Dez

16 2 1
                                    

Pov Luke

Me certifico pela última vez no espelho, não faço idéia de onde Mike irá me levar, pensei em várias possibilidades mas eu apenas desisti. Dessa vez optei por uma calça moletom preta e uma blusa da mesma tonalidade, na cabeça meu boné e nos pés meu all star, sim estou todo de preto.

Desço as escadas um tanto quanto nervoso e ansioso, mamãe está na sala, passo rapidamente por ela deixando um beijo em sua cabeça e peço para que ela não me espere.

Quando apareço na varando Mike acaba de estacionar sua moto. Ele desce e vem em minha direção, estou suando mesmo estando um pouco frio.

- Oi Luke, você está lindo. - Ele fala envergonhado, com as mãos em seu bolso. - Podemos ir? - As borboletas no meu estômago fazem um redemoinho lá dentro.

- Você também está. - Falo ainda um pouco trêmulo. -  Vai me dizer para onde vamos agora? - Cruzo os braços colocando o peso do corpo em uma das minhas pernas.

- Nops, qual é o sentido de guardar segredo e falar antes de chegar? Vamos pegue seu capacete. - Ele me estende.

- Você vai me fazer andar nisso mesmo? A obrigado eu vou a pé.

- Mas você não sabe para onde vamos, vai sem rumo mesmo? - Ele diz rindo e cobrindo a boca com a mão livre.

- Sim, me parece mais seguro.

- Você não confia em mim?

- Arg tá bom - Pego o capacete em sua mão e vamos para frente da moto.

Ele sobe e me estende a mão para que eu faça o mesmo. Subo e um frio percorre minha espinha.

- Pode segurar na minha cintura, é mais seguro que na moto.

E assim eu faço, ele parece tão tenso quanto eu. Ele acelera um pouco o vento gelado corta meu rosto, mas a sensação é boa.

- Tudo bem Luke?

Afirmo com a cabeça e ele parece entender, apenas aproveito para observar o borrão que deveria ser a paisagem, está começando a escurecer e temos a visão do por do sol enquanto estamos na pista. Ficamos em silêncio e eu me seguro para não perguntar se ja estamos chegando pelo menos umas dez vezes.

Paramos em um sinal e ele aproveita para acariciar uma das minhas mãos que estão entrelaçadas em seu abdômen, eu congelo mas não recuo, meu coração parece estar tentando quebrar minha caixa torácica. Sinto ele tremer e deduzo que está rindo, o sinal abre e seu toque quente deixa minha mão mais uma vez.

Entramos em uma estrada um pouco escura e com muitas árvores ao redor. Pensando se realmente foi uma boa idéia não levar meu soco inglês, ao final da estrada vejo uma luz e ali Mike estaciona, ele desce e tira seu capacete arrumando sua franja.

Eu faço o mesmo mesmo e coloco meu boné novamente.

- É por aqui, já estamos perto. E não eu não vou te matar, esse caminho é apenas um atalho.

Damos risadas e começamos a andar pela pequena trilha. Aos poucos eu ouço barulho de água se intensificando cada vez mais, olho para frente e me deparo com uma cachoeira e ela é linda, com a pouca iluminação que ainda temos, vejo ao redor pedras e alguns bancos.

Forever usOnde histórias criam vida. Descubra agora