Somnio Salvus | Drarry

Capítulo 17

Harry estava sentado imóvel no chão, atordoado e confuso quando o caos irrompeu ao seu redor. As pessoas se aglomeravam de todas as direções, gritando e gesticulando umas para as outras. Uma multidão curiosa se reuniu para olhar e fofocar.

Harry lentamente começou a se concentrar em seus arredores. Gradualmente ele percebeu que havia rostos familiares entre os magos que o cercavam. Ele podia ver Kingsley Shacklebolt montando guarda na porta, latindo instruções para Tonks. Olho-Tonto Moody estava rondando entre a multidão de espectadores, seu olho mágico vasculhando a área completamente.

Alguém se aproximou dele e ficou ao seu lado. Ele olhou para o rosto preocupado de Remus Lupin.

— Você está bem? — Lupin perguntou gentilmente, ajudando Harry a se levantar.

Harry assentiu, ainda sem palavras.

— Vamos entrar, antes que os fotógrafos do Profeta Diário cheguem.

Harry assentiu em silêncio. Ele olhou ao redor em busca de alguma pista sobre o que tinha acontecido. Seus olhos caíram sobre o que restava de seu sorvete, derretendo lentamente em uma pedra de pavimentação perto do local onde Draco estava, lutando com Madame Rosmerta.

Draco... onde...?

Harry não teve tempo de imaginar o que havia acontecido com Draco porque naquele momento Lupin o segurou firmemente pelo cotovelo e o conduziu para longe dos curiosos. Alguém que se parecia horrivelmente com Rita Skeeter estava tentando passar por baixo da fita de advertência (Mantenha-se Longe – Magia de Origem Desconhecida) que os Aurores colocaram ao redor da cena.

Enquanto eles passavam, uma Bruxa do Ministério pegou os restos do sorvete de Harry e colocou em uma jarra de vidro. Ela o selou com um feitiço à prova de adulteração e colocou uma etiqueta nele que dizia 'Evidência'.

Lupin guiou Harry até a porta do pub. Fragmentos de conversa chegaram ao alcance dos ouvidos enquanto passavam por um grupo perplexo de investigadores do Ministério.

— ... Mas ela nunca mostrou nenhum sintoma de Imperius. Ela deve ter sido uma delas o tempo todo...

— Rosmerta? Nunca! O marido dela foi morto por Voldemort– ela não iria...

Harry começou a juntar as peças do que tinha acabado de acontecer. Ele franziu a testa ao se lembrar da maneira peculiar como as feições de Rosmerta se transformaram por um momento. Isso o havia lembrado de algo; o que foi isso?

Ele congelou com o choque quando isso o atingiu. Os olhos... aqueles horríveis olhos encobertos. Sua cabeça se encheu de imagens e memórias, fervilhando juntas para formar uma imagem completa e terrível. Nomes... nomes dourados em uma tapeçaria desbotada... Ele olhou horrorizado para Tonks, que estava entrevistando testemunhas. Outra peça do quebra-cabeça se encaixou. Uma mulher alta e pálida, gritando de triunfo pela morte de seu padrinho...

— Lestrange... — ele murmurou fracamente.

— O que você disse? — Perguntou Lupin, virando-se para ele surpreso.

— Foi Bellatrix Lestrange...

Os pés de Draco bateram no chão abruptamente, enquanto a sensação de ser arrastado pelo ar por sua barriga diminuía. Desorientado, ele perdeu o equilíbrio e tombou de lado junto com seu companheiro. Eles aterrissaram em uma pilha desajeitada, xingando e lutando para se levantar.

Eventualmente Draco conseguiu rolar livre do emaranhado de mantos, e olhou para o olhar furioso de Madame Rosmerta. Ela não parecia satisfeita em vê-lo.

— Você! — Ela exclamou, estreitando os olhos com fúria. — Seu idiota! Por que diabos você fez isso?

Draco ainda estava muito espantado com sua simpática senhoria do bairro se tornando aliada de Voldemort para dar uma resposta. Ele se levantou e ajeitou suas vestes, olhando ao redor.