002

775 110 48
                                    


「• • •「 • • • 」• • •」
002


Aquele era Eddie Munson?

Ele parecia assustado, e talvez até um pouco atordoado, será que Zoe tinha batido forte demais com a bicicleta?

– Bem... – Não sabia ao certo o que dizer. – Desculpa?

Mas o rapaz nem parecia prestar atenção, virava a cabeça freneticamente, olhando de um lado para o outro com os olhos arregalados. Como se tivesse visto um fantasma.

– Eu... – Ele murmurava tão baixo que Zoe quase não conseguia ouvir. – Preciso sair daqui.

– Ok. Talvez você tenha batido com a cabeça.

Ela se aproximou, notando que ele estava com um corte no braço e uma marcha de sangue começava a surgir em sua cabeça, escorrendo dos cabelos volumosos dele.

Que droga. Quase tinha matado o garoto.

– Olha, minha casa fica logo ali. – Apontou para a casinha simpática que morava não mais que alguns metros de distância. – Eu faço um curativo em você e fica tudo certo, o que acha?

– Não! – Ele disse alto, quase num grito. – Não precisa, estou bem. Super bem.

Zoe não conseguiu evitar de franzir o cenho, estava na cara que ele não estava bem, havia acabado de ser atropelado e nem mesmo estava bravo com ela.

– Para de ser teimoso. – Apontou um dedo para o rosto dele e depois apontou para a casa. – Lá. Agora. Anda.

Ele não se moveu, então Zoe levantou a bicicleta do asfalto e começou a arrastá-la com uma mão, e com a outra foi empurrando Eddie até sua casa.

– Eu já disse que estou bem. – Ele murmurou mas em seguida tropeçou nos próprios pés e quase foi ao chão. – Opa.

– É estou vendo.

Em menos de dois minutos já estava em casa, guardou a bicicleta na garagem e deixou Eddie sentado no sofá enquanto procurava o kit de primeiros socorros que sempre tinha. A mãe era enfermeira e trabalhava quase a noite toda, então Zoe sabia o básico para evitar que ele pegasse uma infecção naquele corte.

Encontrou o kit embaixo do armário da cozinha e voltou até a sala onde Eddie tremia feito um pinscher. Que droga havia acontecido com aquele garoto? Não fora tudo culpa da bicicleta.

– Você tá tremendo demais, quer uma coberta?

Ele a encarou, então desviou para a roupa dela – ainda estava com a roupa de torcida – e Zoe não sabia muito bem como interpretar aquilo, os olhos dele iam e vinham pela sala, procurando por algo.

– Não, valeu. Na verdade acho que já vou indo, preciso... – Ele parou de falar.

– Primeiro precisa limpar esse sangue ai.

Foi então que ele pareceu notar o sangue que escorria pela cabeça, já secando em alguns pontos. Ia levando a mão até o machucado, mas Zoe o impediu antes.

– Tá doido? Vai acabar levando alguma bactéria para o corte.

Eddie olhou confuso, não entendendo toda aquela preocupação com ele. Aquela garota sequer o conhecia, ou será que conhecia?

𝑮𝑼𝑰𝑻𝑨𝑹 𝑩𝑶𝒀 ● Eddie MunsonOnde histórias criam vida. Descubra agora