Capítulo 8 - De volta à mesma Rotina!

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  Eu e a Lindsey estavamos no avião, voltando para San Diego. Como a viagem era longa, decidi descansar um pouco.
Enquanto isso, a Lindsey estava encostada no meu peito e, segurando a minha mão,  pedia desculpa consecutivas vezes. Até que acordei acordei e vi-a a chorar.
- Lindsey? O que aconteceu? O avião vai cair? Porque estás a chorar? - perguntei, ainda sonolento.
- Nada. Acordei-te? Desculpa.- dizia ela, limpando as lágrima
- Fala agora o que se passa! - disse chateado.
- Estava a pedir-te desculpa por te ter abandonado! - Lindsey explica e começa a chorar de novo.
  - Tu já pediste desculpa, já resolvemos tudo. Eras uma criança quando tudo aconteceu. Não penses nisso. Estamos juntos, é o que importa! - a abracei
- Não te vou abandonar. Nunca mais! Prometo! -  abraça-me com força.
- Ta bom pequena!- sorri e  beijei-a na testa. - Mas deixa-me respirar por favor.- brinquei

Chegamos ao aeroporto e a Suzuka, uma sobrinha de um familiar meu, veio nos buscar. Nós sempre fomos como primos.

- Dante, meu primo preferido. - Suzuka olhou para os meus olhos e viu um brilho diferente e perguntou - Estás a namorar? Ou andaste a testar a qualidade brasileira?
- Os dois! - Lindsey respondia envergonhada.
- Vi a Lizza, ela mandou um beijo para ti e para o Leo. É verdade, onde está o Leo?
- Ele tentou-me violar!- dizia mostrando uma mancha negra no braço. - De inicio, foi simpático, fomos jantar fora algumas vezes. Mas quando eu recusei ter sexo com ele, tornou-se bastante agressivo. - Suzuka explicava.
- Ele está a abusar Dante. Precisas de falar com ele. Antes de irmos, ouvi uns rumores sobre ele.. - Lindsey estava irritada.
- É, eu vou lhe dar um aviso. - tentava acalma-las. - Suzuka, amanhã  vens comigo ao tribunal? Vou precisar de ti! - disse sério
- Está bem. É verdade, o Tony morreu. - Su dava as novidades.
- Já não era sem tempo. Menos um com quem tenho de sujar as minhas mãos! - sorri

Fomos para casa, e na rua estavam o Leo, Yui , Moa e mais duas miúdas a jogar Poker.
Comecei a correr em direção ao Leo. Este pensava que era para dar um abraço. Segurei-lhe pelo colarinho e o encostei à parede:
- Se tentares mais alguma coisa sem o consentimento de alguma mulher, vais tet sérios problemas. Se for a minha prima,  torturo-te. - o atira para o outro lado da rua.
- Calma.. Desculpa.. - Leo ficou sem reação
- Estou de olho. E não sou o único. - avisei.
- Podias ter mais calma Dante! - Suzuka ficou sem saber o que fazer.
Abracei a Yui e a Moa, irmãs da Suzuka, e entrou dentro de casa.
- Su, o Leo tá resolvido. - disse sacudindo as mãos.
- Eu vi. Obrigado priminho! - o abraçou
- Dante, podemos ir para o teu quarto? - Lindsey perguntava
- Vamos. - peguei nas malas.
- Usem os preservativos meninos. - Suzuka brincava.
- Ok, obrigado! - sorri

Sentei-me na cama, junto da Lindsey:
- O que foi Lindsey? Pareces preocupada.
- Porquê que não queres que eu vá ao tribunal, nem à policía?
- Não acho necessário simplesmente. É só tirar o Sr.Field da cadeia como agradecimento pelo trabalho que fez. - justifiquei.
- Está bem então.- Lindsey beijou-me. - Posso dormir contigo hoje? Os meus pais foram para Portugal, e não estou com muita vontade de ficar sozinha. - Lindsey abraçava-me.
- Claro que podes ficar! Este quarto também é teu! - sorri

No dia seguinte, no tribunal

- Meretíssima, eu, Suzuka Nakamoto, advogada de Simon Field, declaro que ele está inocente. E como tal, chamo a primeira testemunha. Sr. Dante, venha ao centro por favor. - Suzuka começava a chamar as testemunhas. - Senhor Dante, o que você viu que comprova a inocência de Simon Field?
- Bom, eu estava com o Sr. Field e Sra. Maryane quando um homem , com um capuz preto que lhe cobria a cara, agarrou a Sra. Maryane e a sua mala. Sr. Field o agarrou e deu apenas um soco, que o matou. Mas o homem estava armado, como os policias podem confirmar. - afirmei.
- Porque você não veio mais cedo? - a juiza perguntava confusa.
- Eu completei 18 anos a 3 semanas atrás. E fui de férias com a minha namorada. Cheguei à 2 dias quando a menina Nakamoto me chamou. Como era menor, simplesmente ignoraram o fato de eu ter estado presente no local do crime, o que não acho correto. - respondi armagorado.

