Capitulo 5

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Fiquei 2 dias no hospital, tomando aquela sopa horrenda, comendo aquela gelatina verde "nutritiva" segundo os médicos e deitada em uma cama analisando meus batimentos cardíacos, tipo, eu fiquei em coma mas se eu fiquei em cima eu preciso me levantar e fazer algo, me exercitar.

Nesses dois dias não deixaram Beatrice entrar no meu quarto do hospital, só permitiram familiares, ou seja, meu pai e minha mãe sempre estava lá é meus avós iam no final da tarde me visitar.

Finalmente acabou toda a tortura, que não considero mais tortura, e sim carinho, aliás, aprendi muito mais a dar valor ao que se tem, muito mais ao meu pai. Na sexta-feira fomos para casa, descobri que eu tinha mais roupa no hospital do que precisava, porque levamos duas malas só minhas para casa, foi tão bom ver aquele lugar e saber que aquela do "seu pai morreu" foi somente uma coma, sofrer a morte do pai é bem pior do que qualquer tipo de acidente, acredite se quiser.

Estava cansada, o que é bem irônico, já que eu fiquei literalmente um mês dormindo! Deitei na minha cama e comecei a pensar algo do tipo "como sobrevivi? o importante é que estou aqui", sabendo disso vou valorizar cada dia da minha vida, que bom, um novo dia!

Fui ao banheiro lavar meu rosto e tomar banho para ir dormir, primeiro banho depois de acordar da coma, olhei-me no espelho e levei um belo susto, não parecia eu, parecia outra pessoa, meu rosto não era mais o mesmo, eu estava muito diferente, parece que aquela eu de um mês atrás não existia mais, eu estava literalmente com meu rosto mudado.

Analisei bem, o que tinha acontecido? Meu rosto tinha sido praticamente reconstruído, tinha bochechas grandes e do nada meu rosto se torna flácido, minhas sardas simplesmente desapareceram, tinha uma nova eu por fora de mim.

Fiquei apavorada, nem sei o que eu havia pensado, acho que pensei algo do tipo "quem é essa garota no espelho?" porque realmente eu não sabia. Gritei desesperadamente para minha mãe em busca de ajuda.

- MAAAAAE, ME AJUDA, SOCORROOOO - gritei quase chorando

Minha mãe veio correndo, mal consegui ver seu vulto de tão rápido que ela vinha me acudir, ela chegou esbaforida e com respiração forte como se estivesse bastante preocupada, então, calmamente me perguntou:

- O que foi minha filha? O que aconteceu?

- Mãe, essa não sou eu, eu não entendo, onde está meu rosto?

Minha mãe dá duas risadinhas fracas e diz calmamente para eu me sentar na cama, obedecendo-a vou e a olho com olhos cheios de água.

- Então minha filha, quando o caminhão lhe atropelou atingiu seu rosto, consequentemente, ele se deformou e, eu e seu pai, para te vermos mais feliz, resolvemos fazer uma plástica fora do plano, pois mesmo a coma tendo sido rápida, seu corpo não ficou nada agradável, seu corpo ficou cheio de aglutinações de sangue e machucados os quais os médicos conseguiram tapar para não sair grande quantidade de sangue do seu corpo, mas é eu rosto... Seu rosto teve que passar por muitas transformações, tentamos deixar o mais perto do seu rosto original mas não foi possível, desculpe filha - e assim minha mãe terminou de falar, com seus olhos cheios de lágrimas e eu já com as minhas escorrendo sobre o meu rosto.

- Não deve desculpas mãe, vocês fizeram o que puderam e muita mais além, muito obrigada - ela começou a chorar fortemente e eu a abracei, melhor abraço que tive na minha vida, era um abraço verdadeiro, meus pais fizeram o que puderam e bem mais, e ainda pedem desculpas? Essas são as pessoas que mais nos amam em todo o universo e eu nem sei como posso agradecer a eles por tudo isso.

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