Capítulo 20

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Se segurem, e vamos lá!

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Sexta-feira, 29 de outubro ao meio-dia

"Bia, vamos lá. Pare com isso." Luiza pediu enquanto ela tentava tirar as coisas que eu estava jogando na caixa na minha mesa.

"Pare de tirar as coisas da caixa!" Gritei, incapaz de controlar a emoção saindo de mim. Minhas mãos estavam tremendo e eu mal conseguia ver através da confusão de lágrimas que transbordava dos meus olhos.

Luiza agarrou-me pelos pulsos enquanto eu lutava para colocar as coisas de volta na caixa. "Eu odeio ver você tão chateada. Apenas sente e se acalme um segundo. Você está muito emocional para tomar decisões. Você vai fazer algo que vai se arrepender. Pare, sente, tome algumas respirações profundas".

"Bem, muito obrigada, mas eu não posso ficar aqui. Eu não posso trabalhar aqui. Quero dizer, eu nunca realmente trabalhei aqui!" A verdade por trás dessas palavras forçou mais lágrimas e soluços a se libertarem.

Eu nunca realmente trabalhei no Colégio Prep. Amanda não tinha encontrado o meu currículo e me chamado para uma entrevista para uma vaga. Eu não tinha competido contra outras pessoas qualificadas para o trabalho. Eu não tinha vencido ninguém mais com a minha personalidade encantadora durante a minha entrevista, ou com as minhas recomendações fabulosas. Não, meu trabalho foi comprado. Pago integralmente pela Sra. Rafaela Kalimann. O pensamento disso me fez querer vomitar.

Meu telefone tocou, mas eu ignorei. Limpei meu rosto e continuei a empacotar meus pertences pessoais.

"Você não pode ignorar a ligação dela. Ela vai surtar. Você deveria estar no almoço agora." Luiza disse, olhando para o seu relógio para confirmar que o relógio na parede estava correto. Era exatamente após o meio dia.

Eu não estava atendendo ao telefone porque, se eu o fizesse, eu terminaria com ela. Eu diria a ela que eu a odiava por me humilhar e fazer-me sentir-me como a maior idiota que já andou por estas portas. Eu não atenderia ao telefone. A chamada foi para correio de voz.

O telefone de Luiza começou a tocar alguns minutos mais tarde. Ela atendeu imediatamente. Eu podia ouvir alguém gritando, mas não podia entender qualquer palavra em particular. Eu sabia exatamente quem estava por trás dos gritos e fiquei feliz que ela estivesse irritada. Ela logo descobriria o quanto eu estava irritada.

"Ela ainda está aqui... Não sei, presumo que Liam ainda esteja no estacionamento.

Ela... bem... algo aconteceu e... bem... ela está meio chateada." Luiza tentou explicar.

Eu bufei para a sua escolha de palavras. Eu estava mais do que chateada.

Chateada nem sequer começava a descrever como eu me sentia.

Luiza estendeu seu telefone para mim. "Ela quer falar com você".

"Eu realmente não dou a mínima para o que ela quer agora!" Gritei para o telefone em sua mão para que Rafaela pudesse me ouvir alto e claro.

Luiza levantou o telefone ao seu ouvido e esfregou sua testa com a outra mão. "Ela disse - Sim, senhora. Bem, ela descobriu que a senhora teve algo a ver com ela conseguir esse trabalho e..."

Sentei-me na minha mesa e comecei a escrever alguns subplanos. Eu não sabia o que eles fariam com as minhas turmas. Eles poderiam, provavelmente, simplesmente adicionar os alunos para as outras seções, já que a minha seção foi criada devido a uma generosa contribuição financeira, e não porque eles eram realmente necessários. Amanda fez tudo, menos admitir isso quando eu a confrontei.

Sextas-feiras - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora