Birthday

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Mostrei para o taxista o endereço que Sasuke tinha mandado por mensagem e fomos até lá em dez minutos, não era muito longe. Ele morava em um prédio numa das avenidas principais daquela área, décimo andar do lado direito. Arrumei meu cabelo me olhando no espelho do elevador e as portas se abriram, o apartamento dele era ali ao lado.

Claro que ele suspeitaria de alguma coisa, pelo amor de Deus, tinha um balão amarelo atado na fechadura e dava pra ouvir as risadas estrondosas de Naruto antes mesmo de chegar. Eu também sairia correndo daquilo, provavelmente.

Toquei a campainha e ele se calou na hora, logo veio abrir e suspirou com os ombros frouxos quando viu que era só eu.

– Podem sair a acender as luzes, é só a Sakura.

Eu entrei e Ino e Hinata saíram do esconderijo resmungando e acendendo as luzes, me mostrando uma sala bem decorada com tons de vermelho e sem nenhum toque pessoal chamativo, tipo quadros com fotos ou vasos de flores, só a mesa de jantar com balões, chapéus de papel, bolo e um monte de coisa fofa colorida dizendo Feliz Aniversário, que eu sabia ter sido obra da Hinata. O lugar todo tinha cheiro de Sasuke com se ele estivesse ali mesmo.

Credo, estava sufocante até pra mim, que não sou tão escrota quanto ele. 

– Cadê aquele merda? – gritou Naruto. – Não é possível que ele não venha pra casa.

– Vocês são óbvios demais. Se ele veio pra cá e viu o balão, deve ter fugido mesmo.

– Porra, Sakura! Liga pra ele e diz que tá aqui!

– Ele é seu amigo, não meu. Além de que ele mal usa a merda do celular.

– Porra, não acredito que fizemos tudo a toa. Até arrumei essas merdas – ele apontou pra a bagunça de Sasuke jogada em um dos sofás de um lugar, tipo papéis rabiscados, um lençol e casaco.

– Ah, Naruto, foda-se. Posso ir pra casa? Tenho séries pra ver.

– Não vai nem comer, Sakura? Compramos tantas coisas… – disse Hinata, usando seus olhos grandes de gato abandonado pra me convencer.

– Posso levar?

Ela suspirou e levantou, então cortou uma fatia gorda de bolo, colocou uns salgados e Naruto foi buscar uma tigela de vidro - que eu não ia devolver - pra embrulhar e me dar.

– Obrigada. Eu estou indo agora, ok?

– Ainda não achei o banheiro. Quantas portas isso aqui tem?

Eu olhei pra o corredor e Gaara estava ali, pleno com seu cabelo vermelhíssimo e aquele jeito rebelde patético que, de alguma forma, Ino achava atraente. Olhei pra ela sorrindo e ela já sabia o que eu ia dizer, por isso colocou o dedo nos lábios como um sinal pra eu ficar quieta.

Naruto abriu a porta e me levou até ao elevador. Parecia chateado, mas ele provavelmente sabia o que esperar, sendo amigo de Sasuke há anos.

– Tem certeza que não sabe onde Sasuke está?

– Naruto, ele não é meu amigo e a gente não se fala quando não estamos perto um do outro.

O elevador chegou com um tilintar e as portas de metal se abriram. Eu estava aliviada que sairia logo dali, apenas.

– Ok, eu vou continuar a ligar pra ele, mesmo que dê caixa postal. Uma hora ele vai ter que voltar pra casa.

– Se acabar rolando festa me liguem.

– Tá bom. E fecha bem essa tigelinha.

– Tchau. – Sorri.

Respirei fundo e atravessei pra parar um táxi e ir voando de volta pra casa. Percebi que estava sendo escrota com eles, principalmente com Naruto, mas também não ia fazer Sasuke aparecer lá contra a vontade dele. Ninguém conseguiria fazer isso. Se ele fosse pego na surpresa, provavelmente fugiria pra outro lugar da mesma forma, nada que eu pudesse de fato ajudar.

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