Capítulo 16

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O Japão está um caos

Foi isso que você pensou ao ver a fumaça se dissipando no ar.

O líder da maior organização do país estava morto e seu segundo no comando estava trancado em um quarto sem dar sinal de que vai sair.

Criminosos de pequeno e grande porte estão a solta causando o caos nas ruas, tudo porque seu líder morreu.

Você deu uma risada amarga vendo os carros passarem pela ruas iluminada pelos postes, talvez devesse parar de beber um pouco.

Ran e Rindou estavam putos, não bastava o desgraçado do Sano os prender a ele, o filho da puta tinha que morrer e os deixar a mercê da sorte, se ele não estivesse morto os dois o matariam com as próprias mãos.

O fato de duas pessoas se jogarem de um prédio chamou muita atenção, não tinha como as autoridades não serem acionadas, ao descobrirem que a porra do Manjiro Sano havia voluntariamente se jogado de um prédio junto ao ex-amigo foi um choque. Os membros da gangue que estavam por perto foram presos e por um deslize disseram a localização do prédio principal. Sanzu escapou por pouco, mas o remorso por ter deixado seu líder morrer só o fez que desse um resumo rápido do que havia acontecido e se trancado em algum quarto do pequeno apartamento que antes era seu, inferno vai saber oque ele faz lá dentro.

Kakucho e Kokonoi não falaram nada só ficaram à uma pequena distância de você sem dizer nada.

E é por não saber oque fazer a seguir que os irmãos Haitani estão putos, mas não vai ser eles a quebrar essa tensão que se espalha em todo apartamento.

— E no final, não importa o quão bonitas seja, as flores sempre murcham - você murmurou dando uma risada que parecia uma maneira alternativa de chorar pelos cacos que sobrou de seu coração.

— Acho que você bebeu demais, vá dormir um pouco - Kakucho se aproximou junto à Kokonoi colocando uma mão em seu ombro.

— Kaku, por que estão todos tão chateados? - Você perguntou, já não parecia mais saber nem oque acontecia ao redor.

— Flores, as flores murcharam, [Apelido].

Nenhum dos três comentou nada sobre as lágrimas que rolavam de seu rosto.

[...]

— Uau, presos - Rindou disse gargalhando como uma criança em um parque de diversões.

— Como é possível tantas coisas acontecerem ao mesmo tempo? - Ran parecia indignado.

— Eu exijo um advogado! - Kokonoi gritou em plenos pulmões, os punhos cerrados em torno da barra que impedia sua passagem a liberdade.

— Isso é culpa daquelas aranhas, eu falei que aquilo era uma praga! - Sanzu gritou com convicção, como se tivesse descoberto o responsável por um massacre — Mas não, a gente foi lá e foi pra um apartamento que parece que as paredes foram feitas por elas!

— Eu só queria beber em paz, porra - Você falou em tom choroso, as lágrimas escorrendo de seu olhos — Fui presa com um grupo de idiotas depois de perder meu marido, puta merda. Viúva de uma hora pra outra.

— Eu nunca fiquei sabendo de casamento - Sanzu falou, um sorriso escorrendo veneno — Encalhada.

— Cala boca!

— Vem calar!

— Takeomi, me tira daqui! - você gritou e logo depois um silêncio se fez presente.

— Cadê o Takeomi? - Kakucho foi o primeiro a perguntar.

Todos se encararam de cima a baixo e chegaram na conclusão infeliz que tinham sido abandonados por seu colega de trabalho.

Sanzu foi aquele a gritar com o mais profundo ódio.

— Filho da puta!

— Deixa de gritar, desgraça! - A voz de um outro condenado ecoou do final do corredor.

— Você não manda em mim, filho de chocadeira! - Haruchiyo

— Filho de chocadeira é você, aranhafóbico!

— Queles bichos não podem ser seres de luz!

Você suspirou junto aos outros pela discussão aleatória, todos alheios ao que aconteceriam daqui um triste e pequeno tempo.

Mais tarde, Takeomi invadiria aquele presídio junto a participantes perdidos da Bonten, e então vocês descobririam que não poderiam correr dos milhares de inimigos que fizeram, e descobririam que alí seria o fim. Também, ao tentar impedir a morte de alcançar seu irmão maluco, você teria de ir em seu lugar não sentindo remorso por isso.

E ali, só ali, Haruchiyo perceberia que talvez estivesse preso em uma maldição que o cegou por anos e anos.

— É melhor você dá um jeito nisso, Takemichi Hanagaki - Disse em meio as lágrimas abraçando firmemente o corpo de sua irmã coberto de sangue.

Um disparo foi ouvido e Haruchiyo, só pode sentir a ardência em suas costas antes de se entregar aos braços da morte na esperança de pelo menos poder se redimir com sua irmã.

E naquela tarde, após fugirem da prisão os principais da maior organização do país seriam mortos por um assassino em série que queria vingança pelo seu irmão morto pela gangue.

Os corpos estaria todos juntos em um banho de sangue, e as lágrimas secas de Sanzu iriam se misturar as gotas de chuva, e o sangue de quem um dia considerou pessoas próximas de serem amigos.

Nos jornais e sites isso seria o assunto principal, e a foto das manchetes seria o homem de cabelos rosas abraçando firmemente o corpo de sua irmã, ambos sem vida.

Naquele mesmo dia, Kazutora olharia aquela manchete e reconheceria a Maninha de seu melhor amigo, e naquele dia ele também gritaria em desespero.

Inui morderia os lábios não se permitindo chorar por quem um dia foi seu parceiro, e alguém que ele viveria e mataria se pelo menos tivessem um ao outro, mas o aperto em seu peito doeria como o inferno mesmo assim.

E alguns anos antes, Takemichi e Mikey iram se unir mais uma vez em busca de um futuro feliz, onde todos pudessem sorrir sem se preocupar com nada além de viver um pouco mais.

E o amor ardente entre Manjiro e você, poderia se tornar possível em outra linha temporal.

E aquela seria a vingança de almas perdidas e quebradas pelo mundo cruel e de pessoas maldosas.

E as flores voltariam a ser as mais belas, e colorir um lindo jardim.

The Carnation And Rose - Manjiro Sano.Onde histórias criam vida. Descubra agora