Capítulo 11

1.6K 101 48
                                    

Sexta-feira, 27 de agosto ao meio-dia

Hoje era o meu último dia no Paris 6. Meu trabalho 'real' começaria na próxima semana na forma de algumas reuniões de orientação. Era um pouco agridoce. Tenho que admitir que eu sentiria falta de Luiza e seu espírito divertido. Então, havia Marcela. Eu realmente sentiria...certo, não havia nada que eu realmente sentiria falta sobre Marcela. Eu estava grata por voltar a ser apenas a amiga e colega de quarto do irmão dela. Tirando Marcela, eu sentiria falta de estar no Paris 6.

Ao mesmo tempo, eu estava ansiosa por ser a nova professora de inglês em tempo parcial do Colégio Prep. Minha mãe achou que soava muito chique, como se eu fosse uma professora de faculdade, ao invés de uma professora entediante de colegial. Eu estava animada para começar algo novo, ainda que familiar. Voltar para a sala de aula era o que eu precisava. Eu estava com uma necessidade desesperada naquela parte de mim que existia antes de eu sequer saber quem Rafa Kalimann era.

Eu sabia quem Rafa Kalimann era, entretanto, e sua presença na minha vida estava virando meu mundo rumo ao fim. Essa última semana tem sido interessante, para dizer o mínimo. Uma semana atrás pensei que eu estivesse fora da sua vida para sempre e agora fui sugada de volta para dentro do seu mundo doido. Um mundo cheio de espionagem corporativa, violações de segurança, incêndio culposo, tentativa de homicídio e quem sabe mais o que.

Eu tive que esperar até sábado à noite para atravessar minhas 500 perguntas para Rafa. Ela foi liberada do hospital tarde na sexta-feira. Arrependi-me de voltar para a fazenda assim que entrei pela porta, porque ela se trancou no escritório com Tyler e o resto da sua equipe de segurança por horas. As atividades da tarde tinham tomado tanto de mim que eu caí no sono no sofá da sala de estar esperando por ela. Quando acordei no sábado de manhã, eu estava na cama da Rafa com seu braço coberto de gaze sobre mim e sua respiração quente no meu pescoço.

Rafa passou a manhã com os investigadores de incêndio. Eu os observei do pátio do telhado enquanto eles circularam em torno dos restos carbonizados dos estábulos. Rafa havia movido os três cavalos sobreviventes para um rancho local até que o estábulo pudesse ser reconstruído. Meu coração doía por Twilight, meu príncipe negro. Eu nunca fui uma fã de cavalos, mesmo como uma jovem garota crescendo no Sudoeste. Havia algo sobre Twilight, no entanto. Eu me sentia conectada a ele, especialmente depois que ele me confortou no dia em que fiquei furiosa com rafa. Agora ele se foi, e eu sabia que eu não era a única triste com isso, mesmo que o emocionalmente atrofiada Sra. Kalimann não admitisse.

Eu precisava de alguma companhia depois de gastar a manhã no terceiro andar tentando ler e me distrair. Depois de um rápido almoço com Rafa, que recolheu-se de volta ao seu escritório com Tyler, carreguei as louças para a cozinha. Eu surpreendi o diabo para fora da pobre Charlotte. Você teria pensado que a mulher nunca viu ninguém limpar antes. Ela olhou para mim com olhos arregalados quando comecei a encher a pia com água e a procurar pelo detergente no armário. Nós discutimos por um minuto antes de ela finalmente ceder e me deixar lavar enquanto ela secava; fazendo-me jurar não contar a Rafa que ela havia me deixado ajudar com as tarefas.

Charlotte tinha um comportamento gentil e carinhoso, muito maternal. Ela me disse que era uma viúva com dois filhos crescidos. Um acabou de se graduar na UCLA*, graças a Rafa, que pagou toda a sua formação. Seu outro filho era um piloto, o piloto da Rafa, na verdade. Charlotte vinha trabalhando há seis anos para rafa, seu filho há quatro. Ela começou sua própria empresa de limpeza quando seu marido morreu, mas era um trabalho muito duro ser chefe e funcionária. Os Kalimann eram seus clientes há um ano, e então um dia ela recebeu um telefonema, oferecendo-lhe o emprego de 'gerente do lar' para a ilustre Sra. Kalimann. Ela disse que era um dinheiro tão bom que ela não poderia recusar, apesar de isso significar deixar seus próprios negócio e casa. Ela se mudou para a propriedade com seu filho mais novo, que ainda estava no ensino médio.

Sextas-feiras - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora