A boa notícia: o túnel da esquerda era reto, sem qualquer ramificação lateral, desvio ou curva. A má notícia: não tinha saída. Depois de correr por uns cem metros, demos de cara com uma pedra enorme bloqueando completamente nosso caminho. Atrás de nós, os sons de passos arrastando-se e da respiração pesada ecoavam pelo corredor. Algo — indiscutivelmente não humano — estava em nosso encalço.— Uriel — eu disse —, você pode
— Sim! — Ele jogou o ombro contra a pedra com tanta força que o túnel todo tremeu. Fios de poeira caíram do teto de pedra.
— Depressa! — disse Alex. — Não traga o teto abaixo, mas se apresse!
A pedra finalmente cedeu, com um rangido horrível. Uriel a empurrou para dentro de uma sala pequena e nós corremos para ali.
— Feche a entrada! — pediu Sina.
Do outro lado da pedra nós todos empurramos. O que quer que estivesse nos perseguindo, uivou, frustrado, enquanto forçávamos a pedra de volta ao lugar e vedávamos o corredor.
— Nós o prendemos — eu disse.
— Ou nos prendemos — observou Alex.
Eu me virei. Estávamos em uma sala de cimento de menos de dois metros quadrados e a parede oposta era feita de barras de metal. Tínhamos ido parar direto em uma cela.
꒱࿐♡ ˚.*ೃ
— Que diabos? — Sina puxava com força as barras, que nem se moveram.
Pelas frestas podíamos ver uma sequência de celas em formação circular em torno de um pátio escuro — pelo menos três andares de portas e passarelas de metal.
— Uma prisão — eu disse. — Talvez Uriel possa quebrar
— Psiu — pediu Alex. — Ouçam.
Em algum ponto acima de nós, soluços profundos ecoavam pela edificação. Havia também outro som — uma voz áspera murmurando algo que eu não conseguia entender. As palavras eram estranhas, como pedras sacudidas em uma coqueteleira.
— Que língua é essa? — sussurrei.
Os olhos de Uriel se arregalaram.
— Não pode ser — disse ele.
— O quê? — perguntei.
Ele agarrou duas barras da porta de nossa cela e as entortou, abrindo-as o suficiente para que até um ciclope passasse.
— Espere! — pediu Alex.
Mas Uriel não estava disposto a esperar. Corremos atrás dele. A prisão era escura, apenas umas poucas lâmpadas fluorescentes às vezes brilhavam no teto.
— Eu conheço este lugar — disse-me Sina. — Isto aqui é Roosevelt.
— Está falando daquela ilha perto de Tacoma?
Ela assentiu:
— Minha escola veio aqui em uma excursão. É como um museu.
Não parecia possível que pudéssemos ter saído do Labirinto no outro lado do país, mas Sina morara em Tacoma todo aquele ano, para ficar de olho no Monte Washington do outro lado da baía. Ela, certamente, sabia do que estava falando.
— Parem — avisou Alex.
Uriel, porém, prosseguiu. Alex agarrou-lhe o braço e o puxou de volta com toda a força.
— Pare, Uriel! — sussurrou ele. — Não está vendo?
Olhei para onde ele apontava e meu estômago se revirou. No balcão do segundo andar, do outro lado do pátio, estava um monstro mais horrível do que qualquer outro que eu já vira.
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Noah Urrea e os Olímpicos: O Combate da Complicação [4]
Fanfic⚠️ ESTA É A QUARTA TEMPORADA DA SAGA NOAH URREA E OS OLÍMPICOS ⚠️ O Monte Olimpo está em perigo. Cronos, o perverso titã que foi destronado e feito em pedaços pelos doze deuses olimpianos, prepara um retorno triunfal. O primeiro passo de suas tropas...