Capítulo 15

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— Vocês não tiraram isso ainda? - Ran perguntou ao lado de seu irmão Rindou vendo as figuras largadas no sofá.

— É estilo, você não entenderia - Kakucho ajustou os óculos escuros em seu rosto.

— Deveria ser o novo uniforme - Cocê disse olhando para o teto, por mais que os óculos escuros cobrisse seus olhos.

— É confortável - Manjiro se defendeu se referindo ao pijama azul de ursinho, os óculos não em seus olhos e sim em sua cabeça, enquanto olhava os Haitani com tédio.

— Claro, eu os comprei - Kokonoi falou, por mais que doesse em si o dinheiro gasto.

— Com meu dinheiro - Takeomi refutou.

— Fala com minha carteira - Hajime respondeu inabalável.

— Vão caçar algo para fazer - Sanzu murmurou, um pouco enciumado por todos estarem dando atenção para os tais pijamas. Talvez ele devesse comprar um, pensou.

— Acho que vi uma aranha - Takeomi falou descontraído vendo o seu irmão dá um pulo assustado.

— On- Vai se ferrar, velho do cachimbo! - Haruchiyo se exaltou. O rosado não aguentava mais esse idiotas zombando da sua cara.

— Sabe, vocês estão cheios de relatórios para me passar. Vão trocar essas roupas e terminar aquela papelada - Mikey falou direcionado o olhar para você e Kakucho, logo se voltando aos Haitani — Vocês vão fazer aquele serviço, Sanzu vai comigo em um dos nossos esconderijos me ajudar a pegar uns papéis.

— E eu? - Takeomi perguntou tragando seu cigarro, não que ele realmente quisesse trabalhar.

— Você vai no prostíbulo principal, ouvi dizer que tem uns engraçadinhos pisando na minha área.

Manjiro estava sério, exalando superioridade, nada compatível ao pijama fofo e os óculos escuros, por mais que agora estivesse dia, não noite.

— Trabalhar - Você murmurou reunindo toda a sua coragem para levantar o braço, antes do mesmo cair no sofá denovo e você desse um suspiro cansado — Trabalhar agora não.

— Queria essa opção - Rindou murmurou atravessando a porta junto ao seu irmão.

— Então vá depois - Manjiro afirmou a fazendo murmurar confusa antes do de cabelos brancos e até o sofá onde você estava deitada, e se inclinar dando um beijo carinhoso em seus cabelos — Vamos, Sanzu - O Sano deu passos longos até a saída, quase como se estivesse fugindo.

Sanzu encarou você, encarou a porta e suspirou antes de seguir Manjiro.

Um silêncio se estabeleceu no lugar a deixando ainda mais envergonhada, logo esse sendo quebrado por altas gargalhadas.

— Mana! Você tem que ver sua cara - Kakucho riu junto a Kokonoi de sua face avermelhada e totalmente desconcertada.

— Eca, casal feliz - Takeomi murmurou saindo da sala, ainda não se perdoando por ter perdido tantos passos de sua irmã, um deles os paqueras — Que saudade do tempo em que eu e o Haruchiyo nos livrarmos deles.

Você se sentou rapidamente no sofá, vendo seus irmãos rirem escandalosamente, fazendo com que seu rosto esquentasse mais.

— Parem de ficar rindo, seus idiotas - Você jogou a almofada em direção aos dois, acertando em cheio o Hitto.

— Você não fez isso... - Logo o moreno devolveu o gesto.

— Não me deixem de fora! - Kokonoi se irritou agarrando a primeira almofada que voou um pouco longe.

Um baque pode ser ouvido do corredor, onde a almofada havia sido jogada. Um alto xingamento foi escutado fazendo os mais sensíveis se sentirem ameaçados –Kokonoi.

— Quem foi o infeliz!? - Takeomi apareceu na porta segurando a almofada com ódio.

Você e Kakucho apontaram para Koko que os encarou com traição.

O Akashi mais velho apertou com força na almofada, mirou em Hajime antes de acertar com tudo na face levemente maquiada, soltando uma risada satisfeita ao ver o colega sendo atingido.

O contador bateu contra o chão soltando uma maldição a Takeomi e ao os dois traidores.

— Por isso não se brinca em uma sede de assassinos - Você murmurou e Kakucho acenou em concordância.

[...]

Um suspiro trêmulo escapou dos lábios levemente ressecados. As mãos gélidas do suor frio, indicava o nervosismo e o medo do portador de olhos azuis.

O corpo do moreno doía um pouco por conta da surra que havia levado ao somente citar a gangue, ele agradecia a Kazutora e Naoto mais tarde por o ajudarem, claro, se ele não morresse hoje.

Mas ainda era o Mikey independente de tudo, ele não sabia o que de fato era essa “impulsividade negra” citada no vídeo mas ele iria dá um jeito, ele guardou no fundo da mente o pensamento de questionar sobre isso.

Takemichi estava empenhado para conseguir o futuro ideal, o futuro onde todos poderiam sorrir felizes e não precisarem se preocupar com nada.

O Hanagaki sentia o peito pesar pelas pessoas que tiveram suas vidas arrancadas de si para que isso desse certo, era um peso que ele carregaria para o resto da vida. As promessas feitas, as lágrimas derramadas que piscaram em sua mente o lembrou que ele tinha que ser forte.

Cuidar do Mikey foi um pedido feito as pessoas que mais se importavam com o antigo amigo, era algo que ele não desistiria agora.

Ele suspirou reunindo coragem para entrar no galpão, que antes deveria ser um clube de boliche por conta da quantidade de prateleiras ocupadas pelas bolas do respectivo esporte.

O moreno sentou-se em um dos bancos com mesa, ele momentaneamente se lembrou do restaurante dos Kawata.

Tudo que ele queria era encontrar a tal mulher, mas já havia percebido que encontrar Mikey seria mais fácil.

Os flashes dos avisos de seus amigos piscaram na mente do Hanagaki.

Talvez ele não encontrasse o Mikey denovo.

O cano gélido da arma tirou Takemichi de seus delírios, ele ficou quieto tentando não fazer nenhum movimento ameaçador.

— Não se mexa ou eu atiro - A voz grossa disse em um tom de desdém fazendo Takemichi travar.

— Hã? - Ele tentou identificar o autor desse ato, sentindo seus batimentos acelerarem.

— Cara, você fede que é o diabo! - Ele zombou, apesar da irritação nítida — E fedia o mesmo naquela época, seu belo filho de uma puta!

Takemichi apesar de confuso não tremeu, não era a primeira vez que ele tinha uma arma apontada para si, e ele não acreditava que seria a última.

O único questionamento que passava em sua cabeça era...

— Quem... É você? - Ele olhou de soslaio para o homem.

— Xiu!! - O estranho colocou o dedo nos lábios indicando silêncio ao ouvir o som dos chinelos contra o piso.

O sangue de Takemichi gelou.

Ele sentiu quando alguém sentou-se atrás de si.

— Este é o futuro melhor, não é? - A voz rouca e conhecida falou — Então, algo que queria perguntar?

— Mikey... - Takemichi chorou.

The Carnation And Rose - Manjiro Sano.Onde histórias criam vida. Descubra agora