Capítulo 18

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Draco e Bellatrix estavam em lados opostos da sala, olhando um para o outro. Bellatrix caminhou lentamente em direção a ele, batendo sua varinha ameaçadoramente. Draco encontrou o olhar dela, esperando que ele parecesse mais corajoso do que se sentia.

— Então, você ainda não vai falar? — Ela perguntou friamente.

Draco não respondeu. Ele manteve sua expressão em branco enquanto sua tia se aproximava. Vendo seu rosto mais de perto, ele notou que por trás da carranca furiosa havia outra expressão em seus olhos. Ele não sabia se era uma coisa boa ou não, mas Bellatrix estava apavorada.

— Se você me disser por que interferiu, talvez eu consiga pensar em uma maneira de consertar essa bagunça — disse ela, o pânico em seus olhos contradizendo seu tom calmo. — Você pode até sair vivo desta sala.

Draco se preparou - não seria bom para ela detectar seu medo. Ele resistiu à tentação de tagarelar alguma história inventada. Em vez disso, ele sorriu levemente e levantou uma sobrancelha para ela.

Bellatrix perdeu a paciência em uma explosão de medo e raiva. Ela o agarrou pelos ombros e gritou: — Você não tem ideia do que vai acontecer conosco! Você está praticamente morto, aconteça o que acontecer... eu serei executada por não entregar Potter... a menos que... — Ela pensou por um momento. — A menos que eu entregue a razão pela qual eu falhei... então eu posso pegar o Cruciatus...

Ela foi subitamente interrompida pelo som metálico de duas grandes maçanetas de ferro sendo giradas. Ela se virou para encarar as portas, os olhos arregalados e ansiosos. Ela ficou bem perto do lado de Draco quando as duas portas maciças se abriram com um rangido sinistro.

O sol, com um timing dramático perfeito, caiu abaixo do horizonte. O quarto brilhante e luxuoso tornou-se sombrio e ameaçador quando Lord Voldemort entrou, olhos vermelho-sangue brilhando sob o capuz.

(**)

O Professor Dumbledore andava lentamente ao redor de seu escritório, uma expressão séria em seu rosto envelhecido. Harry se mexeu em seu assento, esperando impacientemente que o Diretor dissesse alguma coisa.

Ele olhou esperançoso para Lupin, mas estava conversando com Madame Hooch. Tonks estava sozinha perto da janela, ainda parecendo em estado de choque. A Professora McGonagall estava sussurrando seriamente para o Professor Snape, e não viu a expressão preocupada de Harry.

Enquanto Harry esperava, a porta se abriu e Kingsley Shacklebolt entrou na sala. — Rosmerta foi encontrada! — Ele anunciou. — No porão do pub, com uma amarração de corpo inteiro nela que levou três de nós para desfazer. Ela não conseguia se lembrar de muita coisa, ela disse que foi lá buscar uma garrafa de Gillywater e zap! Ela não viu quem fez isso.

Dumbledore assimilou esta notícia em silêncio, enquanto os outros Professores e Membros da Ordem se entreolhavam ansiosamente. Harry suspirou interiormente. Embora as notícias confirmassem sua história – que a Rosmerta que ele conheceu do lado de fora do pub não era Rosmerta – ele não estava exatamente satisfeito com isso. Na verdade, ele teria gostado de provar que estava errado.

Depois do que pareceu uma espera interminável, Dumbledore sentou-se em sua mesa. Ele respirou fundo e deu a Harry um olhar preocupado.

— Harry, mais uma vez devo admitir que estou enganado. Eu acreditava que todas as precauções necessárias haviam sido tomadas para garantir sua segurança, mas depositei muita fé em informações que se revelaram enganosas.

Harry tentou dizer que não importava, ele não se importava, ele só queria encontrar Draco... mas Dumbledore continuou.

— Enviar Draco Malfoy para avisá-lo do ataque talvez tenha sido um erro de julgamento. Era minha intenção que o gesto fosse de alguma forma dissipar a inimizade entre vocês, e demonstrar que Draco agora é nosso aliado. Não previ que o estava colocando em risco.

Somnio Salvus | Drarry Onde histórias criam vida. Descubra agora