De Papel

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Não nego o fato de ti procurar apenas quando me dói e de ti pedir apenas quando preciso. Fora tudo isso, pouca vezes faz-me sentido tê-la. Entende minha horrível pequenez? Me deixe morrer, preciso dela tanto quanto não há quero. Não, eu não errei de expressão, foge-me a dor do querer e não poder.
Já pulou num lago de águas escuras numa noite estrelada e mergulhou e deixou-se a pensar no silêncio da escuridão daquelas águas, como se a solidão fosse uma vida desentendida? Pois o que é solidão, se não aquilo em nós que somente Deus pode compreender.
Me deixes desaparecer aos poucos, Pois aos poucos me matarás para sempre. Então terei vontade de renascer. Não é da solidão ínfima que se renasce? De uma folha em branco?

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