Capítulo 14

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Draco nunca esteve no escritório do Professor Dumbledore antes. Ao abrir a porta, ele ficou boquiaberto em torno dele, fascinado. Mesmo crescendo ciente da magia e cercado por instrumentos de feitiçaria não poderia prepará-lo para a variedade de dispositivos peculiares nesta sala.

Ele também nunca tinha visto uma fênix real e viva antes; apenas o de pelúcia que seu tio Judas mantinha em seu escritório. Ele olhou, hipnotizado, enquanto o pássaro vermelho e dourado do tamanho de um cisne esticava suas asas e cantava uma doce e assombrosa canção. O som o acalmou, e ele se viu bastante composto quando uma voz do outro lado da sala o cumprimentou.

— O que posso fazer por você, Draco?

Ele olhou para cima com surpresa. O diretor nunca havia se dirigido diretamente a ele antes, e ele não esperava que ele usasse seu primeiro nome. Não que ele se importasse, na verdade ele instantaneamente se sentiu ainda mais relaxado. No fundo, ele sempre foi um pouco cauteloso com Dumbledore, e ficou agradavelmente surpreso ao encontrá-lo tão acessível. O Professor estava sentado atrás de sua mesa enorme, os olhos brilhando sobre aqueles ridículos óculos de meia-lua, e gesticulou para que Draco se sentasse.

Sentindo-se como se estivesse prestes a pular de um prédio alto, onde pode ou não haver alguém esperando lá embaixo para pegá-lo, Draco o fez.

Dumbledore apoiou os cotovelos na mesa e juntou levemente as pontas dos dedos. Ele sorriu encorajadoramente, mas não falou. Draco percebeu que era esperado que ele dissesse alguma coisa. Ele abriu a boca, mas nenhum som saiu. Ele limpou a garganta e cerrou os punhos no colo. Respirando fundo, ele conseguiu gaguejar: — Eu tenho... humm... quero dizer, há...

— Muitas vezes acho, — interrompeu Dumbledore. — Sei quando estão lutando para encontrar as palavras certas, ajuda ter uma boa bebida à mão. Ocupa a boca enquanto o cérebro está ocupado de outra forma.

Com isso ele girou sua varinha e transfigurou uma pena em uma grande caneca de cerveja amanteigada. Draco olhou para ele por um momento, sem saber se bebidas transfiguradas eram seguras para beber.

— Vá em frente, sirva-se, — disse Dumbledore. Vendo a expressão duvidosa de Draco ele acrescentou. — Oh, não se preocupe. Nunca gostei muito daquela pena. Deixou manchas de tinta por todo o lugar e vazou no bolso do meu roupão favorito.

Draco pegou a caneca e tomou um gole hesitante. O líquido quente e perfumado desceu por sua garganta como néctar. Sua língua pareceu desamarrar e ele suspirou de alívio.

Dumbledore sorriu. — Coisa maravilhosa, cerveja amanteigada. Aquece o coração e lubrifica as engrenagens da mente.

— Você não está tomando, professor? — Perguntou Draco, entre garfadas.

— Infelizmente não. Receio que me dê um vento terrível.

Draco bufou e engasgou levemente quando uma gota de cerveja amanteigada caiu na direção errada. Ele largou a caneca e limpou a boca, um novo respeito por Dumbledore começando a florescer. Era incrível a rapidez com que o Diretor conseguiu deixá-lo à vontade. Não era difícil ver por que tantas pessoas estavam dispostas a segui-lo sem questionar.

Sem perceber que estava pronto, Draco começou a falar.

— Professor, há um plano para atacar Harry Potter. Este sábado, no Três Vassouras. — Ele extraiu a carta de seu pai de suas vestes e a virou várias vezes em suas mãos enquanto falava. — Não sei exatamente qual é o plano, mas acho que vão sequestrá-lo.

— Eles? — Respondeu Dumbledore, inexpressivo.

— Feiticeiros das Trevas... simpatizantes de Voldemort. — Draco engoliu em seco. — Comensais da Morte.

Somnio Salvus | Drarry Onde histórias criam vida. Descubra agora