Polaroid effect-chaennie

Capitulo 2- aquele em que lisa quer entrar em uma irmandade

Toda vez que Jennie se deparava com aquele anfiteatro coberto, tinha a sensação de que era quase um ambiente de gravação de algum programa famoso. A sala era formada por diversas fileiras de alunos, tornando até complicado distinguir os rostos de quem se sentava no fundo.

A aula da sua mãe sempre era assim: preenchida, cheia. Principalmente por ser o primeiro período da faculdade de moda.

Em outras palavras, todos que estavam ali presentes provavelmente carregavam certezas, alimentados pela esperança de estarem fazendo o curso certo. Mas, Jennie tinha convicção de que cerca de 20% dos alunos naquela sala iriam desistir por algum motivo até o final do curso.

Sendo bem positiva.

Apesar de não ser a professora, sempre dividia a atenção dos alunos com a Miranda Kim. Dava para notar, naquela primeira aula de apresentação, o quanto Jennie estava acostumada e até entretida com os olhares cobiçados da maioria dos garotos – e garotas, da sala sobre ela.

A desgraçada sabia do poder que possuía.

Seu sorriso de canto tinha um leve ar prepotente, e ao mesmo tempo um tanto charmoso, enquanto passava as mãos nos longos cabelos sedosos, em movimentos discretos.

Seu par de olhos de gato alternava entre seus sapatos altos, suas unhas grandes pintadas de vermelho rubi, e, uma vez ou outra, cruzava com os olhos da australiana. E então no olhar dela, seu olhar permanecia, até Rose conseguir desviar, e tudo isso se repetia em um ciclo vicioso.

Park não era diferente da maioria das pessoas da sua turma, e como todo mundo naquela sala, também admirava e suspiravam pela filha da professora. Convenhamos! Era inevitável não a admirá-la, mesmo com toda batalha interna que existia dentro da australiana.

Com um suspiro longo e completamente audível para sua amiga ao seu lado, tirou um momento para relembrar que Jennie Kim era totalmente proibida.

Precisou repetir isso algumas centenas de vezes até se tornar um mantra, e assim que se recompôs, finalmente adquiriu a crença de que não olharia mais para ela naquele dia.

Bem, ela iria se esforçar.

Em meio a tudo isso, seus olhos continuavam a incomodando, e por não ser obrigada a ficar com eles irritados, mais do que já estavam, resolveu tirar de uma vez suas lentes.

Procurou seus óculos, e acabou descobrindo que não estavam com eles, e deduziu que os havia esquecido em casa, embora preferia ficar cega a seu estado atual, por isso tirou suas lentes ali mesmo.

Sentiu a mão da sua amiga lhe tocar. Quando Lisa ganhou sua atenção, apontou na direção de uma menina na primeira fileira.

Rose não conseguia distinguir nada, seu rosto franziu, precisou espremer seus olhos, forçando sua retina a focar em alguma coisa na sua frente, embora a miopia não deixou a australiana ver mais do que três palmos de distância do seu campo de visão, só via borrões.

"O que foi?"

"A menina, ela..." Disse lisa, levando a mão na boca, se esforçando para não rir. "Ela está dormindo."

"Dormindo?!" Rose se esforçou para que sua voz saísse baixa, pela tamanha surpresa e soou quase como um murmuro. Levantou as sobrancelhas e voltou a encarar a amiga que confirmou com a cabeça.

"Uau..." acrescentou refletindo na coragem da moça.

Ou a pessoa era muito corajosa, ou uma completa sem juízo. Se Rose pudesse opinar, certamente seria a segunda opção.

"Ainda na primeira fila! Audaciosa ela." Disse Lisa, ainda se esforçando para segurar o riso discreto.

Rose tentou ainda observar a menina, conseguia ver que seu cabelo tinha uma coloração clara, e eram bem longos. Seu cotovelo estava apoiado na mesa, e seu rosto estava apoiado na palma da mão.