Outras pessoas falaram.

- Muito bem. Sr. Simon Field, você está livre e receberá uma indemnização pelo tempo que esteve preso, visto que estava inocente. - a Juiza declarou o resultado da sentença.

- Dante! Suzuka! Muito obrigado! Serei para sempre leal. - Field dizia animado.
- Então pode começar por acalmar o seu sobrinho. - disse mostrando a marca de Suzuka - Senão o próximo a ser preso é ele.
- Lamento Suzuka. Eu irei falar com os pais dele e com o Leo.
- Vamos embora. Sr. Field, a sua mulher vem busca-lo. Aproveite a liberdade que lhe foi roubada. - sorri
- Obrigado mais uma vez. - Field deu-me um aperto de mão.

*no carro*
- O que foi que tu aprontaste para ter de libertar o Simon? - Suzuka perguntava intrigada.
- Eu pedi-lhe para espalhar um boato que o Tony tinha sido preso por pedofilia. Você sabe como os pedófilos são tratados numa cadeia.- disse indiferente.
- Ah? Por que motivo? Isso não é o correto. - Suzuka repreende-me.
- Ele ameaçou matar a nossa familia. Para não ter de ser eu a tratar do assunto, decidi falar com Field e ele espalhou o boato. - justifiquei
- Tu surpreendes-me a cada dia que passa! - riu
- Isso é mau? - arregalei os olhos.
- Não! - Suzuka sorria envergonhada. - Olha as minhas irmãs com a Lindsey.
- Olá meninas! Vamos ao café comer um gelado. - convidei.

A Yui e Moa eram as mais novas do grupo. Mas já tinham carreira como modelos. Eu estava orgulhoso pelas conquistas delas.

- Como correu lá amor? - Lindsey sentava-se no meu colo enquanto perguntava.
- Correu bem. Ele foi libertado. E vai falar com o Leo. - respondi focando todas as minhas atenções para o gelado.
- Alguém precisa de meter juízo naquele rapaz! - Moa dizia com um ar sério.
- Alto que a adulta do grupo manifestou-se! - Yui respondia com ironia.
- Não tens moral para falar Yui. Come e cala-te! - respondi.

Estavamos todos a rimo-nos até que Lindsey recebeu uma mensagem de Portugal e começa a chorar.
- O que foi? O que foi amor? - perguntei assustado.
- Meus pais, meus avós e meus tios morreram num incêndio.. - respondeu ainda em choque.
- Queres ir para lá? - perguntei sem saber o que fazer.
- Não te importas de que eu vá sozinha? - o agarra.
- Tens a certeza? - perguntei. - Vai ser muita coisa para tu assimilares sozinha. E vais precisar de alguém do teu lado.
- Dante.. Eu amo-te mas , por favor, não insistas. - Lindsey respondeu - Eu vou ficar bem!
- Bem.. Toma a chave de casa no Porto caso penses em passar por lá Quando é que vais?  - perguntei, entregando-lhe a chave.
- Hoje mesmo. - Lindsey já estava a tratar da passagem pelo telemóvel.

- Não sei.. Acho que deveria ir contigo.. - insisti.
- Dante, chega!- gritou - Eu vou sozinha.

Levantei-me e sai do café sem dizer mais nada.

- Merda.. Não deveria ter gritado com ele.- chora
- Deverias deixa-lo ir contigo. - Moa repreendia.
- Eu não quero que ele sofra mais por minha causa. - Lindsey tentava se justificar
- Ele já está a sofrer. Ele é estupidamente orgulhoso. Neste momento está a pensar que precisou de ti no Brasil, mas que tu não precisas dele num momento dificil. - Yui explicava.

Lindsey sai a correr, até que me encontra com os meus braços cheios de sangue.

- Lindsey.. - comecei a chorar.
- Porquê? - ela agarra-me   e começa a tratar-me enquanto chora.
- Quando eu cheguei, meu pai estava bêbado. Já não sabia o que era isso.. Estava tão feliz.. E depois o que aconteceu contigo.. Tenho medo de te perder. - desabafava.
- Não vai acontecer nada Dante. Confia. - Lindsey limpava o meu rosto.

Será que a preocupação de Dante não era em vão? Será que acontecerá alguma coisa com Lindsey?

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