Capítulo 15. Roubamos Algumas Asas Seminovas

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— Por aqui! — gritou Wanda.

— Por que deveríamos segui-la? — perguntou Sina. — Você nos levou direto para aquela armadilha mortal!

— Era o caminho que vocês precisavam tomar — afirmou Wanda. — Assim como este aqui. Venham!

Sina não parecia nem um pouco satisfeita, mas correu como todos nós. Wanda dava a impressão de saber exatamente aonde estava indo. Dobrava esquinas em disparada e nem sequer hesitava nos cruzamentos. Em uma ocasião disse: Abaixem-se!, e todos nos agachamos enquanto um imenso machado oscilava acima de nossas cabeças. Então prosseguimos como se nada tivesse acontecido.

Perdi a conta de quantas curvas dobramos. Não paramos para descansar até chegarmos a um salão do tamanho de um ginásio, com velhas colunas de mármore sustentando o teto. Fiquei parado na porta, procurando ouvir ruídos de perseguição, mas nada ouvi. Aparentemente, tínhamos nos livrado de Josh e de seus servos no Labirinto.

Então percebi mais um fato: a sra. Isabella sumira. Eu não sabia quando ela tinha desaparecido. Não sabia se ela se perdera ou se fora derrotada por monstros ou o quê. Meu coração pareceu transformar-se em chumbo. Ela havia salvado nossa vida e eu nem tinha esperado para me certificar de que estava nos seguindo.

Tony desabou no chão.

— Vocês são malucos.

Ele tirou o capacete. Seu rosto brilhava de suor.

Sina arquejou.

— Eu me lembro de você! Era um do garotos indeterminados no chalé de Hermes, faz alguns anos.

Ele olhou para ela.

— Sim, e você é Sina. Eu também lembro.

— O que o que aconteceu com seu olho?

Tony desviou o olhar, e eu tive a sensação de que aquele era um assunto que ele não discutiria.

— Você deve ser o meio-sangue de meu sonho — eu disse. — O que o pessoal de Josh encurralou. Não era Xzavier, no final das contas.

— Quem é Xzavier?

— Deixe para lá — Sina apressou-se em dizer. — Por que você estava tentando se alistar no lado errado?

Tony lhe dirigiu um sorriso debochado.

— Não existe um lado certo. Os deuses nunca ligaram para nós. Por que eu não deveria

— Alistar-se em um exército que o faz lutar até a morte por pura diversão? — completou Sina. — Puxa, eu realmente nem imagino.

Tony esforçou-se para ficar de pé.

— Não vou discutir com você. Obrigado pela ajuda, mas vou dar o fora daqui.

— Vamos atrás de Dédalo — eu disse. — Venha conosco. Quando sairmos daqui, você será bem-vindo no acampamento.

— Vocês são mesmo loucos se acham que Dédalo vai ajudá-los.

— Ele precisa ajudar — disse Sina. — Vamos fazê-lo nos ouvir.

Tony riu com desdém.

— É, bem, boa sorte então.

Agarrei seu braço.

— Você vai simplesmente seguir sozinho pelo Labirinto? Isso é suicídio.

Ele então me olhou com uma raiva quase incontrolável. Seu tapa-olho estava puído nas beiradas e o tecido preto estava desbotado, como se o estivesse usando por muito, muito tempo.

Noah Urrea e os Olímpicos: O Combate da Complicação [4] Onde histórias criam vida. Descubra agora