Olá gente. Viu quero agradecer de coração todos os comentários, recados que deixaram, as boas vindas, o enorme carinho de vocês. Obrigada mesmo viu. Fico muito grata por terem entendido minha situação. Não tenho mais tempo para ficar aqui como antes, mas ainda assim, do jeito que dá vou continuar postando, pois quero terminar as sagas que comecei com vocês, ficaria mais fácil postar direto na amazon, mas mesmo que eu só poste e não consiga responder os comentários, vou continuar aqui até terminar cada história que comecei com vocês.
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Embora eu tivesse me divertido nos outros dias, não podia dizer o mesmo do último.
O encontro desastroso com Olhos amarelos naquelas ruínas, a conversa com Jena, tudo ainda estava fresco na memória.
Eu ainda estava anestesiada, mas depois de muito refletir em minha noite insone e avaliar cada acontecimento desde que cheguei, eu começava a repensar minhas ações.
Jena insistia que ele me amava, e que inclusive o motivo de ter sido apartado de seu lobo era por conta de ele ter me protegido do veneno com o próprio corpo.
De início não parecia possível, passei as primeiras horas da noite enumerando todos os motivos para pensar assim, mas então, analisando a mim mesma a um nível mais profundo eu via que era possível para os lobos, e que todos os motivos em minha lista eram baseados em minha vivência antiga, eu estava comparado raças então, refletindo a um nível muito mais racional a resposta era simples. Ele podia simplesmente me amar como eu sou.
Mas pensar nisso era perigoso, pois uma esperança começava a brotar dentro de mim, e mesmo tentando evitar o pensamento, ele já estava entranhando em meu coração, e ao amanhecer eu não conseguia tirar da cabeça que talvez, só talvez eu pudesse almejar um destino onde fosse possível Olhos amarelos e eu ficarmos juntos.
Mas mesmo esse pensamento já cimentado e teimoso, não conseguia solapar completamente a parte intimista que martelava como um eco na mente me dizendo que, antes eu precisava conversar com ele, colocar todos os pingos nos ís.
Era final de tarde quando arrumamos as coisas para voltar
As meninas conversavam animadamente sobre tudo e com a mesma energia de sempre faziam planos para a semana toda, já eu tinha passado todo o trajeto torcendo as mãos de pura ansiedade, parte do nervosismo era pelo que ia encontrar e outra parte por querer isso.
De todo modo, todos os sentimentos que eu não podia demonstrar ou conhecer quando estava no reino Humano aqui borbulhavam, transbordavam e multiplicavam.
Sentimentos internos que brigavam em uma arena para ver quem vencia, enquanto que externamente eu buscava paz para aguardar o confronto.
Não tinha como simplesmente imaginar estar com um homem que agora era de carne e osso, que não era mais fruto de minha imaginação ou fragmentos de minhas lembranças, ele era real, ele estava ali e diferentemente do que acontecia na imaginação, eu não tinha poder sobre as ações dele e por isso eu estava tensa desde que as meninas tinham anunciado que estávamos chegando.
Chegar à vila dos Licans agora com Laican ali não era algo com que eu tivesse imaginado possível, e nem era algo que eu pudesse controlar e por isso eu sentia medo dessa realidade que se insinuava de forma fascinante e ao mesmo tempo assustadora.
Tinha sido uma verdadeira tortura, a ansiedade e o receio brigando comigo, mas quando finalmente chegamos, ele não estava nos esperando.
Escondendo fundo a decepção e também o alívio passei a prestar atenção na mudança ao meu redor.
Compartilhar com as meninas o que eu tinha passado e ouvir suas histórias tinha me feito perceber o quanto éramos iguais em nossas jornadas até aqui e isso me ajudou sobremaneira, tanto que eu tinha decidido não me esconder mais, pelo menos esse progresso eu devia a mim mesma.
A verdade é que eu não queria progredir pelos outros, e sim para mim em primeiro lugar, pois mesmo que me cobrassem muito para deixar a antiga eu para trás, jamais cobrariam um terço do que eu mesma me cobrava constantemente.
