Porto Seguro - Ayden

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❛ ᜑ O lugar que me sinto bem ﹅ ❜

Já fazia um mínimo tempo que os dias chuvosos haviam começado, e por causa da chuva estar deveras forte, as aulas haviam sido canceladas para nenhum aluno correr o risco de se machucar ou acabar perdendo sua casa enquanto estivesse estudando

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Já fazia um mínimo tempo que os dias chuvosos haviam começado, e por causa da chuva estar deveras forte, as aulas haviam sido canceladas para nenhum aluno correr o risco de se machucar ou acabar perdendo sua casa enquanto estivesse estudando.

Mas mesmo sendo bons-dias, daqueles que você vê as gotas de chuva cair e pensar na calmaria que aquilo traria, você acabava pensando em seus problemas. Isso é inevitável, aliás.

Por mais que isso seja inevitável, coisas traumáticas podem acabar sendo lembradas, podem ser desde seu nascimento até atualmente. Nem todas as memórias estarão lá, porque ou os seus divertidamente deram um jeito de apagar, ou você simplesmente, e de forma alguma, quer lembrar deles. Essas memórias poderiam ser boas, mas talvez nem tão eficazes, por isso elas simplesmente sumiram.

Pode não ser de hoje, mas o mundo está em completo colapso. Talvez ele sempre fosse assim, mas nunca ninguém havia prestado atenção. Ou talvez seja apenas porque você acabou crescendo e nem se auto percebendo em todo esse meio tempo.

Lembrar dessas memórias deixam marcas ou simplesmente fazem lembrar do tempo que você era inocente suficiente para se alegrar com qualquer coisa que pudesse ser algo que gostasse.

— Já faz um tempo, não é? — Winnye perguntou à Ayden que estava a sua frente, se referindo que já fazia um bom tempo que ela não ia à casa do amigo. Ela havia acabado de chegar em sua casa, numa longa caminhada pela rua cheia de lama. Ele acabou sorrindo com a cena. — Pois é, Nye... Realmente já faz um bom tempo. — Ele sorriu com sua afirmação. — Talvez esteja óbvio que eu estou aqui por causa disso, mas... Eu só queria deixar claro que eu me sinto bem com você. — Falou com seus olhos cheio de lágrimas. Provavelmente nada poderia lhe abalar mais do que a sua escola com toda aquela sua pressão fatal. O garoto não falou nada. Ele apenas tirou sua mão da maçaneta e abraçou a garota, o mais forte que podia. O silêncio naquele momento seria essencial.

— Eu sinto que eu não pertenço a este mundo, Yejun. — protestou a garota, segurando a camisa dele com força, como se ela quisesse ele mais perto de si. — O mundo poderia ser mais colorido se eu não existisse... — Falou, mas Yejun não falava nada. Ele só a abraçava cada vez mais forte. Ele sabia dos problemas da amiga, por isso tentava ser o mais cuidadoso possível.

Problemas com a família, pai alcoólatra, brigas, fobia social. Não era nada fácil lidar com tudo aquilo.

Desde que começou a ter noção do mundo, Winnye percebeu que sua família não era a das melhores, percebeu que seu pai tinha sérios problemas com bebidas e já não dava tanto amor para ela. Sua mãe vivia trancada no quarto, sempre aparecia com os olhos inchados de chorar. Quando entrou no ensino médio, conheceu quem viria ser seu melhor amigo, Ayden, e ele ficava sempre com ela, mesmo quando ela se demonstrava muito irritada às vezes. Mas ele acabou por entender a garota, descobriu que os pais dela entraram com um pedido de divórcio há algum tempo.

Ao saber disso, claro que a garota ficou abalada com a notícia. Afinal, por mais que isso já fosse previsto, acredito que todos ficariam chocados com isso, caso fosse com eles. Mas ela não meteu um dedo sequer na decisão dos dois, já que eles eram vividos, sabiam o que iriam fazer.

Ela não era de muitos amigos, eram poucos que podia chamar assim, mas todos os que tinham pareciam já não achar mais a garota interessante, pois começaram a fazer novas amizades e a deixar ela de lado. Por isso seu medo de conhecer pessoas novas apareceu, e contando com isso, ela não queria mais sair de casa, não queria mais fazer nada, pois ela tinha medo de acabar vivendo demais e sempre acabar com a cara no chão.

Suas inseguranças vieram disso, e até hoje seus pensamentos lhe atormentam.

— Venha aqui um pouco. — convidou Ayden ainda com ela em seus braços, aos prantos. Ela estava meio fraca, com seus olhos inchados de tanto chorar por dias seguidos. Ela de alguma forma precisava desabafar, por isso foi até ele, pois já não aguentava mais. Ele direcionou ela até o sofá próximo que havia ali. Deixou-a sentada e foi pegar um copo d'água. — Eu poderia morrer de tanta tristeza… — ela soltou, em meio soluços e instabilidade em sua voz. Ela já não era mais a mesma de antes. — Você disse bem. "Poderia", mas não vai, porque você não vai me deixar sozinho no caos deste mundo, não é? — Ele disse, acariciando o rosto da garota. Ela tinha marcas que algum dia queria apagar de sua existência, completamente.

Ela riu da expressão que o mais velho fez ao falar isso. Ele era incrivelmente especial para a garota, em toda a sua jornada.

Era intervalo, todos estavam com devidos grupos, felizes e colocando o assunto em dia. Mas só uma pessoa não estava nesse pique, que era Winnye. Ter amigos não era fácil para a garota principalmente ver todos os outros se dando bem e ela apenas ali, excluída. Mas isso mudou em um piscar de olhos.

— Olá! — um garoto desconhecido se colocou na frente dela, sendo carismático suficiente para acabar pegando a atenção da garota. — Oi...? — ela falou, sem tanto entusiasmo. — Poxa! Florzinha, sabia que você poderia ficar mais bonitinha se desse pelo menos um sorriso? — falou o garoto.

E a partir daquele suposto dia, a vida de Winnye começou a mudar. E quem diria que aquele rapaz intrometido seria seu melhor amigo, a ponto de ser seu maior porto seguro. Naquele que você pode confiar cegamente, mais do que doido do que cego em tiroteio.

Por mais que a garota fosse difícil de demonstrar seus reais sentimentos, Ayden era seu porto seguro e sempre que possível, enquanto ele existisse, ele estaria ao seu lado. Independente se fosse em uma tempestade, ou apenas o fim do mundo.

 Independente se fosse em uma tempestade, ou apenas o fim do mundo

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Mais um desabafo. Por um momento, pensei que iria ficar horrível, mas pedi ajuda com uma amiga, DE MADRUGADA, FIZEMOS CALL FALANDO SOBRE ESSA HISTÓRIA e cá está ela. Eu gosto bastante dessa, porque teve o fim que eu queria: Ayden sendo o seu conforto. Aquela pessoa que vai estar ao seu lado mesmo você estando completamente quebradiço. E, claramente, quando você sumir e quiser voltar, ela vai estar lá, de braços abertos. O Ayden nessa história foi assim.

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