Capitulo 16-aquele de sexta feira a noite em um hospital

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Ainda à luz do dia, a casa parecia quieta e vazia. Era esquisito chegar e não ter ninguém naquele horário, afinal Dah e o Jongin sempre estavam por ali, um fazendo barulho na cozinha, e o outro matando o tempo, perambulando pela sala para depois ir ao treino de basquete.

A morena , praticamente, se arrastou para a cozinha, sentindo seu corpo pesado e completamente pegajoso. O pequeno cropped sem manga preto colava na pele suada e a calça de cintura baixa estilo moletom, que deveria ser larga e folgada, parecia marcar suas pernas.

Estava quente e a temperatura aumentava conforme os dias avançavam.

Ao ponto de suar sem precisar fazer nada.

O que convenhamos, não era o caso dela.

Em dias alternados, Rosé tinha o hábito de fazer o caminho do estúdio de dança correndo. A academia não ficava longe. O percurso de ida e a volta somava uns 5km e meio. Era uma boa corrida, assim como uma excelente forma de ganhar tempo, se manter em forma e adquirir melhor resistência para suas coreografias, por isso, além de cansada do treino um tanto exaustivo e da rotineira corrida, ela transpirava, e o fato de usar roupas pretas não colaborava no processo.

Roseanne tomava seu terceiro copo de água quando escutou a porta da frente ser aberta. Com curiosidade, se aproximou em passos longos e rápidos, passando metade do corpo pelo vão que separava o cômodo do resto da casa, apenas para espiar, e assim que viu a senhora de quase 60 anos, gorduchinha, com seu vestido florido abaixo dos joelhos, cheias de sacolas do supermercado, cruzar o corredor da escada, se apressou em ajudá-la.

Ela também era de origem australiana e estava na sua vida desde que se conhecia por gente. Dah chegou um tanto nova para trabalhar com o recente casal park e acompanhou de perto o crescimento dos dois jovens filhos deles, bem como a separação, a mudança de país e a morte prematura de Seu pai.

Todos aqueles anos de convivência, somado ao afeto adquirido, fez dela um membro importante da família. Por esse motivo, não impôs resistência em se mudar junto com a pequena roseanne para Korea.

A senhora tirava as compras – que Rose julgava como completamente desnecessárias das sacolas e as empilhavam na bancada. Ela tinha adorado o supermercado que abriu no começo do ano, e adquiriu um hábito de ir lá quase todos os dias.

"Como foi o ensaio hoje?" Perguntou, guardando as coisas no armário de cima, depois de volta à bancada, onde Rose estava sentada e concentrada pegando um pacotinho de prendedor de embalagens, enquanto virava o objeto entre os dedos longos de um lado para o outro, analisando com os olhos semicerrados.

"Para quê isso, velha?" Falou, desviando a vista do pacote para a governanta com um semblante um tanto julgador.

"Fique sabendo que isso é bem útil!" Se defendeu tomando o saquinho da sua mão, provocando um sorriso grande e debochado na mais nova.

Rosé meneou a cabeça ainda rindo, antes de responder à pergunta: "Foi legal... a gente aprendeu uma coreografia nova."

"A propósito, cadê a Lalisa? Tenho impressão que não a vejo há muito tempo..." comentou pegando as verduras, levando para a pia.

"Ah, Dah!" Entortou a boca em uma falsa expressão de desgosto. "Ela agora está namorando... não quer mais saber de mim."

"Deixe de ser dramática, magrela! Você devia arrumar uma namorada também."

"Deveria..." Pensou, embora o que saiu da sua boca foi: "A gente combinou de ir para uma festa mais tarde... e acho que ela vai vim dormir aqui. Amanhã a gente precisa fazer um trabalho..."

"Em falar em namorada... Rosé,a nova namorada do Jongin é bem bonita, né?" Acrescentou, e a voz dela se misturou com o barulho de água corrente, enquanto lavava os vegetais.

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