Então cumprimentar os homens do bando não foi um martírio tão grande, bastou coragem para responder a primeira vez e o resto foi natural porque a verdade é que eu tinha me acostumado com a presença deles, pois mesmo que fosse distante, eu tinha visto como os homens e mulheres Licans se relacionavam.
Foi difícil encaixar o que vi com o que aprendi ser o correto.
Eles viviam em pé de igualdade. Ambos caçavam, cozinhavam e lavavam roupas juntos e nus durante o banho no lago. Quando partilhavam bebidas ao redor da fogueira a garrafa não pulava ninguém e de tudo o que eu tinha visto, essa cena foi a mais significativa.
Havia respeito, mas mais do que isso, havia uma harmonia natural entre homens e mulheres.
Tudo isso eu tinha visto pela janela do quarto.
De forma silenciosa agradeci a Jena por me dar esse tempo, por me fazer entrar em seu mundo aos poucos, não só me ensinado, mas me permitindo ver como as coisas funcionavam entre os lupinos.
— Estamos chegando com roupa suja para vocês lavarem, seus sarnentos! — Briana gritou para algum dos rapazes e após receber uma resposta mal criada deles ela soltou uma gargalhada.
Já eu me encolhi, meu coração acelerado, não conseguia focar na interação deles, a expectativa e a ansiedade brigavam dentro de mim.
Eu queria vê-lo, ouvir um pouco mais de sua voz, perguntar tantas coisas... Contar tantas coisas...
Mas antes eu precisava resolver a questão daquela promessa que ele tinha feito e que agora não tinha mais sentido. Houve uma espera, uma declaração nas entrelinhas e eu não queria que o passado e as coisas que foram juradas naquele jardim atrapalhasse minha interação com meu alfa, porque era isso o que ele era, meu alfa e eu precisava deixar tudo para trás e viver apenas o agora. E queria que ele soubesse disso.
E era justamente por essa necessidade de pôr uma pedra nas páginas amarelecidas do passado e oferecer uma página em branco para Laican, como prova de que eu queria recomeçar sem esperar nada dele, que eu não ia fugir dessa vez.
E as casinhas brancas cada vez mais próximas me deixava consciente de que Olhos Amarelos poderia estar lá, nos esperando e eu ainda não tinha ideia do que faria quando o reencontrasse. Na teoria tudo parecia simples, mas resolver as coisas na mente era fácil.
Se eu pudesse voltaria correndo para a floresta e deixaria minha mente trabalhar os mais lindos desfechos para minha vida sem precisar de nenhum tipo de enfrentamento real, mas não podia decepcionar Jena ainda mais, já bastava o choque naquela floresta sendo transformado em dramalhão de minha parte. Aquilo tinha sido ridículo, culpa-la por não me contar sobre Olhos amarelos como se ela tivesse obrigação de fazer isso por mim. Mal agradecida era apelido para meu comportamento e histérica estava gravado em minha testa.
Eu tinha que aprender a me controlar mais, tinha que começar a lembrar que o sangue lupino corria em minhas veias e o mínimo que eu devia fazer era agir com mais coragem.
Pensar tudo isso tinha me distraído, mas ao chegarmos no centro da vila toda essa determinação virou fumaça e a velha Celina estava de volta, com as paranoias e os medos humanos demais para alguém que há menos de cinco minutos tinha jurado fazer por merecer o sangue de loba que corria nas veias.
( Ah, não estou conseguindo responder, mas leio então please, me deixem feedback do que acharam, eu gosto de postar aqui, porque considero cada um de vocês, cada mensagem, crítica, ideia, tenho vocês como um monte de betas para a história. Então me digam o que acharam)
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Tratado dos Párias - Supremo Alfa.
FantasyCelina estava lutando para se encontrar. Após anos fechada em seu próprio mundo e dependente da droga que sua mãe lhe dava, ela estava determinada a recuperar os anos que perdeu, porém suas cicatrizes não lhe permitia ter esperanças no amor. Mas o...