Capítulo 26

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Sexta-feira, 01 de julho ao meio-dia


Estávamos paradas lado a lado, de mãos dadas, encarando a porta.

"Você não tem que ficar lá dentro. Você poderia simplesmente entrar e então voltar lá embaixo para o almoço".

"Não, eu preciso fazer isso." Ela disse resolutamente, olhando para a porta fechada. "Eu tenho ido ao escritório. Eu costumava vê-la todos os dias no escritório. Você pensaria que isso seria mais difícil".

Rafaela estava determinada a comer na sala de jantar privada nesta sexta-feira. Ela e o seu psiquiatra decidiram que ela deveria enfrentar a sua ansiedade sobre entrar lá. Eles haviam passado sua última sessão falando sobre como eu tinha sido despedida, como Luiza tinha sido despedida, como Luiza foi recontratada porque eu não permitiria que Rafaela fizesse isso por minha causa, e eu tinha sido recontratada porque Marcela decidiu que ela também poderia mostrar alguma compaixão. Já que o Paris 6 desempenhava um papel tão vital no meu relacionamento com Rafaela, isso levou a ela falar sobre Flavina, o que a levou a falar sobre o assassinato de Flavina, o que a levou a falar sobre como Rafaela se sentia por ela ter enviado Flavina à sua morte da última vez em que ela comeu na sala de jantar privada.

Fiquei surpresa, talvez até mesmo atordoada, quando Rafaela parou no meu apartamento na noite de terça-feira e me contou tudo isso. Este Dr. Cope parecia conseguir chegar direto ao coração das coisas com ela. Fiquei espantada que ela estivesse tão aberta com ela e depois comigo novamente. Ela até perguntou se, no futuro, eu estaria disposta a ir com ela falar com o Dr. Cope. Sem hesitar, eu disse que sim.

Eu odiava que Rafaela pensasse que ela era responsável pela morte de Flavina. Nós conversamos sobre isso naquela noite enquanto ela escovava o meu cabelo depois que nós meio que nos duas empolgamos no chuveiro juntas. Ela admitiu que não tinha qualquer pista de que Juliano estava vindo atrás dela naquela noite. Ela concordou que Flavina nunca a culparia pelo que aconteceu. Ainda assim, a culpa ainda tinha suas mãos sujas envolvidas ao redor do pescoço dela.

"Você quer que eu a abra a porta?" Perguntei, tentando duramente não a apressar, mas me sentindo mais e mais ansiosa quanto mais tempo ficávamos ali paradas. Isto era mais desesperador do que eu pensei que seria para mim. Eu não tinha estado lá desde o dia em que Flavina morreu. Parte de mim sentia como se abriríamos a porta e seríamos cumprimentadas pelo seu rosto sorridente e seus olhos cintilantes.

Rafaela tomou duas respirações profundas. "Não. Eu farei isso".

Senti Tyler gentilmente escovar contra o meu ombro. Ele e Luiza estavam nos ladeando em cada lado. Tyler não faz nada acidentalmente. Olhei em sua direção. Ele me deu um sorriso tranquilizador, tentando aliviar minha preocupação. Nós conversamos um pouco sobre isso hoje no caminho para o trabalho. Eu tinha perguntado a sua opinião sobre a "Operação Sala de Jantar Privada", e ele achava que poderia ir de qualquer maneira. Este não era o único problema com o qual estávamos lidando hoje, no entanto. Não, tínhamos outro problema muito grande em nossas mãos.

Juliano foi intimado para enfrentar um juiz na quarta-feira, mas não compareceu ao tribunal. Ele estava fugindo, correndo das autoridades e dos homens que a Rafaela tinha para procurá-lo. Rafaela achava que ele tinha, provavelmente, deixado o país para se esconder. Eu estava me sentindo menos convicta sobre esse cenário. Eu estava certa de que ele viria atrás de Rafaela, ter a sua vingança. A segurança foi dobrada para me fazer sentir melhor. Era uma coisa boa que Luiza não foi demitida. Rafaela tinha Luiza e Garrett com ela enquanto eu tinha Tyler e Liam comigo em todos os momentos. Daí a necessidade de ambos estarem no restaurante com a gente agora.

Mesmo com o drama de Juliano, foi decidido que eu apoiaria o que quer que Rafaela quisesse e pediria ajuda para Luiza se as coisas não fossem bem. Luiza havia apoiado Rafaela através de alguns dos seus momentos mais sombrios. Ela tinha encontrado formas de se recuperar e empurrá-la para superar o pior disso. Se tivéssemos um revés, não havia mais ninguém que eu queria no outro lado de Rafaela.

Sextas-feiras - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora