10; restart.

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🍷

— E então, o que achou? — disse Jeongguk assim que adentrou o carro com TaeHyung, que já estava levemente bêbado.

— Eu achei incrível, na verdade. Eu não fazia ideia que essas coisas existiam, ou aconteciam, não sei qual palavra usar mas espero que tenha entendido. — o rapaz embolou as últimas palavras, Jeongguk não conseguiu conter o riso.

TaeHyung então se virou para Jeongguk e fitou o rosto do mais velho enquanto este mexia em algo no celular antes de começar a dirigir. Observou cada traço que já tinha observado antes, mas sempre ficava intrigado com a beleza dele, do ar descolado e jovem que ele tinha mesmo não sendo mais tão jovem. Jeongguk era cheio de vida, seus olhos eram brilhantes como os de uma criança conhecendo o mundo, era simplesmente lindo.

— Você está começando a me deixar com medo, me olhando desse jeito. — disse Jeongguk, soltando uma risada baixa. Ele estava olhando para frente, mas o olhar de TaeHyung era tão intenso que ele provavelmente estava sentindo queimar em seu rosto.

— Você é muito bonito, Jeongguk. Não sei o que viu em mim. — TaeHyung finalmente se virou para frente e abaixou o olhar para o copo quase vazio de cerveja que tinha em mãos. — Você tem tatuagens e piercing, eu uso camiseta por dentro da calça.

— Qual o problema? Eu também uso. — embora a intenção de Jeongguk fosse consolar, ele quase riu.

— Eu uso fora do trabalho.

— É, assim não tem como te defender. — ele finalmente soltou a risada, TaeHyung não resistiu e se juntou a ele.

— Ah, eu não quero ir pra casa. — suspirou. — Suho vai me encher o saco.

— Você sabe que já deveria ter terminado isso, está na merda porque quer. — Jeongguk disse, finalmente ligando o carro.

— Se fosse simples, acha que eu não teria feito isso? — TaeHyung colocou o sinto e esvaziou o copo de cerveja. — Minha mãe não quer que eu termine com ele.

— É a sua vida, TaeHyung. Você não é mais uma criança pra obedecer tudo o que sua mãe diz, você já é um homem adulto. — debateu, um tanto indignado. — Às vezes parece que você só está cego e tenta arrumar desculpas, porque é mais fácil do que admitir que você só não quer terminar.

As últimas palavras de Jeongguk queimaram como cigarros na pele de TaeHyung, que ficou em silêncio, esse silêncio mortal que preencheu o veículo. TaeHyung estava triste e atordoado, ele achava que estava apenas agindo a mercê dos outros, e se estivesse agindo a mercê de sua própria carência? Ele não enxergava as coisas, não entendia nada, só conseguia ver placas enormes de alerta para que ele não terminasse com Suho.

Ficou encarando as luzes passando enquanto aquele maldito nó na garganta crescia, as palavras de Yoongi tomando sua mente e se juntando com as de Jeongguk.

— Eu devo ter falado demais, não tenho nada a ver com a sua vida. Mas eu estava presente no dia que você descobriu, e é foda ver você se machucando. — Jeongguk estacionou o carro na frente do lugar que havia buscando TaeHyung.

— Obrigado, Jeongguk. — disse após alguns segundos, ainda ponderando sobre as palavras do outro. Jeongguk ficou pensativo, olhando TaeHyung, que tinha sua expressão neutra.

— Desculpe. — o tatuado disse, TaeHyung apenas evitava contato visual.

O mais novo não disse nada e apenas saiu do carro, acenando para Jeongguk de fora antes de começar seu caminho de volta para casa.

Quando olhou no relógio, viu que este marcava uma da manhã, já era bem tarde, mas ainda sim era mais cedo do que estava chegando ultimamente. Caminhou pelas ruas escuras até chegar em sua residência, onde estranhamente haviam algumas luzes acesas.

34+35Onde histórias criam vida. Descubra agora