Capítulo 01. Enfrento as Líderes de Torcida

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A última coisa que queria fazer nas férias de verão era destruir outra escola. Mas lá estava eu naquela manhã de segunda-feira, primeira semana de junho, sentado no carro da minha mãe diante da Acceptable Student, na Main Street Oeste.

A Acceptable ficava em um prédio grande de arenito com vista para o Caudal Armand Bayou. Um monte de BMWS e Lincoln Towns estava estacionado diante dela. Olhando os elegantes arcos de pedra, eu me perguntei quanto tempo levaria até ser expulso daquele lugar.

— Relaxe. — A voz de minha mãe não parecia nada relaxada. — É só uma visita de orientação. E lembre, querido: esta é a escola de Ramiro. Portanto, tente não Você sabe.

— Destruí-la?

— É.

Ramiro Wade, namorado da minha mãe, estava de pé no portão da escola, recebendo os futuros alunos do primeiro ano do ensino médio à medida que subiam os degraus. Com seus cabelos grisalhos, roupa de brim e casaco de couro, parecia um ator de tevê, mas ele era só um professor de inglês. Ramiro conseguira convencer a Acceptable Student a me aceitar no primeiro ano, apesar de eu ter sido expulso de todas as escolas que frequentei. Tentei avisá-lo de que aquela não era uma boa ideia, mas ele não me deu ouvidos.

Olhei para minha mãe.

— Você não contou a ele a verdade sobre mim, contou?

Ela tamborilava os dedos nervosamente no volante. Estava vestida para uma entrevista de emprego — seu melhor vestido azul e sapatos de salto alto.

— Pensei que seria melhor esperarmos — ela admitiu.

— Para não o espantarmos.

— Tenho certeza de que vai dar tudo certo na visita de orientação, Noah. É só uma manhã.

— Ótimo — murmurei. — Posso ser expulso antes mesmo de começar o ano letivo.

— Pense positivo. Amanhã você vai para o acampamento! Depois da orientação, você tem o encontro

— Não é um encontro! — protestei. — É só a Sina, mãe. Puxa!

— Ela está vindo do acampamento até aqui para ver você.

— É, eu sei.

— Vocês vão ao cinema.

— Sim.

— Só os dois.

— Mãe!

Ela ergueu as mãos em sinal de rendição, mas eu podia ver que estava fazendo força para não rir.

— É melhor entrar, querido. Até a noite.

Eu estava prestes a sair do carro quando olhei para a escadaria da escola. Ramiro Wade cumprimentava uma garota de cabelos ruivos frisados. Ela vestia uma camiseta marrom e um jeans surrado customizado com desenhos feitos com caneta hidrográfica. Quando se virou, vi seu rosto de relance, e os pelos do meu braço se eriçaram.

— Noah? — chamou minha mãe. — O que foi?

— N-nada — gaguejei. — A escola tem uma entrada lateral?

— Descendo a rua, à direita. Por quê?

— Até mais tarde.

Mamãe começou a dizer algo, mas saltei do carro e corri, torcendo para que a garota ruiva não me visse.

O que ela estava fazendo ali? Nem mesmo a minha sorte poderia ser assim tão ruim.

Pois, sim. Eu estava prestes a descobrir que minha sorte poderia ser muito pior.

Noah Urrea e os Olímpicos: O Combate da Complicação [4] Onde histórias criam vida. Descubra agora