Daddy

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Obviamente tive cansaço e sono o suficiente pra acordar só à noite. Ino estava me ligando e demorei pelo menos três chamadas pra atender.

– Pode fazer o favor de abrir a merda da porta? Estou aqui na frente há VINTE minutos!

– Tá, tá. Espera aí.

Ela entrou como um furacão, jogando a bolsa por cima da mesa e se sentando com os braços cruzados na cadeira. Fiquei encarando e tentando perceber o que estava acontecendo. E com muita preguiça, na verdade.

– Não vai perguntar por que estou brava?

– Não.

– Nossa – revirou os olhos – Tá, eu falo. Gaara está me tirando do sério. Acredita que ele est-

– Ino – cortei-a – Não. Agora não. Liga pra Hinata e fala isso aí. Comigo não. Não hoje, por favor.

– Credo, Sakura, parece que você caiu de um prédio. Apanhou?

– Tipo isso… – eu ri.

Estava um caco depois de Sasuke. Estava com receio que as pequenas marcas da mão dele ainda estivessem visíveis no pescoço e meu cabelo não fosse longo o suficiente pra cobrir tudo. Com medo que Ino visse e descobrisse que eu era uma louca do Tinder agora trepando com caras que sufocam e fodem intensamente. E eu havia adorado, ainda mais agora que havia passado.

Ele era bom. Tipo, muito bom mesmo. Hidan tinha sido ótimo com aqueles tapas e as outras coisas, mas Sasuke ultrapassou os limites, eu gozei duas vezes seguidas. Orgasmo múltiplo em uma fodinha rápida na parede de um decorado.

– Trepou com quem?

– Como é?

– Sakura, você tá com olheiras. E andando torto. Trepou com quem?

– Sasuke – eu disse porque ela descobriria algum momento – Foi do nada, e to bem acabada.

– Pode me contar tudo! Como você sai com um gostoso desses em segredo? Que bela amiga você é!

– Ino, eu estava olhando apartamentos, e Sasuke estava lá, ele é corretor. Sei lá, quando percebi já estávamos no decorado trepando.

– NO DECORADO? E eu achando que você não era dessas…

– Me poupe, Ino – Levei a mão até meu pescoço ainda dolorido – Ele me destruiu pra caralho.

– Conte mais enquanto faço pipoca! – correu pra cozinha fazer, e eu achei que ela estava brincando – Vai, fala.

Suspirei. Ela não ia me dar paz. Então sentamos no sofá e detalhei minha experiência maníaca com um maníaco que tem fetiche por vácuo e pessoas sem ar.

– Você achou a rola feita pra você, Sakurinha.

– Não viaja.

– Não é qualquer rola que nos dá orgasmos múltiplos, querida. Já sentei em muitas e só uma me fez esse favor.

– Eu não repito, Ino. Não vou sair com ele de novo, esse cara parece problemático demais e eu sou bem azarada.

– Não precisa nada sério, sua sem graça. Apenas dar pra ele, ué. Vai ficar pulando de pau em pau até quando?

Aquela era uma ótima pergunta que quase me convenceu a mandar mensagem pro cuzão dizendo pra ele por favor me foder de novo, e só com a ideia eu estremeci e juntei as pernas. Sério, devem ter feito alguma macumba porque eu já estava começando a ficar consideravelmente irritada com a reação que meu corpo mostrava com a lembrança daquele imbecil.

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