Draco ficou parado no lugar. Seu pai não conseguiu esclarecer o fracasso da trama, então Voldemort estaria procurando respostas em outro lugar – a qualquer momento.
O rosto pálido e esquelético virou-se para ele. Olhos ardentes o examinaram atentamente, fazendo-o sentir como se estivesse sendo cozido lentamente. Abruptamente, o olhar vermelho-sangue caiu sobre Bellatrix. Draco pensou que ela parecia preferir estar de volta em Azkaban do que onde estava naquele momento.
Voldemort se aproximou dela e alcançou seu rosto com dedos longos e ossudos. Ele levantou lentamente o queixo dela para que ela o olhasse.
— Bella, — ele disse baixinho. A voz alta e fria foi levemente suavizada. Dificilmente poderia ser chamado de afetuoso, mas o veneno diminuído e a malícia em seu tom sugeriam a Draco que o Lorde das Trevas gostava bastante dela. De alguma forma, porém, ele não achava que isso a ajudaria muito.
— Acredito que concordamos que você me entregaria Harry Potter hoje, mas ao invés disso pareço estar na companhia de Malfoy, o Jovem. Há uma explicação para isso?
Ela hesitantemente começou a contar a cena do lado de fora do pub, mas rapidamente ficou claro para todos os presentes que Voldemort não estava realmente interessado em explicações. Na opinião de Draco, ele apenas gostava de fazer as pessoas se contorcerem. Bellatrix vacilou, e sua voz sumiu. Voldemort sorriu para ela de uma maneira totalmente desagradável.
— Eu não tenho paciência para fracassos, Bella. — ele ferveu. — Finite Incantatem!
Qualquer que fosse o feitiço protetor que ele havia dado a Bellatrix começou a se dissolver. Fios de fumaça cintilante evaporaram de sua pele. Ela estremeceu, mas Draco não achou que fosse porque ela de repente se tornou sensível ao frio.
— Rabicho! — Retrucou Voldemort. O homenzinho careca apressou-se para a frente, atrapalhando-se com a varinha. — Preciso de tempo para planejar uma punição adequada. Faça com que a Sra. Lestrange fique confortavelmente instalada no quarto principal enquanto isso.
Rabicho executou uma ligação de corpo inteiro bastante pouco profissional, que deixou Bellatrix incapaz de se mover, mas ainda um pouco flexível. Suas pernas caíram sob ela como se ela tivesse desmaiado. Rabicho agarrou um de seus braços com uma mão artificial de aparência poderosa e a arrastou por uma porta do lado esquerdo da sala.
Voldemort voltou sua atenção para Draco.
— Por quê? — Ele perguntou, em uma voz como chumbo derretido. — Por quê você está aqui? E por que Harry Potter... não está aqui?
Draco duvidava muito que houvesse uma resposta correta para essa pergunta. Ele mordeu o lábio e limpou a garganta, tentando reunir coragem para dizer a Voldemort para onde ir. Ele tentou encontrar o olhar malévolo do Lorde das Trevas com um audacioso próprio, mas machucou seus olhos. Em vez disso, ele olhou por cima do ombro de Voldemort para Lucius. Ele ficou surpreso com o que viu.
Embora o rosto de seu pai estivesse inexpressivo, e ele ficasse assistindo os eventos com um ar de indiferença passiva, Draco não se deixou enganar. Os olhos cinza-aço eram muito parecidos com os dele - revelavam-lhe uma boa medida do que estava por trás deles.
Havia medo... e raiva. Houve um lampejo do tipo de indignação paterna que surge quando um pai descobre que seu filho está sofrendo bullying. Mas havia algo mais... ali!
Draco foi capaz de adivinhar o que seu pai estava pensando. Lucius não era estranho aos ataques de desafio e rebeldia de Draco durante sua infância, e ele teria reconhecido um imediatamente. Agora ele estava tentando comunicar um aviso.
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Somnio Salvus | Drarry
FanfictionNo sexto ano em Hogwarts, e Draco encontra uma maneira de espionar os medos mais profundos de Harry. Mas ele usará esse conhecimento para ganhar poder sobre Harry ou para mudar seu próprio destino? [Esta é uma tradução autorizada, a obra original pe...