Percorremos uns trinta metros antes de estarmos irremediavelmente perdidos.O túnel em nada se parecia com aquele que Sina e eu tínhamos encontrado antes. Agora era redondo como um sistema de esgoto, construído com tijolos vermelhos, e tinha vigias protegidas por barras de ferro a cada três metros. Por curiosidade, dirigi a luz da lanterna através de uma das vigias, mas nada consegui ver. Ela se abria para a escuridão infinita. Pensei ouvir vozes do outro lado, mas pode ter sido apenas o vento frio.
Sina dava o melhor de si para nos guiar. Ela teve a ideia de nos mantermos próximos à parede esquerda.
— Se ficarmos com a mão na parede esquerda e a seguirmos — disse ela —, conseguiremos encontrar a saída fazendo o caminho inverso.
Infelizmente, assim que ela disse essas palavras, a parede esquerda desapareceu, e nos vimos no meio de uma câmara circular de onde saíam oito túneis, sem termos a menor ideia de como tínhamos chegado lá.
— Hã, por onde viemos? — perguntou Alex, nervoso.
— Façam meia-volta — disse Sina.
Cada um de nós virou-se para um túnel diferente. Era ridículo. Ninguém conseguia decidir que caminho levava de volta ao acampamento.
— Paredes esquerdas são malvadas — disse Uriel. — Que caminho seguir agora?
Sina lançou o feixe de sua lanterna sobre a arcada dos oito túneis. Até onde eu podia ver, eram idênticos.
— Por ali — disse ela.
— Como você sabe? — perguntei.
— Raciocínio dedutivo.
— Então você está chutando.
— Venha, ande — disse ela.
O túnel que ela escolhera estreitou-se rapidamente. As paredes agora eram de cimento cinza, e o teto ficou tão baixo que logo estávamos andando curvados. Uriel foi forçado a engatinhar.
A respiração ofegante de Alex era o ruído mais alto no Labirinto.
— Não suporto mais — sussurrou ele. — Já chegamos?
— Estamos aqui embaixo talvez há cinco minutos — disse Sina.
— Faz mais tempo do que isso — insistiu Alex. — E por que Pã estaria aqui? Isto é o oposto do mundo selvagem!
Seguimos adiante nos arrastando. Exatamente quando achei que o túnel fosse ficar tão estreito que nos espremeria, ele se abriu em um salão imenso. Iluminei as paredes com minha lanterna.
— Uau! — exclamei.
O salão inteiro era coberto por mosaicos de azulejos. As imagens estavam sujas e desbotadas, mas ainda dava para distinguir as cores — vermelho, azul, verde, dourado. O friso mostrava os deuses olimpianos em um banquete. Lá estava meu pai, Poseidon, com seu tridente, estendendo uvas para Dioniso transformar em vinho. Zeus celebrava com os sátiros, e Hermes voava com suas sandálias aladas. As imagens eram lindas, mas não muito precisas. Eu já vira os deuses. Dioniso não era assim tão bonito, e o nariz de Hermes não era tão grande.
No meio do salão havia uma fonte de três níveis, que parecia não conter água havia muito tempo.
— Que lugar é este? — murmurei. — Parece
— Romano — disse Sina. — Estes mosaicos têm cerca de dois mil anos.
— Mas como é que podem ser romanos? — Eu não era assim tão bom em história antiga, mas tinha certeza de que o Império Romano nunca havia chegado a Galveston Island.
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Noah Urrea e os Olímpicos: O Combate da Complicação [4]
Fanfiction⚠️ ESTA É A QUARTA TEMPORADA DA SAGA NOAH URREA E OS OLÍMPICOS ⚠️ O Monte Olimpo está em perigo. Cronos, o perverso titã que foi destronado e feito em pedaços pelos doze deuses olimpianos, prepara um retorno triunfal. O primeiro passo de suas tropas...