Somnio Salvus | Drarry

Capítulo 23

O sol estava totalmente alto; pintava a paisagem de um ouro pálido, pontuado com as sombras profundas do amanhecer. A luz brilhante queimou os olhos cansados ​​de Draco e ele os fechou, virando o rosto para o sol para que seus suaves raios outonais aquecessem seu rosto contra o vento cortante.

Ele estava lutando com uma mistura muito peculiar de emoções. Ecos da conversa com seu pai ainda ecoavam em seus ouvidos, ocasionalmente causando uma dolorosa sensação de torção em seu coração. Ele estava vagamente desconfiado de que a dor daquela despedida final ainda não o havia atingido - havia sido amplamente mascarada pelo medo na época, e agora ele estava tão inundado pelo alívio

Ele se concentrou naquele sentimento positivo por um momento. O alívio acabou, ele pensou, e ele não estava apenas pensando na provação no Copérnico. Os nós de pavor que estavam se formando lentamente dentro dele nas últimas semanas se foram. Ele não precisava mais se preocupar em anunciar sua mudança de fé - estava feito. Ele também não precisava mais agonizar sobre o que fazer com Harry e a poção Somnio Salvus. Isso foi tudo em aberto, também.

Ele bocejou satisfeito e descansou a cabeça nas costas de Harry, segurando-o com mais força em um abraço breve, mas sincero. Ele sentiu a mão de Harry apertando a sua em resposta silenciosa, e um brilho reconfortante se espalhou por suas entranhas como cerveja amanteigada quente. Ele suspirou e relaxou, desejando poder ceder ao cansaço avassalador; mas provavelmente não era sábio adormecer em uma vassoura, mesmo quando outra pessoa estava dirigindo.

Ele forçou os olhos a abrirem e apertou os olhos para o céu sem nuvens, observando alguns pássaros deslizando pelo fundo azul claro. Então ele deixou seu olhar cair para as colinas ondulantes abaixo, hipnotizado pela sombra dele e de Harry correndo ao longo de rochas e vales. Ele franziu a testa ligeiramente – algo o incomodou sobre isso.

Ele se sentou abruptamente, perturbando o equilíbrio da vassoura de modo que ela balançou de forma alarmante. Harry o endireitou, então olhou por cima do ombro preocupado.

— O que há de errado? — Ele gritou sobre o rugido do vento.

Draco apontou freneticamente para o céu. — Não há cobertura de nuvens! Não deveríamos estar voando; é plena luz do dia. Seremos vistos!

Os olhos de Harry se arregalaram e ele praguejou enfaticamente. Ele gesticulou para Draco se segurar, então se inclinou para frente e se lançou em um mergulho íngreme. Draco sentiu seu estômago revirar. Ele estava acostumado a manobras afiadas em uma vassoura, mas apenas quando estava no controle. Ele se agarrou a Harry e prendeu a respiração enquanto observava um trecho verde e ensolarado da encosta se aproximando rapidamente. Então ele sentiu seus pés baterem no chão com força e ele caiu da extremidade traseira da vassoura, caindo esparramado de costas.

Harry derrapou alguns metros pelo chão antes de deslizar para o lado e cambalear para encontrar o equilíbrio. Ele se virou e correu de volta para Draco, ajudando-o a se levantar com um sorriso de desculpas.

— Desculpa, nunca pousei uma vassoura com um passageiro antes. Esqueci de compensar. Você está bem? — Ele perguntou timidamente.

— Sim. Que tal da próxima vez que você me deixar dirigir? — Sugeriu Draco brilhantemente, limpando-se.

Harry riu e segurou sua Firebolt protetoramente. — Ah, eu não sei sobre isso. Você tem seguro?

— O que há de errado com você?

— Deixa para lá. — Harry apertou os olhos para o céu cada vez mais brilhante. — E agora?

Draco deu de ombros. — Não sei. Suponho que esperemos até que seja seguro decolar novamente. Talvez fique nublado mais tarde — disse ele, em dúvida.