Vivo dos espantos. Nos inchaços dos egos. Nas meninas dos olhos. Tenho medo de não saber sofrer por prever sofrimento o tempo todo. Me canso com o vagar natural da ruptura do pensar. Não me tire o cair por me acordar no espanto. Quero sentir que tenho fúria em correr com voracidade para se conhecer até no sufoco de morrer muitas vezes. Experimentar é fatal, é fatal para o experimento, é fatal para todos. Se existe a fatalidade, ela foi incitada, foi reajustada pelo espanto. Permita se espantar. Permitir é ter certo conhecimento em deixar-se, não é mera credulidade. Vejo permissões o tempo todo de tolos sem constrangimento. Sempre com suas rupturas no pensar. Abraçamo-nos e vamos ao mesmo triste lugar. Essa dor é a dor que produz o desistir real. Cega o caminho pela cega visão que produz uma lógica, incontestável para quem não vive de espantos, para quem morre das doces dores dos primeiros espantos. Doce e amargo. Nem preciso dizer o que escolheria se já está no seu subconsciente. Seja a loucura tratada com conhecimento, e a lógica, com divagações filosóficas de corações porcos de bondade. Até quando terá perdido a firmeza do sim? Até quando vai cair pelos cantos do coração por medo de espantos?

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Contos Híbridos
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