucos minutos em que não haviam drogas nem prostitutas nem homens tarados.
As lágrimas que estavam ameaçando cair esse tempo todo começaram a escorrer
- Eu usava muito e ele gostava, dizia que eu ficava mais divertida. Quando ele tirou minha virgindade eu estava totalmente chapada, não lembro de nada. Foi assim por muito tempo.
Eu lembrava daquela época era tudo tão rápido, eu vivia acelerada o tempo todo pensava em mil coisas. Em um dia eu queria ir para Paris, no outro queria me matar.
- A casa do Clyde sempre foi muito movimentada, seguranças saindo e entrando, traficantes de todos os tipos, seus amigos... E seu irmão, Tyler. Ele era totalmente detestável, dava em cima de mim a casa oportunidade e vivia jogando na minha cara o fato de que eu era uma prostituta como a minha mãe.
A cada cena que eu me lembrava me sentia mais suja.
- Uma noite eu passei novamente do ponto, assim como minha mãe passava. Deitei para dormir e só lembro de acordar com os gritos de Clyde e de ver Tyler vestindo sua roupa apressado.
- É melhor pararmos, conheço uma psicóloga. Ela vai poder te ....
Não deixo ele terminar apenas continuo
- Eu estava nua e estava suja. Clyde sabia que eu estava apagada mas Tyler dizia que eu tinha seduzido ele. O final foi trágico, Tyler foi morto na minha frente e eu levei uma surra tão grande que fiquei cinco dias sem sair da cama.
- Não tinha como você evitar não foi culpa sua....
- Depois Luke me confessou que viu quando Tyler entrou no meu quarto no meio da noite. Cerca de nove horas antes do seu irmãos nos flagrar, foram nove horas que eu fiquei desacordada a sua mercê, quinhentos e quarenta minutos.... Nunca vou saber oque ele fez, mas acho que é melhor assim.
Um mês depois do que aconteceu eu comecei a sentir enjoos, meu corpo começou a mudar.
-James...
- Sim, minha reabilitação não foi em uma clínica, foi na marra, acho que deixar a cocaína foi uma das coisas mais difíceis que já fiz. Mas eu não podia fazer isso com ele, não podia fazer com o meu filho oque minha mãe fez comigo. Sabia que ele merecia uma história diferente.
Lembro desses momentos como se fossem hoje,  minha gravidez foi horrível eu vivia estressada e depressiva. As crises de abstinência me faziam ter crises de pânico
- Nessa época eu brigava muito com o Clyde e na maioria das vezes ele não tinha muita paciência e acabava me batendo ou me deixando trancada no quarto.  Até o dia que eu resolvi fugir, roubava dinheiro do cofre particular dele toda semana. Ele estava tão chapado que nem percebia, Luke me ajudou e eu fui embora sem nem olhar para trás.
Me levanto da poltrona e passo por Jhon que continua sentado, certamente enojado.
- Essa é a minha história Jhon- caminho para a porta- Sou uma prostituita ex viciada e nem sei dizer ao certo quem é o pai do meu filho. E a ideia de se quer dormir ao lado de um homem me da ânsia de vômito
Saio do quarto sem dizer mais nada com as lágrimas descendo pelo meu rosto


" Três capítulos em uma semana é meu recorde kkkkkk
Até logo
S.A"

Mrs Prazer e Suas Loucuras (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora