O PÁSSARO

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  Daquilo que é feito o homem quando ele para no meio do nada e do nada pensa no mais infinito nada.  Há, como ele se sente só, como ele sente tudo e um pouco mais de tudo.  Ele é maravilhoso porque chora de emoção no meio do nada pensando em tudo, tudo que lhe faz ser o mais magnífico nada.  Então, ele sorri.  Há, como ele se sente vivo, porque a morte está muito risonha e tranquila.  Quem pode entender aquilo que ri e leva?  O homem olhando um pôr-do-sol vermelho pode morrer a qualquer instante, por quê? Não sei dizer! Não sei dizer o que maltrata tanto o homem depois de algo magnífico.  Somente o homem vadio é cheio de vida, porque a morte não lhe vê graça.  Um pássaro pousou em minhas mãos e foi desfalecendo, por que escolheu que devia morrer em minhas palmas que tremem?  Chorei como uma criança que não aprendeu a engolir o choro, porque me doeu tanto, não sei o que falar, mas engoliu tudo, e tive pelo canto da alma a sensação que podia andar de forma mais bonita, mais pensativa e carinhosa, até chegar na próxima solidão que me fará parar no infinito.  Não consigo esquecer aquele pássaro.

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